sábado, 9 de junho de 2012

Espanha - O Selo Oficial da Crise...



Depois da Espanha ter recorrido à "ajuda" internacional e do descalabro da economia europeia continuar na senda do desemprego, torna-se verdadeiramente "suspeita" a razão que justifica a persistência no, cada vez mais!, abusivo recurso às alegadas "medidas de austeridade"... a megalomania autoritária do poder germânico vai conduzir os povos da Europa a uma situação de que não será fácil sair... cada vez menos!... contudo, as soluções à vista, apontadas por tantas e tantas avisadas e desinteressadas vozes, no sentido de se aumentar o investimento e promover o emprego, continuam a ser ignoradas e ludibriadas por pequenos "remendos" que se limitam, de forma dissimulada, a agravar a realidade... provavelmente, porque compromissos "de outra ordem" requerem uma miséria extrema e colectiva, para garantir o baixo custo de uma mão-de-obra que se quer alienada e escravizada, em nome da sobrevivência!... a "tradicional" lógica da gestão política, defensora do neoliberalismo e subordinada à ditadura dos mercados-sem-rosto, foi sempre, tendencialmente, o maior inimigo do interesse público... Hoje, essa tendência é inequívoca e assumida!... até um dia!... até ao dia em que os povos se levantarão em peso, nas ruas, contra a insustentabilidade que os poderes vão considerando "controlada"... nessa altura, infeliz mas justamente, ficaremos todos a perder - ainda mais!... porque, juntas, fome e descrença, irão optar, de forma cega, pelas soluções radicais que, ao longo dos tempos, criaram conjunturas cumulativa e sucessivamente cristalizadas, em estruturas que chegaram à destruição civilizacional... ou talvez não!... e enquanto aguardamos as respostas que só a História guarda no enigma do futuro, está nas mãos dos cidadãos, a resistência com a qual se invertem as dinâmicas de um futuro anunciado...       

1 comentário:

  1. Ana Paula:
    Como sempre, identifico-me totalmente com o conteúdo deste texto.
    Quanto à "ajuda" a Espanha, sinto alguma revolta pelo tratamento iníquo do 'eurogrupo'. A Espanha foi beneficiada em relação à Irlanda que pediu o resgate justamente para o mesmo fim: recapitalização da banca.
    Isto desmonta a mentira de que a Europa é única, indivisa e coesa nas políticas e medidas aplicadas pelas superestruturas que a comandam, sob nefastas mas fortes maiorias neoliberais.
    A resolução do 'eurogrupo' tem ainda a vantagem de revelar uma vez mais que os países em dificuldades, em vez de falar a uma só voz, actuam sem a menor concertação ou sintonia. Por isto também, e ainda por cima sob o comando do melhor aluno de Merkel, sofremos o que sofremos e que um dia será tanto os gregos.
    Cumprimentos,
    Carlos Fonseca

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