terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ajustamento - disse ela!? ...

No "fio da navalha" é a expressão utilizada por Teresa de Sousa para definir o actual estado da União Europeia no que se refere ao enfrentar da crise que teve, na mais recente reunião do seu Conselho, o desfecho previsível: a assinatura do designado "Pacto de Ajustamento" que o Reino Unido e a República Checa se recusaram a assinar. A postura destes dois Estados-membros decorre de uma atitude política assumida pelas respectivas lideranças, cujo significado é contrário à mensagem emitida pelos meios de comunicação social que insistem em dizer que o referido acordo "deixou de fora" os dois paises. Não, não foi o acordo que os deixou de fora! Foram os seus dirigentes que consideraram insustentáveis, para as respectivas economias e sociedades, as condições que o texto, agora vinculativo, lhes impunha (ler aqui). Vejamos... a "convergência" em nome da qual os governos têm vindo a reduzir as condições de vida dos cidadãos e os direitos dos trabalhadores foi um fracasso ao ponto de não termos sido capazes de suportar o impacto da crise que abalou as economias ocidentais; por isso, apesar de Van Rompuy considerar que o acordo responsabiliza os países, a decisão dos 25 mais não faz do que deixar expostas à sobranceria alemã, as soberanias nacionais - risco que a Grécia já enfrentou, respondendo que não aceitava o fim da sua "soberania orçamental" em nome de uma identidade que se revê na independência política mas, cujo desfecho está longe de ser conhecido... portanto, por mais que se promova o resultado desta decisão, a verdade é que continuamos a regredir política e socialmente... até onde?... ao desfecho do cada vez mais próximo desmoronamento europeu traduzido na inequívoca constatação da sua inutilidade e cujo preço será a completa ruína dos países que a integram!?...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Garzón, A Coragem Rara de Quem Recusa o Silêncio

O juiz Baltasar Garzón vai conhecer esta semana a decisão do tribunal que o está a julgar por, alegadamente, ter "violado" uma amnistia datada de 1977 em que se consideraram ultrapassados e não sujeitos a julgamento, os crimes do franquismo... Testemunho maior da Justiça num tempo em que tudo parece impune e as populações sentem, cada vez com mais violência, a prepotência do(s) poder(es), Garzón, o corajoso juiz que preferiu enfrentar o carácter manipulatório da legislação produzida contra o interesse público e os valores democráticos que assentam no respeito pelos Direitos Humanos, recusou a hipocrisia e o branqueamento da História, enfrentando a fúria da extrema-direita. Porém, "o povo saiu à rua" e são milhares os que têm saido para o espaço público expressando, "alto e bom som", o seu apoio a Garzón, símbolo do reconhecimento de que a democracia não pode branquear crimes que atentam contra a vida humana e lesam, irreversivelmente, o direito à dignidade das sociedades e da própria Humanidade. 

domingo, 29 de janeiro de 2012

Economia, Política e Sociedade - de Portugal à Europa e à CGTP...

Na passada 3ªfeira, o Wall Street Journal escrevia, na página 5, que um segundo "resgate" da dívida era o desenvolvimento mais provável para a economia portuguesa. Citando o ex-ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, em declarações sobre o facto das medidas de austeridade não dependerem exclusivamente do desempenho nacional relativamente aos compromissos internacionais assumidos, o artigo foi ilustrado com uma imagem dos conflitos que marcaram a última manifestação pública dos "indignados" em Lisboa, cuja legenda assinalava, na iniciativa, a presença de um grupo de extrema-direita. Referindo que as palavras de Christine Lagarde, do FMI, esclarecem o curso da economia da zona euro (apesar das palavras do Primeiro-Ministro Passos Coelho sobre o estado do país que "não precisa de mais dinheiro"), o texto continuava numa expressiva configuração da imagem real da crise aos olhos dos investidores e, obviamente, dos mercados... no dia seguinte, 4ªfeira,  os noticiários, na Finlândia, abriram com destaque para a afirmação do risco de diminuição do rating da Espanha, Itália, Bélgica, Eslovénia e Chipre (ler aqui), para, em seguida, a televisão finlandesa transmitir, com um imenso e variado número de depoimentos directos, uma reportagem impressionante sobre a pobreza na Irlanda onde jovens, idosos e adultos em idade activa assumiam, entre expressões de medo e de revolta, a insustentabilidade económica e social do desemprego e das medidas de austeridade, ilustrada com imagens de um significativo número de "novos sem-abrigo"... Contudo, apesar de todos os sinais e de todas as evidências, a orientação política europeia persiste, incapaz de encontrar respostas sérias à situação explosiva que, diariamente, cresce no "velho continente" - como o comprovam as previsões da próxima reunião de líderes (ler aqui)... por tudo isto, a devolução da esperança e da confiança aos cidadãos encontra-se reduzida à capacidade que as organizações cívicas e sindicais tiverem de definir e apresentar propostas eficazes e alternativas, vocacionadas para a revitalização económica e capazes de mobilizarem as pessoas para a defesa do direito ao trabalho e à dignidade social, no quadro dos direitos dos trabalhadores que não podem, nem devem!, continuar a ser hipotecados - designadamente porque está mais que provado que não é aí que reside qualquer hipótese de solução para a crise (a este propósito vale a pena acompanhar o desenvolvimento da Carta Reivindicativa da nova liderança da CGTP). 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Princesa do Báltico...

Helsínquia, Princesa do Báltico... onde o frio do vento e da neve contrasta com o cuidado com que, por exemplo, se preparam os edifícios, de modo a acolherem, condignamente, pessoas com necessidades especiais, nomeadamente, deficiências...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Pergunta do Dia...


... olhando atentamente para o mapa: se perceber o significado da geografia significasse compreender melhor a importância geo-estratégica associada ao desenvolvimento dos territórios, seria mais fácil perceber a diversidade social e aprender com a cultura dos povos? ...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A Escolha é Nossa... e não passa na televisão!


... bastam uns minutos de paciência... porque vale a pena ver na íntegra :))

domingo, 22 de janeiro de 2012

Sonoridades Intemporais...

... "Le Plat Pays" de Jacques Brel...

sábado, 21 de janeiro de 2012

O Essencial...


... o essencial é perceber que nem tudo o que parece evidente é, de facto, conhecido!... e que há uma História de milhões de massacrados até que os princípios aparentemente simples se tornem Lei e sejam reconhecidos como tal, universalmente!... depois... depois é a grande luta!... esta em que todos nos sentimos comprometidos de fazer o melhor que podemos para que a Lei seja uma prática natural, inquestionável... Acreditem!... todos ganhamos, muito!, em ver este vídeo até ao fim!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Metáforas... do outro lado do espelho?!


Espiral final from Pedro Davim on Vimeo.
... somos todos desadaptados!... de forma congénita ou adquirida, todos nos vamos sentimos, cada vez mais!, distanciados das configurações que o mundo em que nos situamos, vai adoptando... e nas disfuncionalidades, aparentemente sem sentido, com que cada um vai vivendo, vamos encontrando sentidos que explicam o isolamento, o medo, o "ensimesmamento" e a profunda tristeza em que se transformam muitos quotidianos... por isso, se já em Setembro, o "Wall Street Journal" publicava reportagens sobre o aumento brutal da taxa de suicídios decorrente da "crise" económica e social que atingiu a Europa, não é difícil perceber que o estado depressivo e alienado dos cidadãos tende a sofrer um significativo agravamento, afastando-se progressivamente do considerado "ponto de equilíbrio" que garante -ou, pelo menos, permite!- um nível mínimo de integração social... talvez por isso, este filme de José Meireles, seja a metáfora de uma certa imagem colectiva que, de certa forma, me fez evocar o título de Lewis Carroll: "Alice do outro lado do espelho"... um espelho cujo reflexo procuramos (ou pretendemos?) não ver!?...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sindicatos... "à portuguesa"?!

As centrais sindicais entraram "em guerra". A propósito das provocatórias e/ou indiscretas palavras de João Proença que se lembrou de dizer que "altos dirigentes" da CGTP tinham incentivado a UGT a assinar o acordo dito de "concertação social" a que Carvalho da Silva reagiu, dizendo que iria agir judicialmente contra o líder da UGT, por considerar disparatadas as declarações. Enfim... Lamentamos!... Acima de tudo, lamentamos o grau de "provincianismo" a que "desce" o nível de análise política da esfera sindical, optando por uma "guerrilha" que se justifica no âmbito da pretensa legitimação da postura da UGT que ninguém compreende e da defesa da não anuência da CGTP a um acordo que não revela qualquer protecção dos direitos dos trabalhadores - nomeadamente, porque os cidadãos trocariam de bom grado mais 30 m de trabalho diário do que o hipotecar de dias de férias e todas as decisões assumidas por esta "concertação" que, a partir de agora, serão lei... Lamentamos essencialmente por todos os portugueses, trabalhadores e desempregados!... Lamentamos porque, ao invés de melhorarem as suas "performances", os sindicatos continuam sem defender, de forma  sustentada!, pelo menos até agora, o direito fundamental dos cidadãos ao emprego, resumindo-se a mobilizar alguns dos que arriscam deixar de trabalhar por ameaça de falência ou deslocalização empresarial, tendo perdido a confiança de muitas -diria até, de demasiadas! pessoas... Lamentamos porque, recentemente, os sindicatos tinham granjeado a simpatia da sociedade civil pela associação que fizeram ao chamado movimento dos "indignados", unindo esforços no sentido de construir uma unidade de resistência à crise internacional que atingiu a Europa no seu âmago e, consequentemente, agravou a fragilidade estrutural da sociedade e da economia portuguesas... Lamentamos porque os cidadãos ficam mais desprotegidos apenas e só porque estas posturas resultam, afinal de contas!, perante a opinião pública, na aparente preferência pela intriga e a vitimização, fruto da alienação a uma gestão comprometida com corporativismos que vão além do interesse público... Lamentamos!... entretanto, vá lá perceber-se porquê!, ocorreram-me ao longo da redacção deste post, não só as palavras do Presidente da CIP (ler aqui) mas, também, a imagem final da anedota do escorpião que deu boleia à rã para atravessar o rio!!!   

"O Melhor do Mundo São as Crianças..."


... disse o Poeta!... e este menino, brasileiro, nos seus 11 anos de idade e na expressividade genuína de um prazer consciente e partilhado, comprova-o... vale a pena ver com atenção e... deixar sorrir o coração!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Concertação?... de quê e para quê?

Os ventos não sopram de feição para os cidadãos, qualquer que seja o seu estatuto, trabalhadores ou desempregados. O lado mais negro desta "crise" que perde, a "passos largos", o seu carácter conjuntural e se começa a assumir como a tendência estrutural das sociedades, pelo menos destas primeiras décadas do século XXI, é, inequivocamente, a má gestão social em que assenta a política, que inflige danos dificilmente recuperáveis à qualidade de vida que as democracias pareciam ter criado e garantido. Testemunho maior deste facto são os resultados da chamada "concertação social" que, de "concertação", tem apenas o facto de significar a concordância "entre partes" a que é completamente alheio o interesse de quem trabalha e o próprio bem-comum, entendido enquanto interesse público. Na verdade, as chamadas "conquistas" deste acordo assinalam, sem escrúpulos, o fim dos direitos laborais e um retrocesso cívico e político como, de há muito, não há memória... é caso para dizer que, "água mole em pedra dura tanto dá até que fura" no sentido em que a constante acusação contra a protecção e os direitos de quem trabalha, deu os frutos desejados... Registe-se, na voragem desta vertiginosa inversão social que vivemos e a que assistimos, que a vigência destes direitos não evitou a calamidade económica a que nos conduziu a exploração económica da especulação neoliberal... mas, acima de tudo, entenda-se: as novas regras vão acentuar esta "crise", sem qualquer benefício para a sociedade e a democracia, como o prenunciam já, não só a continuidade da "desaceleração" económica europeia mas, também, a previsão do desemprego acima dos 13,4% para o ano em curso. Garantidos o aumento da pobreza, da exclusão social, do medo e da violência social, bem como, a diminuição sem paralelo do poder de compra, do consumo, da motivação e da confiança de consumidores, estamos perante a construção de uma arquitectura política capaz de concretizar o que, até há pouco, se considerava improvável: fazer o tempo voltar atrás... Quanto ao preço desta tão grande irresponsabilidade, veremos como será pago, sendo certo que os seus construtores serão os primeiros a insistir em que a solução é: regredir, regredir, regredir... Até onde?  O tempo o demonstrará.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

As Palavras Interditas...


... Eugénio de Andrade, o Mestre, disse "As Palavras Interditas"... palavras transparentes, como estas: "(...) uma criança passa de costas para o mar (...)" ... palavras em que a Poesia diz o tanto que há de "não-dito" por dizer - o "não-dito", essa matéria com que se faz o sentido do Poema e se expressa, de forma lúcida e mágica, o pensar em português...

Acrescentar Um Conto... para Fazer História...


Na rubrica "Grande Reportagem" da SIC, foi apresentado um trabalho que divulga uma boa prática escolar, capaz de fazer jus ao que de melhor exigimos à educação. Apelando à criatividade, uma Professora de Português, no norte do país, levou à prática uma estratégia de motivação à leitura que concilia eficácia instrutiva e educativa, ao ponto de ter contribuido para envolver não só a comunidade escolar de que partiu mas, toda a comunidade social envolvente. Através da leitura de contos, cuja dimensão e síntese narrativa permitem a adesão das crianças à leitura, a estratégia "Acrescenta um Conto", levou a literatura às famílias, desenvolveu e reforçou laços afectivos entre pais e filhos e promoveu relações intergeracionais notáveis. Com uma simplicidade brilhante, a ideia que nasceu da necessidade de ajudar as crianças a ler mais e melhor, denota uma quantidade assinalável de funções didáctico-pedagógicas educacionais - razão pela qual, com humildade e orgulho, deveria ser adoptada por todo o país!

domingo, 15 de janeiro de 2012

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Da tragédia europeia à renovação democrática...

As sociedades democráticas europeias foram um marco histórico, no sentido em que o seu desenvolvimento assinala a cooperação internacional de vários países, com compromissos políticos selados a partir de valores e representações promotoras dos Direitos Humanos, da Igualdade e da Cidadania... e é este o motivo pelo qual, para os trabalhadores e pessoas de todo o mundo, a crise que, há anos, devasta o "velho continente" (cuja economia continua a "desacelerar") se reveste de uma tão trágica dimensão - afinal, de certa forma é mais uma "utopia" perdida ou, pelo menos, (quase) derrotada! Por esta razão (e não apenas pela dimensão mercantil que representa para o mundo da alta finança, das bolsas e dos ratings), vale a pena pensar o problema - nomeadamente porque o modelo permitido pelo Direito Comunitário, reforçados os princípios da subsidiariedade e da solidariedade, garantiria um outro rumo, decorrente de orientações políticas conjuntas que optassem pela revitalização orgânica da sustentabilidade económica dos Estados-membros e, consequentemente, da União Europeia. No fundo, bastava que, garantindo a vigência e o efectivo respeito pelos princípios da não-discriminação, a Europa das Nações optasse pela sustentabilidade das suas Regiões, planeando a produção económica em todas as suas vertentes (da agricultura aos serviços, passando pelo tecido industrial e o comércio). De facto, uma produção europeia concertada concretizaria o pleno emprego, a autonomia alimentar, o combate à pobreza e à exclusão e criaria riqueza capaz de viabilizar um plano de exportações eficaz pois é inegável que, sem desequilíbrios territoriais, uma sólida política de coesão social permitiria contornar o problema da dependência externa de mercados - cuja prioridade, contrária ao interesse público, é o mercado bolsista assente na dinâmica da especulação. O planeamento económico articulado na perspectiva da complementaridade, a par da sua monitorização e de uma constante avaliação para efeitos rectificativos, fomentaria, não só a emergência da iniciativa privada e da criatividade, como também a independência dos Estados, ao mesmo tempo que garantiria a sustentabilidade social que perdemos diariamente, a "passos largos"... deste modo, além de tudo o que foi dito, ficariam salvaguardadas as identidades culturais, as práticas reais da cidadania, da democracia participativa e da sua expressão representativa. Por tudo isto, a actual "crise" poderia e deveria ser um ponto de viragem no sentido do reforço dos valores e do modelo social idealizado para a "comunidade europeia" nos termos do que chegou a ser definido por "Europa Social"... mas se, como tem estado "à vista", assim não acontecer, o problema decorre, exclusivamente!, da ideologia e da (in) cultura cívica e moral das pretensas "elites" políticas contemporâneas e das suas actuais lideranças.        

Tradição e Modernidade...

(via Paula Brito no Facebook)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

"Corta Com a Violência"...


.. campanha de sensibilização da APAV para crianças e jovens contra a violência, designadamente: bullying, violência no namoro, violência sexual e violência doméstica. Esta campanha integra ainda a sensibilização contra a violência contra crianças e jovens, direccionada para profissionais.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Respostas Alternativas...

Sobre a necessidade de conferir visibilidade à Auditoria Cidadã da Dívida Pública e de reforçar a confiança dos cidadãos para aumentar a mobilização social nas iniciativas da democracia participativa a que no post anterior fiz referência, vale a pena ler o texto de Yorgos Mitralias no site do Comité para a Anulação da Dívida no Terceiro Mundo (CADTM), também divulgado aqui.

Direitos Cívicos sobre a Crise...

... porque os cidadãos têm o direito de conhecer, de forma sustentada, os fundamentos e implicações de uma "crise" que lhes afecta o quotidiano de forma quase insustentável, é urgente que os mecanismos da democracia participativa funcionem e resultem, para que, através da respectiva eficácia, a sua intervenção seja credível, justificando a confiança dos cidadãos... e se, de facto, a actualidade se encontra "cristalizada" numa espécie de imobilismo (decorrente do conflito de interesses entre corporativismos políticos, burocracia institucional e interesse público), a sobrevivência democrática do direito e da prática de uma cidadania activa encontra-se numa fase decisiva da sua legitimação social - a qual, refira-se!, se perdida, reverterá no facilitismo da total perda de direitos adquiridos... (vídeo via Flávio Pinho no Facebook)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sonoridades Intemporais...


... Mozart, segundo Ingmar Bergman, num excerto de "A Flauta Mágica". (via Nuno Sotto-Mayor Ferrão no Facebook)

Sem Comentários...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Da Identidade Colectiva...


... o testemunho da coexistência na dimensão universal da composição e da interpretação musical... com Jan Garbarek, L.Shankar, Zakir Hussain e Turlok Gurtu em "Song for Everyone"...

domingo, 8 de janeiro de 2012

"A Velha Chica"...


... nas vozes de Dulce Pontes e Waldemar Bastos... porque a música é um inestimável património!

Leituras Cruzadas...

De vez em quando, o país é assaltado por sensacionalismos que, mesmo que ilustrem o painel e o puzzle da multiplicidade das práticas atribuídas à  corrupção e ao tráfico de influências, ficam sempre impunes como se de um pequeno sobressalto, sem consequências, se tratasse. A forma algo criteriosa e dissimulada com que o fogo-fátuo das pretensas descobertas é, superficialmente e em jeito de pequeno escândalo, trazido a público, é o sinal maior de que o problema não será resolvido pela ideologia vigente na organização política que conhecemos - mais que provavelmente porque é à luz desta lógica de procedimentos que se configura (ainda que, segundo as aparências, informalmente) a prática da democracia representativa do século XX que se prolonga por este início de século XXI - sem que possamos, por ora, garantir que a sua progressiva transformação será melhor para os cidadãos e para a transparência democrática... tudo isto apesar da gravidade que o modelo representa para a institucionalidade política, económica e social que, colectiva e idealmente, se tem pretendido. Vale a pena ler alguns dos textos que exemplificam bem o que está em causa; por exemplo: Ricardo Santos Pinto no Aventar, Rui Bebiano no A Terceira Noite, PSL no Pedro Santana Lopes, João Moreira de Sá no Pegada, Valupi no Aspirina B e Weber no Mainstreet. Entretanto, a conjuntura histórica que atravessamos (leiam-se as caracterizações paradigmáticas que nos propõem os textos de Carlos Fonseca no já citado Aventar, de Osvaldo Castro no A Carta a Garcia, de Francisco Clamote no Terra dos Espantos, de João Pinto e Castro no Jugular, de João Rodrigues no Ladrões de Bicicletas e no recente post do We Have Kaos in the Garden), aproxima-se grosseiramente de uma radical alteração de ideários de que Paulo Varela Gomes dá exemplo no texto transcrito pela Joana Lopes no Entre as Brumas da Memória... Moral da História: uma vez que as dinâmicas dos antagonismos sociais continuam sem confirmar que o futuro se dirige à construção de um mundo melhor para todos, tudo o que nesse sentido fizermos, não será, de facto!, demais.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Sonoridades Intemporais...

... Taraf de Haidouks e a Kocani Orchestra...

"Se me Das a Eligir"...

... de Manu Chao.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Sons Femininos...


Lévon Minassian, a franco-arménia que interpreta de forma única o duduk, instrumento tradicional da Arménia com mais de 3.000 anos - que integra, sem sombra de dúvida, o nosso comum "património da Humanidade"... "Doudouk" é, por razões óbvias, o nome do tema que aqui partilhamos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Uma Reflexão Partilhada... a não perder!



... porque a reflexão contemporânea da realidade é, cada vez mais, um mosaico composto pela diversidade coexistente dos olhares, partilho: a curta-metragem do realizador José Meireles "Últimos Dias" (via Facebook) e a citação do filósofo contemporâneo Giorgio Agamben:

"(...) No [livro] "Estado de Excepção" [p. 64 da versão inglesa] Agamben volta a sublinhar a questão do jogo como central para a desactivação do poder: "um dia a humanidade jogará com a lei como as crianças fazem com os objectos fora de uso, não para os recuperar para o seu uso canónico, mas para se verem livres deles de vez." O jogo torna-se assim o caminho para, e a prática de, um tempo messiânico ou redimido."

Alex Murray, in THE AGAMBEN DICTIONARY (ed. A. Murray & J. Whyte), Edinburgh University Press, 2011, p. 153.

(citação de Agamben via Vitor Oliveira Jorge no Facebook).

A Arte da Alegria...


... de que o "Cirque du Soleil" é símbolo... felizmente!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Paulo Morais, uma voz desassombrada...


Paulo Morais, ex-Vice-Presidente da CMPorto e actual Vice-Presidente da organização internacional "Transparência Internacional - Portugal" que, neste vídeo da RTP podemos ouvir, foi, há poucos minutos, o interlocutor da rubrica "Olhos nos Olhos" da TVI24 em que Judite de Sousa e Medina Carreira, vão analisando a realidade económico-financeira e política da sociedade portuguesa... Interessantissimas, as intervenções de Paulo Morais colocaram o "dedo na ferida" da maior parte das questões que inquinam a democracia no nosso país. Desassombrado, Paulo Morais afirmou que o caso BPN deve ser o maior atentado à democracia, nomeadamente por se tratar de um Banco cujo processo tem, desde a sua génese, uma origem política e cujo processo decorreu de uma privatização cujos ganhos e prejuízos acabaram por ser pagos pelo Estado que acabou por devolver a gestão da instituição aos privados!... mais!... afirmou, sem medo nem reservas, que a corrupção, nos útimos 10 anos, aumentou, em Portugal, ao ponto dos indicadores internacionais terem descido a nossa posição de um 23º para um 30º lugar. Afirmou ainda que a maior parte dos negócios decorre da especulação imobiliária com terrenos e que os bancos são cúmplices destas "negociatas"... mas, nem sequer ficou por aqui: declarou, sem titubear!, que os políticos "desde que se profissionalizaram" (condição decorrente do facto de "serem sempre os mesmos") têm vindo a produzir legislação de forma a "ninguém perceber nada" - porque, por outras palavras!, muitas das regras contrariam a essência do que está a ser legislado, viabilizando a sua legitimação. Extraordinária foi ainda a exemplificação de que se socorreu: não é normal que os políticos ligados à Comissão da Defesa trabalhem na mesma empresa de advogados em que trabalhavam os representantes dessa área no governo anterior e que esta realidade esteja presente em todas as instâncias do sector... disse mais!... Disse tanto que todos os cidadãos, num regime democrático, deviam ter acesso às suas palavras, aos seus comentários e às suas denúncias!  Para que melhor pudessem pensar e falar sobre a Europa e o país em que vivemos!

Leituras Cruzadas...

Talvez o que escrevemos seja o melhor retrato da História... um retrato que ganha em ser visto na multiplicidade das suas melhores perspectivas... por isso, a abrir 2012, sugerimos - para que se não perca o ritmo da reflexão:
JMCorreia Pinto no Politeia
Raimundo Narciso no Puxa Palavra
Osvaldo Castro no A Carta a Garcia
Filipe Tourais no O País do Burro
Miguel Cardina no Arrastão
Miguel Gomes Coelho no Vermelho Cor de Alface
Alexandre Rosa no Olhares do Litoral
João Rodrigues no Ladrão de Bicicletas
Luís Moreira no Pegada
Fernando Mora Ramos (através de Pedro Penilo) e Tiago Mota Saraiva no Cinco Dias
... mas há mais... até porque, felizmente!, o nosso quotidiano não esgota o mundo! Por isso, vale a pena reflectir sobre importantes memórias do nosso património colectivo (leia-se Raimundo Narciso no Memórias), sobre o que os outros pensam sobre as personalidades que influenciaram decisivamente o país que somos (leia-se Eduardo Marculino no História Viva) e aquilo que somos capazes de escrever sobre a nossa realidade quando não temos a "alma fardada" (leia-se Rogério Pereira no Conversa Avinagrada).

domingo, 1 de janeiro de 2012

Homenagem ao Pensar e ao Dizer (d)o Sul...



"(...) Nunca ouvi um alentejano cantar sózinho
Com egoísmo de fonte.

Quando sente voos na garganta
Desce a solidão do caminho do seu monte
E canta em coro com a família do vizinho.

Não parece pois necessária outra razão
- ou desejo de arrancar o sol do chão -
para explicar a reforma agrária no Alentejo.

É apenas uma certa maneira de cantar."

(José Gomes Ferreira in "Circunstâncias IV")

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