segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Qualificações, Desenvolvimento e Produtividade


A propósito da referência à necessidade de desenvolver e reforçar o aparelho produtivo nacional a que aludi aqui, um dos comentários centrou-se na problemática das qualificações dos portugueses, fazendo com que a questão me colocasse uma série de interrogações paralelas que passo a expôr em duas vertentes. Por um lado, cabe aferir se existe, em Portugal, um plano nacional de qualificações, se as qualificações criadas e disponibilizadas aos portugueses respondem às necessidades do país e se a sua conceptualização visa, de modo integrado, a revitalização sustentada do aparelho produtivo nacional. Por outro lado, cabe verificar se as qualificações disponíveis se reduzem à oferta do mercado de trabalho actual, se o grau de empregabilidade obtido com tais qualificações é sustentado e se tais qualificações têm permitido aumentar o número de empregos, contribuindo para a diminuição do desemprego. Apesar da insistência de todos na importância vital do incentivo e do investimento nas qualificações, os seus resultados objectivos não têm, até ao momento e independentemente dos bons exemplos que possam ser contrapostos a esta argumentação, reflexos concretos na melhoria da situação económica do país que continua a ver subir a taxa de desemprego e o endividamento público. O facto de sermos um país destituído de um aparelho produtivo consistente e sustentável, que insiste em vocacionar estudos e qualificações para um mercado profissional praticamente reduzido ao sector terciário, não pode ser ignorado ou sequer minimizado no equacionar das dificuldades de desenvolvimento da sociedade portuguesa. Na realidade, a desvalorização das actividades económicas produtivas, designadamente, na agricultura e na indústria transformadora, que resultou da rejeição de uma sociedade rural, tradicional e pobre por parte das gerações que, em meados dos anos 70 e mais concretamente a partir dos anos 80, pensaram a ascensão social associando-a à vida urbana e aos serviços, tornou-se um preconceito cultural fundamentado pela imagem televisiva de um mundo de estereotipos da modernidade. Por isso, neste momento, vivemos uma sociedade cujas representações sociais do trabalho estão profundamente inquinadas não só aos nível das famílias mas, também, ao nível das instituições, da educação e instrução escolares e da política que, dependendo, em última análise, de preocupações economicistas e financeiras, escamoteia a matéria-prima e a causa primeira da sua própria existência: a qualidade de vida das pessoas. Por tudo isto, não podemos esperar que a produtividade e a competitividade cresçam, num país onde o aparelho produtivo decaiu drasticamente sem ter sido reformado ou renovado e onde as qualificações nem sequer o equacionam como objectivo primeiro... porque, a verdade é que se qualifica para que os cidadãos encontrem desempenhos profissionais imediatos que rapidamente se volatilizam no quadro de uma precariedade económica que não permite a criação da riqueza. Contudo e porque temos mais de dois terços do território em processo de desertificação física e humana, não estamos perante a falta de recursos básicos para a criação de condições efectivas para a revitalização inovadora e sustentada das capacidades de produção de que carecemos; estamos, isso sim, perante representações e práticas políticas que não equacionam articuladamente planos de desenvolvimento sustentado no médio e no longo prazo, associando qualificações e trabalho produtivo nomeadamente no plano das negociações com o mercado de investidores.

27 comentários:

  1. Por isto que acaba de expor é que continuo a escrever que têm de se criar os tais cursos que referi num comentário anterior... pois o que já está enraizado no pensamento automático dos jovens é que só lá vão com um canudo... assim pode ser que havendo canudos também para essas áreas, mas a preços mais acessíveis, tipo promoções ou saldos, os jovens os procurem... no entanto a situação é mais grave pois da maneira como os Governos deste País têm promovido e incentivado a migração para as grandes cidades, o que se pode esperar!!! Praticamente nada... ou muito pouco.
    Volto a escrever que a única solução é deitar abaixo e fazer de novo... assim como o que fizeram em Tróia!!!

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  2. Um artigo interessante.
    Se pensarmos bem;o desenvolvimento e o reforço do aparelho produtivo nacional deve ser uma miragem. Como é que podemos melhorar um aparelho com sinais de debilidade tão evidentes?!Quem produz?O que produzir?Quem ousa arriscar?Quem tem dinheiro para investir no que quer que seja?Que entidade bancária vai dar apoio ao investimento e à produção? Como?Quem?Quando?Onde?Porquê?Tantas perguntas e tão poucas respostas.
    A Ana Paula escreve e muito bem;"se as qualificações criadas e disponibilizadas aos portugueses respondem às necessidades do país..."
    Pessoalmente, eu acho que não.Inventaram esta"coisa" moderna chamada "Novas Oportunidades" que apenas serviu o interesse estatístico do Governo e pouco mais. Muitas pessoas foram embaladas nos estudos fáceis, pensando que daí adviria um emprego melhor e muitas, hoje, sentem-se profundamente desiludidas e enganadas.
    E fico-me por aqui; pois esta, não é com certeza a minha área e, perante estas condições, o risco de escrever alguma asneira é enorme.
    Cumprimentos

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  3. Ana,
    Estou plenamente de acordo, obviamente que às qualificações adquiridas é necessário, que seja criado desenvolvimento para que as mesmas possam ser aplicadas!
    O que acontece é que se criam falsas expectativas a muita gente, porque qualificação não garante um posto de trabalho adequado, acontecendo às vezes até serem preteridas por alguém que caia cá de paraquedas, que nem o português sabe falar! Conveniências!...
    Manuela

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  4. Caro Voz a 0 DB,
    Foi o seu comentário anterior que me levou a escrever este texto... e apesar de eu não ver capacidade para se construir nem visão para conceptualizar um eficaz Cavalo de Tróia, compreendo o que quer dizer porque, de facto, a forma de gerir o planeamento em Portugal é demasiado incipiente.
    Abraço.

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  5. Relógio de Corda,
    Obrigado pelo enunciar de questões que se nos colocam de forma tão evidente que parece impossível não serem colocadas e resolvidas por quem tem o poder para o fazer... quanto às suas competências para se pronunciar, este espaço é livre para opinar e, digamos assim, pensar "em voz alta" pelo que todos os contributos são interessantes para enriquecer a reflexão. Desculpe só hoje ter respondido ao seu comentário anterior ao tema musical de Chico César...
    Abraço.

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  6. Manuela,
    É de facto necessário dar voz à nossa reflexão conjunta porque os factos sucedem-se sem justificação e contra a lógica que temos o direito de exigir aos procedimentos de interesse nacional.
    Abraço.

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  7. A Tróia que quis, e quero, aludir é mesmo a nossa Tróia, bum foi abaixo, e agora fez-se algo novo, no entanto só para alguns, pois temos que ver que estamos em Portugal, mas fez-se algo melhor do que existia... a solução à escala nacional era idêntica tirando a parte de no fim ser apenas para alguns...
    Sei bem que esta solução num País, seja ele qual for, não é praticável... pois as forças não permitem a mudança para o melhor a nível global... pode ser que a Natureza nos dê uma mão e faça ela o bum... e depois fazemos o resto... mas desta vez, espero que bem feito e para todos!!!

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  8. Permita-me fazer outro breve comentário... neste caso sobre a incorrectamente apelidada BANCA COMERCIAL que de comercial não tem nada, pois a ser verdadeiramente COMERCIAL teriam ido à falência... mas não os Estados endividaram-nos para salvar os seus braços... a BANCA... se alguém me conseguir explicar o facto de termos desperdiçado mais de 4500 milhões de euros com o BPN e outros tantos milhões com outros apoios que tais à dita BANCA COMERCIAL... poupem-me a parca inteligência que tenho!

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  9. Ana Paula,

    Acabamos sempre no mesmo local.Sumariamente digo que a situação do País é fruto da falta do sentido estratégico dos governos que temos tido. E não me venham dizer que se trata de uma análise balofa, sem consistência nem coerência. Vou dar dois exemplos em que soluções de desenvolvimento estratégico integrado (saúde,educação, formação e opções para o tecido económico) têm produzido resultados visíveis: a Coreia do Sul e a China. Alguém pensa tratar-se de obra do acaso? Se pensa, desengane-se. Comprovadamente, são países a funcionar segundo uma estratégia nacional dirigida e controlada pela superstrutura do poder central (leia-se em Stiglitz e outros).
    Na nossa terra, para além de poderes locais geradores de desperdícios e outras coisas, cada ministro trabalha em roda livre e, depois, 'jamais' atingimos os objectivos que nos seriam tão úteis.

    Um abraço e amizade,
    Carlos Fonseca

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  10. Demorei-me por aqui e como gostei do que li permita-me cumprimentá-la.
    Sobre o tema do post, gostava de lhe deixar uma pequena "provocação". Não acha que, a partir de determinada altura, as soluções que se preconizam para resolver os problemas contribuem, pelo contrário, para os agravar ? Há mais de trinta anos I Illich alertou-nos para os excessos de institucionalização no processo civilizacional do Ocidente. Seria altura de o reler e repensar a actualidade nessa "chave" de leitura ?

    Saudações.

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  11. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    Concordo inteiramente que é necessário desenvolver o aparelho produtivo nacional, como a Ana nos diz, em particular os sectores primário e secundário que foram muito menosprezados. Os problemas básicos que afectam a nossa economia nacional são, sem sombra de dúvida, o drama do desemprego e o endividamento público que, aliás, não é uma novidade na História de Portugal dado o atraso económico e técnico, como já nos diziam os estrangeirados do século XVIII.

    Subscrevo, inteiramente, a ideia da existência de uma hipertrofia do sector terciário no nosso país. Na verdade, concordo em absoluto que o cerne da questão é a qualidade de vida das pessoas e a falta de um pensamento estratégico a médio e a longo prazo pelo facto da política estar condicionada pela “nova economia tecnológica” que impele ao imediatismo do consumo de produtos cada vez mais efémeros (Vitorino Magalhães Godinho, Os problemas de Portugal – os problemas da Europa, Lisboa, Edições Colibri, 2010). Por isso, considero muito bem escolhida a caricatura que a Ana nos apresenta de uma sátira social bem pertinente e articulada com os seus argumentos.

    O contexto internacional é extremamente complexo e imensamente desafiante e, por esta razão, torna-se difícil definir um modelo de desenvolvimento sustentável, porque as coordenadas financeiras são muito incertas devido a vários factores desta conjuntura da Globalização.

    Há, com efeito, uma série de questões que dentro deste panorama são legítimas de serem formuladas: até que ponto a obsessão com a produtividade se constitui como um mecanismo legítimo para melhorar a qualidade de vida das pessoas? Ou seja, até que ponto não estamos enredados numa lógica obsessiva e economicista que faz perder às pessoas o sentido dos projectos humanistas que lhes garanta o bem-estar e a felicidade? Recordo-me sempre do filme bem actual, de que já reproduzi um pequeno excerto no meu blogue como a Ana bem se lembrará, de C. Chaplin intitulado “Tempos Modernos”. Não é urgente um paradigma humanista que faça articular a política com uma visão de médio e de longo prazo? Não se está a pensar só nos dados de curto prazo (nas estatísticas do dia, do mês, do trimestre, etc.) por culpa dos imediatismos frenéticos e das vendas de produtos tecnológicos de consumo volátil?

    Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicadoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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  12. Caro Voz a 0 DB,
    Desculpe a interpretação :)
    ... de facto, o exemplo de Tróia, a nossa!, é bem exemplificativo dos bons resultados que pode implicar começar de novo!... quanto aos milhões da Banca é caso para dizer que, antes de se injectar dinheiro para evitar catástrofes, deve ser planificado o encaminhamento do trabalho "a posteriori"... enfim, quase dá vontade de dizer, face à opacidade deste tipo de movimentações financeiras, que, afinal, "há almoços grátis... para alguns!".
    Abraço.

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  13. Carlos,
    Tem toda a razão... o planeamento e a orientação estratégica são determinantes para o sucesso económico de que a Coreia do Sul e a China são, para além de todos os considerandos paralelos, um exemplo. Porém, como o Carlos bem refere, a gestão "em roda livre" resulta, na minha opinião de representações socio-culturais e políticas feitas de "colagens" de preconceitos e usos descontextualizados de algumas concepções ideológicas... ficamos assim à mercê do acaso e o mesmo é dizer, da flutuação dos mercados contrária à estabilização das estruturas não consolidadas.
    Triste é verificar que, ao fim de tantos anos de incerteza e repetidas crises, se insista no mesmo tipo de receitas precárias e imediatistas.
    Com amizade, um grande abraço.

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  14. Caro Manuel Rocha :)
    Obrigado por ter vindo até aqui. Fico feliz por ter gostado do que tem lido e por se ter demorado.Entretanto, relativamente ao seu comentário, cabe-me, por um lado, sugerir-lhe que leia o penúltimo período da resposta que dirigi a Carlos Fonseca comentando a sua expressão sobre o ritmo de "roda livre" em que se desenvolve, muitas vezes, a postura governativa... e, nesse contexto, sim, penso que a sociedade contemporânea deveria ter a humildade de reler os pensadores, sem preconceitos e com exercício crítico, livre e inteligente (leia-se a referência à inteligência como relativa à capacidade de adaptação a situações novas), entre eles Marx e I.Illicht cuja previsibilidade ainda hoje é de difícil percepção para muitos dos que atravessam estes tempos caracterizados por esse "excesso de institucionalização no processo civilizacional do Ocidente" :)
    Volte sempre! :)

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  15. Carissimo amigo Nuno Sotto Mayor Ferrão,
    Permita-me que lhe sugira transformar este seu excelentissimo comentário em post a publicar nas Crónicas do Professor Ferrão para, pelo menos, eu ter o prazer de fazer link, destacando a leitura de um texto complexo e pertinente capaz de retratar, com a clareza de um Vitorino Magalhães Godinho (se me permite o paralelismo!), um dos maiores dramas da contemporaneidade e, em particular, da sociedade e da política portuguesa.
    Com elevada estima e consideração, receba as minhas mais solidárias e amigas saudações.

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  16. Cara Ana Paula, cumprimetos sinceros! Quando damos connosco a reflectir, como é o seu caso e exemplo, também nos damos conta de que a "verdugagem" se espalhou por todos os cantos, e que talvez, que sei eu?, tenha atingido fundo o lugar da nossa identidade política. Porém, esta não é a hora de desagrados, mas mora em mim um sentimento, já relativamente antigo, de que no mundo actual só existe ou acontece o que é assunto de "notícia" televisiva. Por isso, são encaixotados os que pensam e lançados ao estrelato os papagaios pagos para falarem em nome do dono. E onde fica a Esquerda? Na prateleira da sua incapacidade de encontrar um meio de divulgação e discussão de teses, opiniões, propostas, etc., que sirvam as suas causas. Que pena! Um abraço.
    José Luís Moreira dos Santos

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  17. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    Agradeço as palavras muito lisonjeiras com que a Ana brinda o meu comentário. A comparação com Vitorino Magalhães Godinho, Mestre e Humanista, é exagerada, mas é bastante aprazível o tom das suas palavras. Creio que a função do meu comentário na esteira das palavras da Ana é o de criar um ambiente de sensibilização cívica para a complexa problemática que emerge do contexto em que vivemos, para que colectivamente a possamos tentar resolver.

    Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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  18. Caro José Luís,
    O meu sincero, sentido e solidário agradecimento pelas suas justas e desassombradas palavras que reiteram esta nossa consciência de que a mudança social continua refém da ideologia dominante... ou, melhor dizendo, do corporativismo que acede ao exercício do poder e se reveza, reproduzindo as mesmas incipientes e ineficientes práticas de acordo com a mesma lógica "verduga" que bloqueia, retarda e inquina o ritmo de progresso qualitativo que os cidadãos e as sociedades justificam e merecem. Que pena! - digo também eu... que pena a arrogância de dispensarem e afastarem a massa crítica que, livre, lúcida e em debate, contribuiria decisivamente para o encontrar de novos, melhores e mais eficazes caminhos!
    Obrigado por ter vindo até aqui. Volte sempre.
    Um abraço.

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  19. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    Segui a sua pertinente sugestão, pois este texto da Ana foi inspirador por tocar em questões fulcrais de grande actualidade. Bem haja!

    Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogspot.com

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  20. Carissimo amigo Nuno Sotto Mayor Ferrão,
    Fico feliz por saber que tenho disponível para fazer link de um texto tão incisivo, pertinente e claro que realiza, de facto, esse extraordinário objectivo que nos une e que nos move no caminho da sensibilização cívica, indispensável para o reforço de um mundo capaz de não perder o rumo humanista de que tanto precisa o presente e o futuro.
    Bem-haja, meu bom amigo!... e muito, muito obrigado.
    Receba as minhas mais fraternas e calorosas saudações.

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  21. Cara Ana Paula Fitas,

    Tem toda a razão... Não não me refiro ao seu texto, onde também lha reconheço. Refiro-me á estranheza com que comentou os meus posts recentes. Tem razão. Mas não compreendo o desaparecimento de um comentário que deixei aqui dizendo o que iria fazer, depois deste seu texto ler...
    Aconteceu... Se calhar fui eu... com aquela minha trapalhona habilidade de deixar comentários mal colados...

    As minhas desculpas e
    um abraço

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  22. Caro Rogério :)
    Não se preocupe... fui ler os seus post's com curiosidade porque presumi, com razão!, que trariam "achegas" interessantes e se referi este meu post foi por não ter percebido que o lera (já que o comentário a que alude, não chegou) e por pensar que poderia gostar de o ler. De qualquer forma, muito obrigado pela sua gentileza.
    Um grande abraço.

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  23. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    Fico, então, a aguardar que, quando for oportuno, faça link desse texto de sensibilização cívica para a necessidade de um rumo mais Humanista para este nosso frenético mundo!

    Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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  24. Há 15 anos entrei para os quadros de uma empresa nacional; Nessa altura e em virtude de meu trabalho ser transversal a toda a empresa, quando tinha duvidas perguntava e em todas as "areas", com canudo ou sem, havia quem sabia e tinha o dom de saber ensinar;
    Depois de escorraçados, e a implementação, (cega, surda e muda) da entrada na empresa de somente trabalhadores com canudo... o que temos é a ideologia de que o chefe não precisa de saber, e o trabalho é feito à base da maré... e como agora é moda mudar tudo de mês a mês... não existe responsabilidade de ninguém no que de muito mal se vai fazendo...
    São estas as politicas inovadoras de gestão, que estão espalhadas pelo nosso País...
    Resumindo, convém os trabalhadores nada saberem, para não terem consciência dos "ignorantes" que possuimos à frente das nossas empresas...

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  25. Caro Sopro Leve,
    Acredite!... o que de mais sincero lhe posso dizer é que lhe agradeço ter vindo até aqui partilhar estas palavras! É triste e verdadeiro o que refere!... tão verdadeiro como aparentemente absurdo!... e a não haver alteração desta lógica de gestão não podemos esperar desenvolvimento algum... de novo, o meu agradecimento!... enquanto não houver a coragem de o dizer e de o assumir (questão que todos sabemos muitissimo difícil dadas as circunstâncias de crise de emprego e a flexibilidade das regras do mercado), não podemos esperar mudanças... o facto é que nunca deveria ter sido alimentada esta dinâmica.
    Volte sempre! :)

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  26. Carissimo amigo Nuno Sotto Mayor Ferrão,
    Assim farei... e não o integrei no Leituras cruzadas entretanto publicado porque quero destacá-lo em contexto mais ajustado.
    As melhores e mais fraternas saudações.

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  27. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    Agradeço-lhe a sua atenção e gentileza.

    Cordiais e fraternas saudações, Nuno Sotto Mayor Ferrão

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