
domingo, 31 de maio de 2009
Uma Proibição Ignorada - ou a prática comum da ilegalidade...

O Dever da Utopia...
A Declaração dos Direitos da Criança foi proclamada pelas Nações Unidas em 20 de Novembro de 1959 e dela decorreu, na celebração do seu 40º aniversário em 20 de Novembro de 1989, a realização da convenção internacional da Unicef designada Convenção dos Direitos da Criança, assinada por 192 países e ratificada por Portugal em 21 de Setembro de 1990. Não ratificaram a Convenção os EUA e a Somália... Os Direitos da Criança, como os Direitos Humanos, continuam por cumprir mas, a sua existência e o seu reconhecimento constituem-se como referenciais da acção humana cuja defesa e prática é da responsabilidade de todos os cidadãos ... Ao contrário da infantilização social e da indisciplina que o neoliberalismo do mercado proporcionou à cultura, negligenciando e esquecendo a consolidação da resiliência (resistência à frustração) como condição essencial de uma educação para a não-violência, a Declaração e a Convenção dos Direitos da Criança têm como objectivo garantir a protecção infantil e o direito universal de todas as crianças, sem excepção!, ao completo desenvolvimento das suas capacidades. Crianças Felizes são Cidadãos Responsáveis, Resilientes e Empenhados num Mundo Melhor.
sábado, 30 de maio de 2009
Pobreza Zero!
Desculpem o facto dos excertos desta entrevista de Muhammad Yunus disponibilizada no YouTube e aqui reproduzida, não estar traduzida... mas, a sua referência à intolerância cívica que deve ser promovida contra este flagelo transversal que impede milhões de seres humanos de desenvolverem as extraordinárias potencialidades da sua existência, facilitando a emergência da violência e do recrutamento terrorista, é um alerta de consciência e compaixão que não podemos ignorar e que, mais do que isso, nos impõe a exigência de travar um combate social e político sem tréguas no sentido de debelar, até à extinção, este fenómeno... "Pobreza Zero" deveria ser uma prioridade para todos os governos do mundo - como o foi já, no Brasil, o programa "Fome Zero" levado a cabo pelo Presidente Lula da Silva... "Pobreza Zero" deveria ser, antes de mais, um dos mais empenhados "cavalos de batalha" dos candidatos ao Parlamento Europeu como programa a desenvolver, com urgência, em todos os Estados-membros... Pobreza e Fome, Não Obrigado! - eis o lema que a Europa Social terá que adoptar se quiser consolidar a coesão social que é um dos seus objectivos maiores... A urgência está à vista, designadamente no nosso país, onde o número que pessoas que recorre ao Banco Alimentar Contra a Fome é cada vez maior e mais abrangente... fica aqui o testemunho do Prémio Nobel Muhammad Yunus, cujo olhar bastará para que se compreenda e interiorize a seriedade do problema.
Uma Pedrada no Charco...

O Interesse Público em Cenário de Eleições Europeias

sexta-feira, 29 de maio de 2009
Mangal Pandey ...
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Leituras Cruzadas...
terça-feira, 26 de maio de 2009
Reinventar a Ideologia... Revitalizar a Esquerda...
É preciso reinventar a Esquerda, revitalizar a ideologia e separar "as águas" entre modelos de desenvolvimento que permitam aos cidadãos optar por alternativas claras... para que o leque da diversidade partidária se não transforme naquilo para que tende, a saber, um conjunto de pessoas que utilizam os grupos com o objectivo simplista de aceder ao exercício do poder onde têm, como principal missão, defender a sua conquista desse espaço, mesmo que isso signifique apenas reduzir a sua acção ao bloqueamento dos seus concorrentes/opositores. A questão, aparentemente simplista, é muito mais do que isso e a sua real dimensão, transcendendo mas integrando a realidade do nosso país, reflecte-se em factos de que aqui trago apenas dois exemplos: a) um político liberal, belga, legislou sobre designadas "causas de esquerda" relativas a questões como a eutanásia, a liberalização de drogas leves e o casamento entre pessoas do mesmo sexo (leia-se o texto que publiquei no blog Eleições 2009 sob o título: "As Eleições Europeias e a Construção de Respostas para a Crise", a propósito da possível candidatura de Guy Verhofstadt à Presidência da Comissão Europeia); b)o argumento largamente repetido sobre a similitude das políticas do PSD e do PS... A indefinição, pantanosa, dos projectos político-partidários impõe a sua definição. As questões ecológicas da preservação dos recursos naturais, do meio ambiente, do combate à desertificação e da sobrevivência alimentar das populações; as questões económicas do desenvolvimento sustentado assente na coesão socio-económica dos territórios; as estratégias de redução das assimetrias regionais; a criação efectiva de mecanismos de redução das desigualdades sociais e, finalmente, mas de modo algum, em último lugar, a redistribuição da riqueza são, a par da contundência incondicional na defesa dos Direitos Humanos e do empenho indefectível na luta contra o armamento e o poder nuclear (leia-se a este propósito o texto que publiquei no blog PNET Política sob o título "Afirmação e Desafio - as duas faces da moeda norte-coreana"), são causas nobres de dimensão universal relativamente às quais urge, de forma inequívoca, conhecer as posturas e perspectivas das famílias políticas europeias e de todos os partidos que, alegamente, disputam o voto dos eleitores.
domingo, 24 de maio de 2009
Um Trabalho Colectivo...
"(...) Assim que têm armas, a tendência dos homens é utilizá-las. No meu ponto de vista não devia continuar a haver exércitos nacionais. O mundo devia ser desmilitarizado, à excepção de um exército multinacional que apenas interviria quando alguém ameaçasse a paz numa dada região do mundo. (...)
(...) Um certo número de países consagra somas colossais ao desenvolvimento dessas armas. Tanto dinheiro, tanta energia e tanto talento desperdiçados, num momento em que os riscos de derrapagem só podem engendrar cada vez mais medo.
Acabar com as guerras diz respeito a todos nós. Podemos, é certo, identificar as pessoas que estão na origem dos conflitos, mas não podemos pretender que elas apareceram sem mais nem menos ou agiram isoladamente. Elas são membros da mesma sociedade a que todos nós pertencemos e, por conseguinte, cada um de nós tem a sua quota-parte de responsabilidade. Se quisermos a paz no mundo, comecemos por criá-la dentro de nós.
A paz no mundo só pode passar pela paz de espírito e a paz de espírito pela tomada de consciência de que todos os seres humanos são membros de uma única e mesma família, apesar da sua diversidade de crenças, ideologias, sistemas políticos e económicos. Tudo isso são meros detalhes, tendo em conta tudo o que temos em comum. O mais importante é que todos nós somos seres humanos e habitamos o mesmo pequeno planeta. Quanto mais não seja por uma questão de sobrevivência, temos de colaborar uns com os outros, tanto à escala dos indivíduos como à dos Estados. (...)"
(Dalai-Lama in Conselhos do Coração, ed. Asa, 2004
Abstenção: um Dejá Vu para Lágrimas de Crocodilo...

O início da campanha eleitoral para as Europeias deixa antever a confirmação de suspeita de uma elevadissima abstenção nas eleições de 7 de Junho cuja responsabilidade não pode ser, honestamente, atribuída ao desinteresse do eleitorado sob acusações de, gratuita ou egocentricamente se manter distanciado desta Europa em que, de facto, ainda se não reconhece... de igual modo e contrariamente ao que, levianamente parecem ajuizar as forças políticas candidatas, é incorrecto pensar que, nesta abstenção, se reflecte a intenção consciente de, através da recusa do voto, se manifestar oposição às políticas governativas nacionais ou, simplesmente, o descontentamento social. Pelo contrário... por isso, o filme será, mais ou menos, este:
Take One - "Dejá Vu": a responsabilidade da abstenção é, acima de tudo, uma responsabilidade política protagonizada pelas forças partidárias candidatas ao Parlamento Europeu... porque a permanente, incipiente e insuficiente distinção dos temas abordados nesta campanha entre planos comunitário e nacional tem assumido, sem excepção, prioridades discursivas em todo o espectro político, do CDS ao BE, não permitindo aos cidadãos uma percepção clara da importância do seu voto - tanto mais que, em Outubro, haverá eleições legislativas de que decorrerão efeitos adequados ao que os eleitores pretendem, a saber, a penalização da política governativa e/ou a consciência da falta (ou não) de credibilidade da oposição para criar alternativas de resposta à crise económico-social nacional. O mais inquietante neste cenário é a hipótese de nem as forças candidatas às eleições de 7 de Junho conhecerem as políticas europeias ao ponto de nelas terem descoberto margem de manobra para uma mudança global que é necessário reforçar no Parlamento Europeu com o objectivo de alterar qualitativamente as condições de vida e de trabalho das populações, defendendo, como tal, o interesse público nacional... a definição da prioridade política de oposição de uns candidatos contra os outros a partir de exemplos inerentes à política interna e a incapacidade pedagógica para expôr claramente os objectivos específicos destas eleições, denota, por um lado, uma aparente disposição para ocupar lugares no PE apenas para expressão do voto nas matérias que outros tornarão elegíveis e, por outro lado, revela o recurso demagógico ao aproveitamento deste espaço de visibilidade pública permitido pelo período de campanha eleitoral, desvirtuando o sentido do acto eleitoral que se esgota na possibilidade dos cidadãos escolherem, de forma esclarecida, um programa político para a agenda europeia...
Take 2 - Lágrimas de Crocodilo: A irresponsabilidade política subjacente à produção da abstenção é, por esta razão, imputável aos próprios partidos candidatos que, a persistirem neste tipo de campanhas contribuem para criar condições de, cedo ou tarde, verem regulamentados os termos da sua propaganda eleitoral por determinação da própria Europa ou... mais grave ainda, para que o Direito Institucional Comunitário decida alterar os meios de em que assenta a constituição das instituições europeias... porque a estas possibilidades conduzirá, no limite, a continuidade do actual cenário abstencionista por atestar reiteradamente a falta de legitimação popular obtida por sufrágio directo, justificando a opção por eleições, por exemplo, de tipo colegial...
Não Esquecer...
"Não se vende a terra na qual as pessoas andam"
(Tashunka Witko - Cavalo Doido)
in Dee Brown "Enterrem o Meu Coração na Curva do Rio",ed.L&M Pocket
sábado, 23 de maio de 2009
Invisibilidade e Dissimulação no Incentivo à Violência...

sexta-feira, 22 de maio de 2009
Chantagem sobre a Dependência...


Dádiva...
... porque a alegria, a ternura e a beleza dão consistência à vida... Roger Glover in "The Butterfly Ball" com "Love is All"... enjoy it!
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Leituras cruzadas...
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Pensar a Economia, Responder à Crise...

segunda-feira, 18 de maio de 2009
Pretextos da Crise - Economia, Imigração e Nacionalismos

A dimensão extraordinária da crise económico-social detonada pelo terramoto financeiro que atingiu internacionalmente todos os países é hoje o pretexto para a tomada de medidas legislativas que vinham sendo adiadas pelo receio do seu impacto socio-político. Contudo, porque o designado "controle de danos" nunca é absoluto, os custos maiores da política económica dos últimos 20 anos são inevitáveis - como se tem provado pela cada vez mais frequente emergência de focos de violência social por toda a Europa e, também, em Portugal em relação ao qual não precisamos de nos esforçar para que nos venham à memória os episódios recentissimos de Chelas, da Bela Vista ou do Portugal Novo... Refira-se, a este propósito, a política de imigração que, recentemente legislada no que se refere ao contingente e estatuto dos cidadãos que chegam ao espaço europeu, actualiza a discussão inicial sobre o Espaço Shengen cuja institucionalização levantou receios da intenção de materialização da "Europa Fortaleza", racista e xenófoba. Sendo verdade que os índices de desemprego na UE são elevadissimos e que a oferta de trabalho, enquanto condição de acolhimento de imigrantes, não tem margem de manobra para integrar mais mão-de-obra, não é menos verdade que a limitação da mobilidade humana é contrária ao espírito democrático e aos Direitos Humanos, sendo o problema reconhecido como tal, ainda que de forma indirecta e pragmática!, na reivindicação europeia de mais e melhores políticas sociais (leia-se a este propósito o artigo francês publicado em Alternatives)... como também é verdade que se constatara, antes do deflagar da actual crise, que a Europa precisa dos imigrantes para a revitalização demográfica e para o próprio mercado de trabalho que, como dizia há dias Vital Moreira, está ainda por construir no interior do próprio espaço comunitário... Na linha de pensamento do texto que escrevi há dias sob o título: Pensar a Europa entre a Neoliberalização e a Regulação, penso que está efectivamente em curso uma pretensa "nova ordem internacional" (avocada aliás no início da crise por, entre outros, Durão Barroso) que, ao contrário do que seria desejável, não pretende agir no sentido da socialização e redistribuição da riqueza mas, apenas reforçar os mecanismos da "velha ordem internacional" (leia-se o recorrente e interessante artigo de Carlos Santos no Valor das Ideias) que aqui nos conduziu, legitimando interesses dos lobbies da alta finança para quem o rumo social da democratização internacional constituía uma ameaça designadamente pelo que a nova Presidência dos EUA de Barack Obama poderia representar. A crise justifica assim a persistência do capitalismo neoliberal selvagem e maquiavélico para o qual o cálculo dos custos sociais do desemprego, da violência, da pobreza e do ressuscitar dos nacionalismos (para que Mário Soares tem vindo a alertar), cruelmente próximos do policiamento político e social racista e xenófobo, justifica a "prevenção" com o reeditar da célebre prática de má-memória: "cortem-lhes os víveres"... ao invés de se investir na revitalização do mercado de emprego porque, claro está!, o efeito financeiro na liquidez dos lucros que fazem "mexer" a economia, poderia fazer "resvalar" as Bolsas... o problema, para que conste!, reside afinal na incapacidade do poder político e económico em reconhecer que a sua própria existência decorre da sociedade que estão dispostos a hipotecar permitindo, se necessário, o crescimento dos indicadores de auto-destruição, apenas e só!, por uma ambição compulsiva que se auto-justifica como confiança ideológica na auto-regulação do mercado!
(Uma adaptação deste texto será/foi também publicada nos blogues Eleições 2009 e PNET Política)
domingo, 17 de maio de 2009
Índia - A Persistência Democrata...

sábado, 16 de maio de 2009
Uma Série Inesquecível...
Trata-se da série francesa inspirada no romance de Cecile Aubry:
BELA E SEBASTIÃO.
As restantes 14 foram:
Casei com uma Feiticeira;
Uma Mãe para Eddie (se não me falha o nome);
O Santo;
Os Vingadores;
O Fugitivo;
Pipi das Meias Altas;
Daniel Boone;
Os Pequenos Vagabundos;
Li-Chung - O Templo de Shaolin;
Miguel Strogoff;
Sandokan;
Guerra e Paz;
Hercule Poirot;
O Polvo.
A terminar e para dar continuidade ao repto a que respondo, deixo o desafio a todos os que quiserem viajar pelas memórias que denotam o factor televisivo como parte do nosso património cultural.
Um abraço ao Miguel por me ter proporcionado a revisitação de Bela e Sebastião e aos que quiserem participar nesta partilha.
Geocultura... entre a política e a história
A homogeneidade com que hoje se pretende encarar o mundo leva-nos a esquecer essas anónimas identidades culturais que configuram as agregações de esforços quando, por força das circunstâncias decorrentes do exercício de um poder dominante ou de uma resistência comum, a diversidade adere à unidade... poderia estar a referir-me às questões correlativas aos papéis sociais do "indivíduo" e do "colectivo" mas, de facto, sem prejuízo das ilacções que, para este campo de análise possam remeter, refiro-me à relação entre culturas regionais e nacionais... De facto, a minimização deste factor na composição sociológica dos povos, tem provocado a negligência da consideração da sua capacidade reactiva... na História do longo prazo, estas dinâmicas desenvolvem-se tal como se têm desenvolvido no médio prazo, as tendências ideológicas extremadas que podemos, grosso modo, designar por "revolucionárias" e "contra-revolucionárias" ou, no curto prazo, os ritmos de alternância no poder que conhecemos sob diferentes designações: esquerda/direita, socialistas/sociais-democratas, democratas/republicanos ou progressistas/conservadores. Contudo, as sociedades e as populações não deixam de existir e as culturas, por muito que se adaptem à mudança, também não... apesar da aculturação, da miscigenação e da multiculturalidade. A propósito desta reflexão vale a pena ver e ouvir o vídeo sobre a cultura do Sertão brasileiro com textos de Roger Bastide, Darcy Ribeiro, Josué de Castro, Guimarães Rosa e outros...
Política e Economia, Hoje - à espera do "Super-Homem"?
Manuela Ferreira Leite, em entrevista ao "Diga lá, Excelência" afirma querer ganhar eleições sem contudo reclamar uma maioria absoluta... para poder compreender a sua já habitualmente enredada argumentação sobre a questão da governabilidade, presumo que isto significa a confiança numa aliança táctica com o CDS... sem soluções para o país, a líder da oposição insiste no reducionismo discursivo assente na gratuita reivindicação dos votos dos eleitores... como aliás, acontece com a generalidade dos políticos portugueses nomeadamente, no que se refere à apresentação de um pensamento próprio que, meritoriamente, denote o que pretendem os candidatos ao Parlamento Europeu fazer quando forem eleitos... Enquanto o mundo dá sinais de continuidade de uma crise gravissima (leia-se o que dizem José Manuel Dias no Cogir e Filipe Tourais no País do Burro), constata-se a incapacidade de utilizar este momento para, de forma efectiva, se proceder a mudanças radicais que, no plano político-ideológico (retirem-se algumas conclusões do texto de JMCorreia Pinto no Politeia) e económico-social, são indispensáveis para um controlo dos custos sociais da crise que minimize os seus efeitos nas populações. Na verdade, só a título de exemplo, veja-se o que se passa com os produtores de carne e de leite portugueses... com a crise social, o desemprego e a fome que ameaçam os cidadãos pobres e em risco de pobreza, não seria uma causa digna contribuir de forma efectiva para a reforma dos princípios comunitários que têm regido a PAC?... ou os políticos do nosso futuro próximo querem apenas ser correias de transmissão de um pensamento e de um Direito que a realidade prova estar a afastar-se a grande velocidade dos pressupostos da cidadania europeia, facilitando o caminho à exclusão a que conduz a contínua redução do acesso aos modos de sobrevivência inerentes ao que, no âmbito dos Direitos Humanos, se reconhece indispensável à dignidade da existência humana?... sexta-feira, 15 de maio de 2009
Contagem decrescente...

quinta-feira, 14 de maio de 2009
Leituras cruzadas...
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Alianças da razão...

segunda-feira, 11 de maio de 2009
Pensar a Europa entre a Neoliberalização e a Regulação...


A pseudo-preocupação social da direita...
domingo, 10 de maio de 2009
A Exclusão Social como Património...
... como se de uma herança antiga se tratasse, a exclusão social transmite-se geracionalmente e reproduz-se, multiplicada por espaços descontínuos percorridos, sempre em busca de uma vida melhor... despojados, potenciais camponeses e operários fugiram à sorte da inércia e, instalados nas periferias que puderam ocupar, sobrevivem ainda sob o horizonte do olhar dos que os estigmatizam, remetendo-os para o lugar que sobra, situado lá ao fundo de uma hierarquia social permanentemente reinventada... depois, imigram... e a continuidade da exclusão persegue-os, como um património que consigo arrastam... proletários, sem terra, imigrantes, nómadas, pobres, tristes, violentos, revoltados, quase apátridas, emudecidos e amordaçados... por tantas terras do mundo, por tantos bairros de todo o lado... povoando, como uma memória que se recusa verbalizar, uma espécie de direito à vizinhança de ser-se humano... enquanto a integração espera, sempre adiada, num canto esquecido, ao lado do poder cego que, sem o saber, persiste em manter a ilusão de se exercer, quando está, afinal, imobilizado...
Apache Indian...
É necessário recorrer à Linguagem Universal para que, sem palavras turvas no sentido ou dúbias no significado, se compreenda a sacralidade da vida e a inalienável igualdade do direito a vivê-la com dignidade?... Fica um exemplo conseguido pela Putumayo World Music na série World Reggae com "OM NUMAH SHIVAYA" de "Apache Indian".
sábado, 9 de maio de 2009
No Dia da Europa, a Bela Vista...


Do Descontentamento Social à Acção Política...

Analogia... por todos nós... para todos nós!
João de Almeida Neto diz "O Meu País"... o bem-amado país de cada um que torna orfãos os filhos e os abandona, quase apátridas, na sua própria terra...
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Do Eleitoralismo à Qualidade Democrática...

quinta-feira, 7 de maio de 2009
Leituras Cruzadas...
terça-feira, 5 de maio de 2009
Da Consciência à Convergência Democrática...
segunda-feira, 4 de maio de 2009
A Crise - das previsões ao "interesse nacional"...
domingo, 3 de maio de 2009
Uma Política Europeia com Rosto Feminino
Nos tempos que correm, verificada que está a dimensão do vazio ideológico, em detrimento de um pragmatismo que facilmente se transfere de um extremo ao outro do espectro político, Martine Aubry, actual Secretária-Geral do Partido Socialista Francês e Presidente da Câmara de Lille, é uma figura a reter no panorama político europeu. Durante o período em que decorreu a campanha para a sua eleição, pensou-se que Segolène Royal, divorciada do anterior Secretário-Geral do PSF, François Hollande, e com uma imagem que remetia para o estilo europeu de uma Hilary Clinton, iria ganhar a corrida. Martine Aubry, considerada por muitos, idealista e "excessivamente" de esquerda, venceu. No entanto, pelo menos em Portugal, nunca se percebeu exactamente porquê. Que qualidades tem Martine Aubry para justificar o voto de confiança dos socialistas franceses? - eis a pergunta que, no nosso país, não teve, na minha opinião, a devida visibilidade... porque Martine Aubry é, mais do que uma imagem sorridente, moderna e de discurso fácil, uma mulher inteligente, perspicaz, culta, sensata, atenta à realidade objectiva das questões sociais e da coexistência igualitária valorizadora da diversidade... uma mulher que, ao invés de se tornar dependente dos media e de um discurso "politicamente correcto" - mas, de certa forma, "estafado" ao ponto de soar a demagogia eleitoral, percorreu o terreno, multiplicando-se em reuniões e encontros que a aproximaram directamente dos cidadãos... uma mulher cuja credibilidade tem, em obra feita na gestão autárquica de uma das maiores e mais complexas cidades francesas, um garante de credibilidade... uma mulher com ideias próprias sobre o mundo contemporâneo, conhecedora das dinâmicas actuais em curso na política internacional, convencida de que a intervenção global para combater a crise implica duas frentes de batalha, uma no plano nacional e outra no plano comunitário, que deverão avançar em simultâneo, sem subalternização de uma face à outra... uma mulher que considera insuficientes as medidas económico-financeiras adoptadas até ao momento e que afirma que a reorganização social em função de uma renovada e mais justa distribuição da riqueza, exige um (re)investimento nos aparelhos produtivos e o reforço das políticas sociais até que sejam visíveis os resultados das inovações indispensáveis para o superar dos impasses e retrocessos económicos na vida das famílias e dos cidadãos. Segundo Martine Aubry: "nunca a sociedade precisou tanto do socialismo", entendido este como o modelo organizacional que melhor garante, num quadro multicultural marcado pelo desemprego, os equilíbrios socio-económicos indispensáveis à sustentabilidade social e à continuidade do desenvolvimento. De José Saramago ao 1º de Maio - aproximações à ética e à responsabilidade política
Pela Paz e a Não-Violência!

sábado, 2 de maio de 2009
A Esquerda, Reaccionária?!
Surpreendeu-me ouvir, ontem, comentadores e políticos que, pensando-se "de esquerda", argumentaram com a mesma infundada e ridícula retórica a que todos os agentes repressivos, autoritários e violentos recorrem, quando pretendem justificar os actos de desrespeito pelos Direitos consagrados democraticamente. A este propósito, seguramente, a "direita" ripostaria ser efectiva ingenuidade da minha parte, uma vez que desordem, violência e desrespeito são atitudes que tendem a identificar com a esquerda que é, na sua perspectiva, desobediente, desordeira e desrespeitadora... curiosamente, para dar um exemplo paradigmático, foi esta a imagem e a representação que, historicamente, afastou, já nos meados do século XX, os anarquistas do panorama político com visibilidade pública! Infelizmente, talvez por mero e menor oportunismo eleitoralista ou, na verdade, por insustentabilidade e credibilidade ideológica, parte da dita "esquerda" conformou-se com esta representação cujo teor se aproxima do que, noutros contextos, classificariam como xenófobo - para não dizer marginal ou delinquente. E, portanto, entre outros, comentadores como Manuel Loff e políticos como Miguel Portas (numa primeira intervenção sobre o caso) vieram alegar, relativamente à violência que ontem marcou, contra Vital Moreira, a evocação do 1º de Maio, que o facto era previsível na medida em que o contexto de desemprego e crise explicam a agressividade contra um representante do Governo... mais surpreendente ainda, foi ouvir as vergonhosas declarações de Jerónimo de Sousa, actual Secretário-Geral do PCP, e outras, como as de putativos militantes ou simpatizantes de esquerda, alegando que o PS deveria ter acautelado a ocorrência, não indicando Vital Moreira como um dos seus representantes na manifestação da CGTP! Antes de mais, convém dizer que, afirmações deste género descredibilizam as forças políticas de que estes protagonistas fazem parte e que, além disso, denotam que o projecto social e político que defendem para a sociedade arrasta, na sua perspectiva, a ocorrência de uma compreensível violência social que não é difícil perceber que só poderia ser legitimada no contexto da repressão política! Por tudo isso, ontem, a Esquerda viu traídos os valores em que diz acreditar, em resultado da mais gratuita, oportunista, injusta e indigna postura eleitoralista. Agora, se a ilusão dos discursos populistas desta esquerda na defesa dos mais desfavorecidos, dos pobres e dos trabalhadores arrancava simpatias à esquerda ideologicamente coerente e responsável, a verdade está à vista. A Esquerda não acredita nesta gratuitidade da violência e o fundamento da sua existência decorre da negação radical da agressão e repressão como meios de exercício do poder... por isso, as leituras e comentários deste teor que ontem foram, diversamente, proferidas, tiveram, inevitalmente, como consequência, o facto de agora já não ser possível ao eleitorado acreditar que estas pessoas e entidades defendam, efectivamente, um projecto social sustentado capaz de rectificar o sistema, conduzindo a uma sociedade mais democrática, mais equitativa e mais justa! ... e a responsabilidade do impacto socio-político destas atitudes hostis, agressivas e discriminatórias, é, exclusivamente dos próprios que, tentados pela facilidade demagógica, deixaram, afinal, cair as máscaras! sexta-feira, 1 de maio de 2009
A Vergonha Anti-Democrática no 1º de Maio em Portugal
O Direito ao Trabalho...
Dia do Trabalhador, o 1º de Maio de 2009 inscreve-se num contexto particularmente complexo que justificaria a solidariedade de todos os cidadãos. Se assim não acontece é porque a sua celebração foi, progressivamente, sofrendo apropriações que justificam a ocupação do actual plano sindical português, por duas grandes centrais sindicais a que acrescem pequenos grupos partidários sindicalistas e sindicalizados, Uma análise política da situação laboral em Portugal, na Europa e no mundo conduz-nos, entretanto, à constatação da homogeneidade de uma realidade que transcende as diferenças entre todos - as quais, aliás, só podem justificar-se no quadro real da suficiência do emprego e não do desemprego... porque o desemprego é objecto de um combate político comum a todos: o combate pelo Direito ao Trabalho e pelos Direitos Laborais (leia-se a este propósito, o post que publiquei no Eleições 2009). E a dimensão do Direito ao Trabalho e dos Direitos Laborais, a par da criação de emprego e do combate eficaz ao desemprego deveria ser um dos mais debatidos temas das campanhas eleitorais porque, se, na legislação europeia, se equaciona a alteração do horário semanal para as 78 horas, é preciso que se conheçam, relativamente a esta matéria, as posturas a defender e desenvolver no Parlamento Europeu, pelos protagonistas que lideram as listas partidárias... tal como é necessário conhecer com transparência as políticas governamentais que irão ser propostas nas legislativas e as que decorrem dos programas eleitorais autárquicos que vão subscrever (a propósito das eleições autárquicas pode ler-se o texto que publiquei sob o título "Presságios Autárquicos" no Eleições 2009)... O Direito ao Trabalho é um direito de Todos! Viva o 1º de Maio!