... Talvez a despropósito (ou talvez não!) ocorreu-me a frase da Rainha Santa Isabel quando, segundo reza a lenda, surpreendida pela autoridade na prática solidária do gesto dissimulado de distribuir pão pelos mais pobres, disse, num tom que sempre imaginei precipitado - a denotar uma aflição contida, entre a angústia e o medo: "São rosas, Senhor, são rosas!"... Ocorreu-me sim, hoje!, 40 anos depois da extraordinária, generosa e bela Revolução dos Cravos de que nos resta, ao menos!, a Dignidade da Memória!... Pensando bem, de facto!, poderemos sempre dizer, perante os ditadores do passado, do presente e do futuro: "São Cravos, Senhores, São Cravos!"... porém, o que é certo é que a Revolução de 1974 provou que a mudança é possível!... como o provaram antes as Revoluções do Maio de 68, as independências internacionais de todos os colonialismos, a vitória aliada da II Guerra Mundial, a Proclamação dos Direitos Humanos, a Revolução Russa de 1917, a Revolução Americana, a Revolução Industrial, a Revolução Francesa, as Revoluções Sul-Americanas e todas as maiores ou menores que, incontornavelmente, se preparam na dinâmica da História!... as Revoluções acontecem e a Mudança concretiza-se!... Aos povos falta apenas ganhar a experiência da gestão honesta, justa e recta dos Valores e a capacidade de resiliência face aos traumas, aos revanchismos e à tentação da corrupção!... Por tudo isto, vale a pena celebrar a coragem de quem o concretizou e a intenção digna de quem o celebra na sua essência não protocolar mas de integridade de alma... por isso, amanhã, de novo!, todos os rios irão desaguar ao Largo do Carmo!... 25 DE ABRIL, SEMPRE!
São cravos mais vermelhos como o sol, amanhá tudos estaremos no Carmo, porque a nossa memôria acordou hoje que a liberdade pode ser uma realidade hoje, aquí e agora nesta Lisboa dos nossos amores.
ResponderEliminar