Atravessamos, seguramente, a maior crise do neoliberalismo que os seus defensores alguma vez puderam imaginar e que os seus opositores sempre recearam sem, contudo, preverem a celeridade com que se chegaria ao ponto de ruptura em que nos encontramos. Os mercados, os mecanismos internacionais de controle financeiro, a Europa e os governos perderam a cabeça e insistem na prática exclusiva do mais radical instrumento de manipulação política: a redução da capacidade de sobrevivência de cidadãos, famílias e populações. Deste modo, garante-se o inevitável aumento do ritmo de diminuição do crescimento que, pela drástica descida de salários e apoios sociais associada à escalada de aumento de impostos, conduzirá ao grau de "crescimento zero" dos países que têm garantido a existência de um Estado Social que os mercados elegeram como inimigo público nº1 da lógica do máximo lucro. Por isso, os anúncios políticos deste massacre social podem ser feitos em nome dos custos de um "incumprimento" que hipotecará, de todo, o pagamento dos salários de que depende a sobrevivência das pessoas. Não há alternativa? Há alternativa(s), sim... há alternativas mas são alternativas que passam, incontornavelmente!, por uma mudança ideológica profundissima que, provavelmente, os políticos contemporâneos não são capazes de ter a humildade e o saber de construir... que ninguém se convença que uma qualquer operação de cosmética política pode mudar o que é, efectivamente, decisivo, mudar! Mais do que o descontrole financeiro da dívida pública que, alegadamente, "afundou" as economias e as soberanias nacionais, o descontrole da gestão financeira tem um norte: proteger o mundo da alta finança e hipotecar milhares e milhões de cidadãos, cujo direito a uma vida com dignidade fica, cada vez mais, irremediavelmente hipotecado - por ser, afinal!, o preço desta "jogada final" do neoliberalismo selvagem.
(ler AQUI e AQUI)
Estamos de acordo... apenas diferimos neste ponto: "há alternativas mas são alternativas que passam, incontornavelmente!, por uma mudança ideológica profundissima que, provavelmente, os políticos contemporâneos não são capazes de ter a humildade e o saber de construir...", é que eu acho que há essa gente...
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