sexta-feira, 25 de abril de 2014

São Cravos, Senhores, São Cravos!


... Talvez a despropósito (ou talvez não!) ocorreu-me a frase da Rainha Santa Isabel quando, segundo reza a lenda, surpreendida pela autoridade na prática solidária do gesto dissimulado de distribuir pão pelos mais pobres, disse, num tom que sempre imaginei precipitado - a denotar uma aflição contida, entre a angústia e o medo: "São rosas, Senhor, são rosas!"... Ocorreu-me sim, hoje!, 40 anos depois da extraordinária, generosa e bela Revolução dos Cravos de que nos resta, ao menos!, a Dignidade da Memória!... Pensando bem, de facto!, poderemos sempre dizer, perante os ditadores do passado, do presente e do futuro: "São Cravos, Senhores, São Cravos!"... porém, o que é certo é que a Revolução de 1974 provou que a mudança é possível!... como o provaram antes as Revoluções do Maio de 68, as independências internacionais de todos os colonialismos, a vitória aliada da II Guerra Mundial, a Proclamação dos Direitos Humanos, a Revolução Russa de 1917, a Revolução Americana, a Revolução Industrial, a Revolução Francesa, as Revoluções Sul-Americanas e todas as maiores ou menores que, incontornavelmente, se preparam na dinâmica da História!... as Revoluções acontecem e a Mudança concretiza-se!... Aos povos falta apenas ganhar a experiência da gestão honesta, justa e recta dos Valores e a capacidade de resiliência face aos traumas, aos revanchismos e à tentação da corrupção!... Por tudo isto, vale a pena celebrar a coragem de quem o concretizou e a intenção digna de quem o celebra na sua essência não protocolar mas de integridade de alma... por isso, amanhã, de novo!, todos os rios irão desaguar ao Largo do Carmo!... 25 DE ABRIL, SEMPRE!

1 comentário:

  1. São cravos mais vermelhos como o sol, amanhá tudos estaremos no Carmo, porque a nossa memôria acordou hoje que a liberdade pode ser uma realidade hoje, aquí e agora nesta Lisboa dos nossos amores.

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