Caminho devagar sob o perfume de antigas e frondosas tílias em flor e enquanto me aproximo do chão coberto pela flor do jacarandá, o horizonte oferece-me ao olhar o viçoso brilho de magníficos alandros cor-de-rosa! É então que a alma não resiste ao sorriso e se percebe que a vida é muito mais do que a vã ilusão dos homens... ficam assim remetidas para o esquecimento as palavras inúteis com que se tentam magoar os seres, na ânsia doentia de criar suspeições e medos - desvarios de quem não tem outro recurso para além da gratuita raiva que mais não faz do que bloquear caminhos reais de lucidez que, contra a humana arrogância e cobardia, a natureza insiste em nos não deixar fechar...
Passeio, pensativo pela ala alinhada bela e disciplinada das suas tílias em flor. Não preciso me curvar sobre as flores do jacarandá, para lhes tomar o perfume sob o olhar o viçoso de magníficos alandros. Sim, são eles que me espreitam para confirmarem se pelo meu rosto perpassa a ilusão (ou se tenho ar desiludido). Se lhes perguntar pela conclusão a que chegaram, dirão que tinha um sorriso de esperança...
ResponderEliminarRogério Pereira
(o Google não está a aceitar a minha conta)
Rogério,
ResponderEliminarObrigado pelas boas palavras que aqui partilha :)
Um abraço.
Texto azul perfumado. Obrigado.
ResponderEliminarSou eu quem agradece, Fernando... pela límpida frescura azul da maresia :)
ResponderEliminarMuito bonito!
ResponderEliminarta de parabéns!
Paula :))
ResponderEliminarMinha Amiga, como tenho presente as Tílias em Flor na Quinta dos Peixinhos!!, espaço que nos encantou e onde aprendemos a nadar... era á sombra das Tílias em Flor, que já na altura nos perguntávamos o porquê da degeneração das flores e dos “animais” com aspas e dos animais sem aspas, e convictas responsabilizávamos o excesso de luz solar pela descoloração e cegueira ... portanto, neste andamento de sinfonia (que deveria ser allegro), o mais provável são as encruzilhadas com alguns “burros” com aspas, porque os burros sem aspas, e que também são híbridos, são estéreis e encontram-se em vias de extinção, para glória dos “burros” com aspas, mais dados a outras estrebarias ... ;)
Abraço com aroma a Tília
M.José
Ainda bem que gostou, L Flores :) ... a natureza resgata-nos a alma que nos tentam obscurecer apenas e só porque têm alguma coisa a ganhar com a depressão que nos tentam induxir... felizmente, há flores e uma natureza que persiste a confiar em si própria e a floria :))
ResponderEliminarMinha querida Amiga :))
ResponderEliminar... que bela e gratificante evocação a das Tílias lá na Quinta onde em águas e pensamentos construiamos este modo de pensar o mundo por nós próprias :) que bem me faria poder retomar essas tardes quentes, frescas e inteiras como só a perfeita sintonia entre a nossa humana juventude e o renovar da natureza floresce forte e viva... como ainda hoje dela damos testemunho :)) ... quanto às "estrebarias" em que alguns -demasiados!- se perdem, só nelas se entretêm aqueles que não sabem o que é correr ao vento e sentir ainda a sintonia entre a força de viver e o ar livre do mundo que é de todos e de que só se perde a visão por muito se ter ficado entre 4 paredes :))
Beijos com tílias, alandros e jacarandás a atravessar-nos os caminhos e os horizontes :))
Olá Ana Paula
ResponderEliminarAdorei ver por aqui essas belas árvores e flores, nossas parceiras essenciais, e que tão ameaçadas se encontram em tantas partes do mundo. Mas o seu belo texto, que as acompanha incentiva a apreciar a beleza do mundo que nos rodeia e a esquecer a fealdade de tantos corações empedernidos e cruéis.
Beijinhos e bom Domingo
Olá Manuela :)
ResponderEliminarQue bom lê-la principalmente por saber como é sincera a sintonia que nos une nesta valorização do que está para além da cegueira persistente em que a ânsia de poder e os azedumes em nos querem obscurecer os horizontes, teimando em quase fazer perder de vista o essencial do que é, de facto, a vida... Obrigado! Votos de um bom domingo, de alma limpa e com os olhos despertos para a bondade com que a natureza nos agracia os dias :)
Beijinhos
«Das Trevas...»
ResponderEliminarVives nessa ignorância escondido
Cobardemente, mísera alma penada,
Anonimamente julgas-te protegido...
Que triste existência amargurada!
«Para a Luz!»
Ó suave perfume das flores,
Ó homens de boa vontade:-
Fazei florir novos amores
E nos corações a claridade!
POETA
O texto está precioso!
Bjs.
Poeta...
ResponderEliminar... obrigado! Pelas palavras e o significado do poema sobre a cobardia do anonimato... e, acima de tudo, pelo sentido do que diriges "Para a Luz"... obrigado ainda por bem saber como gostas dos horizontes e dos caminhos sob o colorido perfume das flores :))
Bjs