TESTAMENTO
Maria Helena Vieira da Silva (1908-1993)
"Eu lego aos meus amigos
... Um azul cerúleo para voar alto.
Um azul cobalto para a felicidade.
Um azul ultramarino para estimular o espírito.
Um vermelhão para o sangue circular alegremente.
Um verde musgo para apaziguar os nervos.
Um amarelo ouro: riqueza.
Um violeta cobalto para o sonho.
Um garança para deixar ouvir o violoncelo.
Um amarelo barife: ficção científica e brilho; resplendor.
Um ocre amarelo para aceitar a terra.
Um verde veronese para a memória da primavera.
Um anil para poder afinar o espírito com a tempestade.
Um laranja para exercitar a visão de um limoeiro ao longe.
Um amarelo limão para o encanto.
Um branco puro: pureza.
Terra de siena natural: a transmutação do ouro.
Um preto sumptuoso para ver Ticiano.
Um terra de sombra natural para aceitar melhor a melancolia negra.
Um terra de siena queimada para o sentimento de duração."
Nota: texto encontrado entre os papéis de Maria Helena Vieira da Silva após a sua morte, onde nos transmite a convicção de que as cores, simples matéria pigmentada, contêm afinal todo o arco-iris de que a vida é composta.
Maria Helena Vieira da Silva (1908-1993)
"Eu lego aos meus amigos
... Um azul cerúleo para voar alto.
Um azul cobalto para a felicidade.
Um azul ultramarino para estimular o espírito.
Um vermelhão para o sangue circular alegremente.
Um verde musgo para apaziguar os nervos.
Um amarelo ouro: riqueza.
Um violeta cobalto para o sonho.
Um garança para deixar ouvir o violoncelo.
Um amarelo barife: ficção científica e brilho; resplendor.
Um ocre amarelo para aceitar a terra.
Um verde veronese para a memória da primavera.
Um anil para poder afinar o espírito com a tempestade.
Um laranja para exercitar a visão de um limoeiro ao longe.
Um amarelo limão para o encanto.
Um branco puro: pureza.
Terra de siena natural: a transmutação do ouro.
Um preto sumptuoso para ver Ticiano.
Um terra de sombra natural para aceitar melhor a melancolia negra.
Um terra de siena queimada para o sentimento de duração."
Nota: texto encontrado entre os papéis de Maria Helena Vieira da Silva após a sua morte, onde nos transmite a convicção de que as cores, simples matéria pigmentada, contêm afinal todo o arco-iris de que a vida é composta.
(via Isabel de Castro no Facebook)
Obrigada pelo comentário, Francisco! ... pouco posso dizer para além de o repetir mas, estou com a sensação de que, através deste texto, aprendi muito do que significa a linguagem da cor... e, por isso, aprofundei o conhecimento do sentido da arte - no caso, da profundidade da pintura como comunicação... Abraço.
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