sexta-feira, 31 de maio de 2013

A "Dança do Desempregado"...

... de Gabriel o Pensador... a fazer lembrar B. Brecht... hoje tu... amanhã eu!... talvez seja triste a constatação mas, a verdade é que, quando não se perspectivam alternativas, o desespero sustenta a solidariedade... e a esperança!...

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Não! - Um Imperativo Categórico...

 
(a imagem do cartaz chegou via Nuno Ramos de Almeida no Facebook)

Desigualdades? Não, Obrigado!


A percepção e a reação às desigualdades é, mais do que se poderia pensar!, extensível a outras espécies... vejam o que acontece quando, a dois macaquinhos a quem se pede o mesmo desempenho (entregar uma pedrinha) se retribui de forma diferente (com uvas ou pepinos)...
Recomenda-se a reflexão, a partir da analogia...
(o vídeo chegou via Nuno Ramos de Almeida no Facebook)

domingo, 26 de maio de 2013

Da Humanista Arte da Vida e da Política...

 
"(...) É bom que jamais percam a necessidade e o gosto de escrever, de pintar, de tocar um instrumento, de mesmo em silêncio, sem assim se chamarem, continuarem a ser artistas." (p.202)

Álvaro Cunhal in "A Arte, o Artista e a Sociedade"
(Editorial Caminho, Lisboa, 1996)

sábado, 25 de maio de 2013

Para Amanhecer ...

... "Le Métèque" de Georges Moustaki... em português! (via José Manuel Correia Pinto no Facebook)

Maio - da Poesia à Revolução...


... porque "Le Méteque" foi símbolo do Maio de 68 e Georges Moustaki, na sua infinita simplicidade e doçura humana, feita da multiculturalidade que nos fez chegar aqui e nos levará mais longe, "já não mora aqui" mas, cá ficará... na História, para sempre!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Uma Pérola Intemporal - Homenagem a Georges Moustaki

(via Diamantina Evaristo no Facebook)

Sonoridades...


... "Ma Liberté" na voz de Georges Moustaki... uma homenagem que partilho a partir da inspiração de Maria Leonor Balesteros no Facebook...

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Fundamental e Prioritário...

... desculpem, mas a citação ocorreu-me, em termos analógicos, a propósito da relação do nosso país com os seus credores, alguns dos quais consideram Portugal um caso de sucesso, pelas políticas de austeridade com que tem vindo a aplicar as imposições internacionais... mas, também, pela alegria sem sentido dos que, do lado de cá da mesa, preferem o elogio do martírio da sociedade portuguesa à afirmação contundente de propostas alternativas à arquitectura económico-financeira europeia... enfim... cada um é aquilo em que acredita... mas se, afinal de contas, devemos avaliar os procedimentos pelos seus efeitos, é caso para dizer que ideologia, demagogia e diplomacia estão, nos dias que correm, cada vez mais de mãos dadas, afastando-se vertiginosamente dos valores democráticos de que, por ora, ainda se alegam representantes - apesar de o serem apenas enquanto público e intérpretes de uma burlesca pantomina, cientes da fição irónica e mal-ensaiada com que  desempenham o papel de bom-aluno, pago com a exposição pública dessa humilhação perante os milhões de vítimas de uma austeridade que precisa urgentemente de se simular e fantasiar para credibilizar a sua legitimação (já agora e por curiosidade: por outras palavras, foi mais ou menos isto que Bagão Félix disse no seu comentário televisivo de 4ªf)... pois... talvez por tudo isto seja de retomar esse princípio básico da responsabilidade social que deve presidir à gestão da Polis em todas as suas dimensões: o respeito pelos cidadãos é fundamental e prioritário... sem ele, é mesmo o regime que está em causa!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Conselho de Estado: Um Não-Assunto?!

O Professor Jorge Miranda disse, sem titubear!, que falar do pós-troika "não faz sentido nenhum" (LER AQUI)... os comentadores esforçam-se, entretanto, em encontrar matéria para proceder a análises políticas interessantes mas, para além da reivindicação de eleições por parte do PS (reivindicadas também e há mais tempo pelo BE e pelo PCP), pouco têm a acrescentar... hoje, António Vitorino fez, na televisão, afirmações muito interessantes no sentido de esclarecer a urgência que implica a reforma da arquitectura europeia!... no meio disto tudo, o mais importante continua a ser o desemprego, a falta de investimento, a ausência de crescimento e a desesperança - cenário que, mesmo no médio e no longo prazo, traz indexada a dependência económico-financeira dos credores internacionais que, como fantasmas, assomam à esquina de todos os nossos futuros, no quadro da formatação legislativa e institucional comunitária em que se inscreve esse nominal valor que dá pelo nome de soberania nacional... No meio de tudo iso, o Conselho de Estado é, absoluta e inequivocamente, um Não-Assunto... e se nele assunto houvesse seria o do significado que tem, num regime democrático, um Conselho de Estado, numa situação de crise grave e de emergência nacional, não ter significado nenhum!  

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Da Megalomania à Subserviência...

«Ninguém me encomendou o sermão, mas precisava de desabafar publicamente. Não posso mais com tanta lição de economia, tanta megalomania, tão curta visão do que fomos, podemos e devemos ser ainda, e tanta subserviência às mãos de uma Europa sem valores» (Miguel Torga- 1993)
( via Victor Couto no Facebook)

domingo, 19 de maio de 2013

Sózinhos na Sala...

"Estamos sózinhos na sala..." dizia, há pouco, José Sócrates no seu comentário semanal... e reiterava, afirmando que somos já o único bom aluno, que estamos sózinhos na sala e que já nem há professores para tutelar a defesa da ideologia da austeridade que subjugou a Europa... a mesma Europa de que alguns partidos alemães querem expulsar os países do sul, em que a Alemanha não cresce, em que a França entrou em recessão técnica e em que, além da Irlanda, da Grécia, de Portugal e do Chipre, a Espanha e a Itália estão economicamente demolidas... Disse-o hoje, de forma feliz (infeliz mas lucidamente!), na rubrica semanal da RTP1 "A Opinião de José Sócrates", resumindo a contemporaneidade e a essência da realidade portuguesa:
 

Do Carisma Político...

Álvaro Cunhal  
Cem anos
A vida põe-nos na cara aquilo que somos,agora ,olhem para as caras dos nossos "governantes"e comparem...
No centenário de Álvaro Cunhal, vale a pena visitar a Exposição aberta ao público até ao próximo dia 2 de Junho, no Pátio da Galé, à Rua do Arsenal (junto ao Terreiro do Paço), em Lisboa... para evocar e ter presente que é possível ser Político e Acreditar na Força da Convicção para a Mudança... ou, de outro modo dito, para relembrar a essência carismática da Política.

Do Carisma Político...


Álvaro Cunhal  
Cem anos
A vida põe-nos na cara aquilo que somos,agora ,olhem para as caras dos nossos "governantes"e comparem...

sábado, 18 de maio de 2013

Manuel Alegre com Nuno Ramos de Almeida!

Hoje, no Facebook, Manuel Alegre escreveu:
"Neste momento o PS é um partido de oposição que tem de romper com a pior coisa que aconteceu ao nosso mundo que foi o bloco central dos interesses.
Essa ruptura com a ausência de alternativas e com este neo-rotativismo, que historicamente levou à queda da monarquia em Portugal, é fundamental. As pessoas têm de saber que fazem escolhas. Que a democracia é uma escolha e que elas não são monopolizáveis pelos directórios partidários e que significam mesmo políticas diferentes. É necessária uma ruptura em Portugal.
"
... e sugere a leitura da entrevista que deu ao Nuno Ramos de Almeida!... Duplamente aconselhável, digo eu... para ler AQUI!

Não há vazios...

(via Flávio Pinho no Facebook)

Diminuiu a Receita dos Impostos?!...

... ontem, foi notícia o facto da receita resultante dos impostos ter diminuido em 2012... a razão, segundo a comunicação social televisiva, decorreu da recessão económica... pois... de qualquer modo, seria mais útil a frontalidade: face ao desemprego é óbvio que não poderia ter sido de outro modo! A gestão económica e financeira que a "austeridade" tem liderado denota, a passos largos!, a incompetência que a sustenta... Pena é que os lesados sejam sempre os mesmos: os trabalhadores e os desempregados!

Sonoridades...

(via Filomena Rodrigues no Facebook)

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Resistir... porque Querer é Poder...

... "Die Rote Blume" isto é, "Os Cravos Vermelhos"... (via Helena Pato no Facebook)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Do Lápis Azul aos "Acasos" Informáticos...

A Censura, como todos os mecanismos de controle social, também se adapta, adequa e socorre das novas tecnologias... por isso, as novas formas de linguagem e comunicação que, nas chamadas "redes sociais", se configuram em blogues, facebook's e afins, são produtos susceptíveis desses procedimentos. O que está em causa é, ainda e sempre!, o direito à liberdade de expressão por um lado e, por outro, o medo da razão, da cultura, da liberdade e da verdade - porque, como bem se sabe: "Só a verdade é revolucionária"... e o despojamento dos interesses corporativos aproxima-nos da capacidade de reação eficaz pelo reforço cultural da consciência crítica que nos distancia da manipulação com que nos tentam adormecer os que nos preferem calados! Porém, nos tempos que correm, é cada vez mais urgente levantar o pensamento e, completando o que um dia Sebastião da Gama formulou, dizendo: "Pelo Sonho é que Vamos", é tempo de afirmar: "Pela Liberdade de Expressão é que se Faz o Caminho da Mudança e, consequentemente, da Revolução!". É preciso reinventar a Palavra, o Tom, o Conteúdo e a Forma e devolver à Opinião a força lúcida da Razão com que reescreveremos a Realidade... porque a História não Acaba Aqui!
(Este texto foi escrito a pensar solidariamente no que é, para mim, o melhor blogue de análise política da blogosfera portuguesa: POLITEIA

domingo, 5 de maio de 2013

Todos os Dias...

... são DIA DA MÃE!

Da Austeridade Europeia à Violação dos Direitos Humanos...

É uma iniciativa inédita mas, a realidade a isso obriga: a  Amnistia Internacional alerta para as consequências da austeridade na União Europeia, dando voz ao sentimento generalizado de que a gestão político-económica contemporânea está a conduzir a realidade social a um patamar inusitado na União Europeia (pelo menos, com a dimensão coletiva que estamos a verificar) e que nos afasta, a passos largos, da consideração (até há uns anos, inequívoca) de que o espaço comum europeu é um território desenvolvido onde estão assegurados os direitos sociais.. de tal forma que está a ser assinado um Protocolo que permite a apresentação de denúncias e o recurso direto à justiça nas Nações Unidas, após a falta de respostas adequadas por parte das instâncias nacionais, sempre que estejam em causa ou que os governos falhem no cumprimento dos direitos relativos à àgua, à saúde, à educação, à habitação condigna e à segurança social (ler Aqui)... e se é difícil medir, à partida, o resultado concreto deste dispositivo, cientes de que o tempo de concretização e resolução dos processos não é o desejável (nem, provavelmente, o necessário e suficiente) para atender às necessidades das pessoas, a verdade é que a iniciativa é profundamente emblemática do estado real do desenvolvimento civilizacional europeu... e do papel histórico que a ideologia neo-liberal germânica e das instituições financeiras internacionais está a provocar na vida dos cidadãos e dos povos, abrindo uma guerra contra as massas de dimensões trágicas, enquadradas em valores que nos remetem para relações feudais de servilismo e vassalagem, onde desemprego e fome são a moeda de troca.    

Sonoridades Intemporais...

... pela genial arte da mão e da alma de Nobuyuki Tsujii, um jovem pianista cego japonês, a "Campanella" de Liszt... (o vídeo chegou via Helena Pato no Facebook)

sábado, 4 de maio de 2013

Do País entre a Política e a Gestão da Ruína...

No 39º aniversário do PSD não esteve presente nem um dos seus anteriores dirigentes!.. este "detalhe", potencialmente relativizável!, é, neste momento, um indicador incontestável do apoio social da atual governação!... De facto, apesar do seu estado de negação da realidade (sustentado pelo poder da palavra de Cavaco Silva), o governo de Passos Coelho está politicamente isolado... Vale a pena relembrar que a ideologia que o aparelho governativo diz professar, é a que subjaz ao texto que vale a pena reler e que passo a transcrever... porque, de facto!, a forma como está a ser gerida a economia e a sociedade não tem nada de social nem de democrata! - e essa é a maior evidência de que estamos perante uma forma de fazer política de tal forma destrutiva que nem o nome de política merece mas, apenas, o de gestão contabilística da ruína e da falência!

Carta Aberta de Silva Peneda ao Ministro das Finanças Alemão:
 
 
"O Senhor Ministro afirmou que há países da União Europeia que têm inveja da Alemanha. A primeira observação que quero fazer, Senhor Ministro, é que as relações entre Estados não se regem por sentimentos da natureza que referiu. As relações entre Estados pautam-se por interesses.
Queria dizer-lhe também, Senhor Ministro, que comparar a atitude de alguns Estados a miúdos que na escola têm inveja dos melhores alunos é, no mínimo, ofensivo para milhões de europeus que têm feito sacrifícios brutais nos últimos anos, com redução muito significativa do seu poder de compra, que sofrem com uma recessão económica que já conduziu ao encerramento de muitas empresas, a volumes de desemprego inaceitáveis e a uma perda de esperança no futuro.
E acrescentou o Senhor Ministro: “Os outros países sabem muito bem que assumimos as nossas responsabilidades…”. Fiquei a saber que a nova forma de qualificar o conceito de poder é chamar-lhe responsabilidade!
E disse mais o Senhor Ministro: “Cada um tem de pôr o seu orçamento em ordem, cada um tem de ser economicamente competitivo”. A este respeito gostaria de o informar que já tínhamos percebido, estamos a fazê-lo com muito sacrifício, sem tergiversar e segundo as regras que foram impostas.
Quando o ministro das Finanças do mais poderoso Estado da União Europeia faz afirmações deste jaez, passa a ser um dos responsáveis para que o projeto europeu esteja cada vez mais perto do fim.
Passo a explicar. O grande objetivo do projeto europeu foi garantir a paz na Europa e como escreveu um antigo e muito prestigiado deputado europeu, Francisco Lucas Pires, “… essa paz não foi conquistada pelas armas mas sim através de uma atitude de vontade e inteligência e não como um produto de uma simples necessidade ou automatismo…”. A paz e a prosperidade na Europa só foram possíveis porque no desenvolvimento do projeto político de integração europeia teve-se em conta a grande diversidade de interesses, as diferentes culturas e tradições e os diferentes olhares sobre o mundo. Procurou-se sempre conjugar todas essas variedades, tons e diferenças dos Estados-membros numa matriz de valores comuns.
Esta declaração de Vossa Excelência põe tudo isto em causa, ao apontar o sentimento da inveja como o determinante nas relações entre Estados-membros da União Europeia. Quero dizer-lhe, Senhor Ministro, que o sentimento da inveja anda normalmente associado a uma cultura de confrontação e não tem nada a ver com uma outra cultura, a de cooperação.
Com esta declaração, Vossa Excelência quer de forma subtil remeter para outros Estados a responsabilidade pela confrontação que se anuncia. Essa atitude é revoltante, inaceitável e deve ser denunciada.
A declaração de Vossa Excelência, para além de revelar uma grande ironia, própria dos que se sentem superiores aos outros, não é de todo compatível com a cultura de compromisso que tem sido a matriz essencial da construção do sonho europeu dos últimos 60 anos.
Vossa Excelência, ao expressar-se da forma como o fez, identificando a inveja de outros Estados-membros perante o “sucesso” da Alemanha, está de forma objetiva a contribuir para desvalorizar e até aniquilar todos os progressos feitos na Europa com vista à consolidação da paz e da prosperidade, em liberdade e em solidariedade. Com esta declaração, Vossa Excelência mostra que o espírito europeu para si já não existe.
Eu sei que a unificação alemã veio alterar de forma muito profunda as relações de poder na União Europeia. Mas o que não deveria acontecer é que esse poder acrescido viesse pôr em causa o método comunitário assente na permanente busca de compromissos entre variados e diferentes interesses e que foi adotado com sucesso durante décadas. O caminho que ultimamente vem sendo seguido é o oposto, é errado e terá consequências dramáticas para toda a Europa. Basta ler a história não muito longínqua para o perceber.
Não será boa ideia que as alterações políticas e institucionais necessárias à Europa venham a ser feitas baseadas, quase exclusivamente, nos interesses da Alemanha. Isso seria a negação do espírito europeu. Da mesma forma, também não será do interesse europeu o desenvolvimento de sentimentos anti-Alemanha.
Tenho a perceção de que a distância entre estas duas visões está a aumentar de forma que parece ser cada vez mais rápida e, por isso, são necessários urgentes esforços, visíveis aos olhos da opinião pública, de que a União Europeia só poderá sobreviver se as modificações inadiáveis, especialmente na zona euro, possam garantir que nos próximos anos haverá convergência entre as economias dos diferentes Estados-membros.
As declarações de Vossa Excelência vão no sentido de cavar ainda mais aquele fosso e, por isso, como referiu recentemente Jean-Claude Juncker a uma revista do seu país, os fantasmas da guerra que pensávamos estar definitivamente enterrados, pelos vistos só estão adormecidos. Com esta declaração, Vossa Excelência parece querer despertá-los.
José da Silva Peneda
Presidente do Conselho Económico e Social"

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Sonoridades...


Um Olhar de Alerta e Lucidez: "O Credo da Desgraça"

O texto que aqui partilho é da autoria de Pedro Bacelar de Vasconcelos e foi publicado no "Jornal de Notícias":

"O CREDO DA DESGRAÇA

Três revoluções sangrentas assinalaram na Europa e na América o nascimento das instituições políticas contemporâneas que através dos processos de colonização, da dominação imperialista, da resistência popular e conflitos militares de enorme violência, iriam generalizar por todo o planeta as fórmulas de organização social que designamos por Estado de Direito e Democracia Constitucional.
A primeira, foi a "Revolução Gloriosa" inglesa de 1688 que destronou o Rei Jaime II depois de ter cortado a cabeça de Jaime I e de uma breve experiência republicana, e que impôs a supremacia do parlamento e grande parte das instituições que descrevem o funcionamento das atuais democracias representativas. A segunda foi a "Revolução Americana" que, em 4 de julho de 1776, denuncia o "despotismo absoluto" da Grã-Bretanha e põe termo a uma "história de repetidas ofensas e usurpações", declarando a independência das colónias inglesas da América do Norte. A terceira foi a "Revolução Francesa" de 1789 que afirmou o valor universal da "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" e proclamou que a "sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição".
Foram trezentos anos pontuados por guerras terríveis e confrontos sangrentos mas que o poder político democrático e a expectativa sempre renovada do cumprimento de uma promessa de prosperidade comum conduziu até ao presente. Ao cabo de trezentos anos de inegáveis sucessos, o "mercado livre" impera em todo o planeta e as relações de interdependência económica desembocaram na atual hegemonia financeira construída à custa da crescente irrelevância política dos "estados soberanos". Em nome dos dogmas da "desregulação" e da otimização da racionalidade económica que entretanto se tornaram dominantes, destacou-se o ativismo de Ronald Reagan e Margareth Thatcher seguidos de Bill Clinton, Tony Blair e, por fim, dos sociais-democratas europeus rendidos àquilo que se chamou a "terceira via", teorizada e operacionalizada pelos democratas americanos e trabalhistas ingleses. A deslocalização e desterritorialização das atividades económicas, a intensificação dos fluxos migratórios e as novas tecnologias de comunicação e vigilância em breve iriam facilitar a substituição da chantagem da "guerra nuclear total" pelo fantasma de uma "guerra civil internacional" - como diz Giorgio Agamben - já ensaiada por George W. Bush a pretexto do combate ao terrorismo.
O fim da guerra fria vai servir de pretexto oportuno para atacar o agora tão deplorado "estado providência" e para criar uma atmosfera propícia à promoção de uma ideologia revanchista que se abate, hoje, sobre as grandes aquisições civilizacionais destes últimos três séculos. Na era da globalização, depois dos exemplos do Chile, da China ou do Vietname, a liberdade económica deixou de estar associada à liberdade política e à democracia.
A nova ideologia, à semelhança do que se dizia do velho "socialismo científico", é totalitária e, curiosamente, tenta também fundar na teoria económica e no fatalismo histórico as suas verdades irrefutáveis. Exalta os fortes e castiga os fracos. Prescreve a resignação e a penitência. Por isso, os cortes estruturais na "despesa pública" agora anunciados já só carecem da ideia de "reforma do estado" como mero invólucro... para salvar as aparências. Não importa o aumento da carga fiscal desde que sirva para alcançar o merecido empobrecimento geral e os credores sejam pagos com a venda das empresas púbicas em que se andou a investir tanto tempo com tanto empenho. Não é preciso sequer o esforço de demonstrar onde se poderão obter ganhos de racionalidade e melhorar a eficácia dos serviços públicos. Basta o peso dos números com que se quantificam os cortes! Só o poder político democrático, a lucidez e a vontade dos cidadãos poderão erguer uma barreira efetiva à euforia destruidora dos epígonos do novo credo."
 
Pedro Bacelar de Vasconcelos in JN

Sonoridades...

quarta-feira, 1 de maio de 2013

1º de Maio - A Homenagem...

(via Jorge Humberto Filipe no Facebook)

Do Sentido e da Necessidade do 1º do Maio!

Hoje, o sentido do 1º de Maio é não só o de evocar e reiterar os Direitos dos Trabalhadores mas, também, os dos Desempregados! De facto, na medida em que o desemprego é uma atribuição social que se aplica às Pessoas no que respeita à sua condição de Trabalhadoras, o 1º de Maio é, também, o Dia de Todas as Pessoas Desempregadas! Por isso, é urgente e indispensável, como há muitos anos atrás!, lutar pelo Direito ao Trabalho e ao Trabalho Digno não só porque perdemos muitos dos Direitos duramente conquistados à História da Servidão que as relações laborais e de produção instalaram e desenvolveram ao longo do processo histórico, mas, também, porque em pleno século XXI, o Desemprego é dado aos cidadãos como uma fatalidade própria destes tempos negros que atravessamos - quando a verdade é que esta realidade representa apenas o efeito de uma Sociedade Desigual, Desumana e Discriminatória que é, afinal e apesar das aparências!, aquela em que vivemos e contra a qual é preciso desenvolver todos os esforços... até retomarmos o caminho do Progresso, da Igualdade, da Liberdade, da Justiça Social e da efectiva proteção e promoção dos Direitos Humanos! Viva o 1º de Maio!