Hoje, as Forças de Segurança (da Polícia de Segurança Pública à Polícia Judiciária e do SEF à ASAE) manifestaram-se publicamente em frente da Assembleia da República. O número que chegou à comunicação social foi de 10.000 manifestantes e o inédito da situação residiu no facto dos agentes de segurança terem rompido as "barreiras" que as Forças de Intervenção costumam interpor entre os manifestantes e o acesso à escadaria da AR... Independentemente do grau de simbolismo do acesso, da cumplicidade solidária e das reivindicações corporativas (que, diga-se em abono da verdade!, vêm de há muito, confrontando-se sistematicamente com a representação de que as forças de segurança são "fidelíssimos servidores do poder político"), a verdade é que o regime foi, clara e inequivocamente, provocado!... O alerta coincidiu com a organização de uma grande Conferência que Mário Soares classificou como Encontro de Patriotas, na Aula Magna e onde estiveram presentes, em consonância, não só o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e figuras protocolares do Partido Socialista mas, também, a Associação 25 de Abril (protagonizada pelo General Vasco Lourenço), Pacheco Pereira e, ainda que sob a forma de apoios escritos, Jorge Sampaio, António Capucho e outros que converteram esta iniciativa num movimento global pela salvação do país!... No mesmo dia foi conhecido o corte institucional de relações entre o Governo e o Conselho de Reitores, que considera o orçamento de 2014 absolutamente inviável para a manutenção dos serviços mínimos do espólio que deveria constituir-se como demonstração e incentivo da eficácia do presente em nome do futuro! A conferência na Aula Magna apela à demissão do Governo e do Presidente da República, sob o lema da defesa da Constituição da República!... Há, na emergência destes sinais, a imagem subjacente de uma efetiva e comum reivindicação de novas eleições... Contudo, curiosa e infelizmente, o "aparelho" e o Secretariado do Partido Socialista desapareceram na voragem da realidade, emitindo uma mensagem contrária à que o interesse público lhe exige: a de se colocar ao lado das populações!... O problema é a real ausência de programas económicos alternativos e o espetáculo da política como opção que agrava a descrença pública na mudança! ... quanto ao drama, o drama reside na viabilidade da violência como solução a médio prazo para a emergência da contestação social... até lá, viveremos na aparência de um regime democrático ou entraremos na pele de uma outra forma de manifestação das ditaduras que a manipulação das massas configura, à imagem e à medida das tecnologias e das narrativas contemporâneas... Estamos, "de jure" e "de factu", muito longe da democracia que acreditámos ter construído! - e que, percebemo-lo agora!, se tratou de um exercício experimental que serviu apenas para que os mecanismos financeiros internacionais recuperassem a "margem de manobra" perdida com as dinâmicas da "Guerra Fria"... Voltamos à estaca zero? Não!... se soubermos tirar ilações e aproveitar os ensinamentos que esta lição nos permite retirar!
O povo quer, o povo sonha
ResponderEliminara revolução faz-se
Palavras? Leva-as o vento, que não é sustento
"se soubermos tirar ilações e aproveitar os ensinamentos que esta lição nos permite retirar! "
ResponderEliminarNem mais!
Abraço.
O povo vai continuar humilhado e cada vez mais vergado! A alma deste povo está morta!
ResponderEliminar