Com uma taxa de desemprego que atingiu os 13,6%, Portugal é agora o 3º país com maior número de população activa desempregada.,, acrece ao facto um PIB que persiste em tendência de quebra e o aumento de uma carga fiscal avassaladora. Por isso, apesar da justa decisão de não aumentar o IRS aos funcionários públicos cuja penalização ultrapassou já os limites do razoável, o facto é que a nova regra sobre a mobilidade de quem desempenha funções públicas constitui um precedente para o aumento do desemprego e da crise social porque o afastamento compulsivo da residência familiar destes trabalhadores conduzirá a um aumento de despesas que grande parte não terá condições para enfrentar. Assim, as medidas de austeridade aplicadas indiscriminadamente começam, de forma inquestionável, a revelar, cada vez mais, a gravidade dos seus efeitos secundários, com sequelas perigosas para a sanidade de um tecido social cada vez mais fragilizado... porque a austeridade, o aumento da carga fiscal e a liberalização radical das regras laborais podem ter sucesso em economias onde o poder de compra, o consumo, a taxa de emprego e o nível de vida são realidades que se situam muito acima dos indicadores de razoabilidade mas, em países onde o consumo desce assustadoramente em sentido inverso à vertiginosa subida do desemprego, a receita só pode conduzir ao agravamento social da existência individual, familiar e colectiva dos cidadãos... Torna-se por isso urgente reconhecer que a União Europeia optou por um caminho que se encaminha cega, firme e hirta, para onde a Grécia já se encontra... e todos os europeus sentem e sabem que, por tudo isto, temos, à porta, um futuro de pobreza e violência cujo preço a História cobrará aos seus responsáveis.
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