O projeto turístico que Roquette idealizou para o Alqueva e que contou com muitos apoios políticos mas, praticamente!, nenhum entusiasmo social, entrou em falência precoce e deu entrada no Tribunal por alegada insolvência, decorrente da ausência de capital para a sua execução (ler Aqui). Intitulado "Roncão d'el-Rei" e também conhecido por "Parque Alqueva" fora considerado como projecto de "interesse estratégico nacional" e caracterizava-se por um conjunto de equipamentos direcionados para o turismo, a saber: campos de golfe, aldeamentos turísticos, campos de férias, centros equestres, hotéis, agricultura biológica, desportos náuticos, etc.... Independentemente das razões subjacentes à falência do projeto, certo é que os alentejanos sempre suspeitaram desta "megalomania" integrada, capaz de dar resposta ao lazer de milionários que, seguramente, encontram já, por este planeta fora, entretenimentos desta natureza e luxo... Quanto a mim, considero que este tipo de empreendimentos são, essencialmente, investimentos de capital alheios às realidades regionais e locais e completamente estranhos à promoção de uma estratégia eficaz e eficiente de desenvolvimento sustentado... por isso, para além do seu papel enquanto instrumento de enriquecimento dos seus acionistas, não reconheço neste tipo de projetos, a ferramenta indispensável à promoção do crescimento económico da região e à atração e fixação populacional que o mesmo implicaria, garantindo a reconstituição de um tecido social consolidado... e se não lamento a falência de um projeto com estas características, o que, deveras e sinceramente!, lamento, é o facto de Alqueva ter sido construído para... quase nada! - já que a agricultura, a reflorestação, a produção e a diversidade ecológica, ambiental e humana, continuam sem registar progressos que indiciem qualquer inversão do assustador ritmo de desertificação que caracteriza um terço do território nacional... e agora, não por falta de água (porque temos ali, estagnado!, o maior lago artificial da chamada Europa Ocidental) mas, pela sua inexistente distribuição e pela persistente incapacidade nacional de promover políticas de desenvolvimento regional realistas, socialmente empenhadas e economicamente eficientes!...
"Alqueva? Não há azar, irá ser uma grande e excelente ETAR..."
ResponderEliminar"Da valência agrícola à da aquacultura, desta à da energia e, por fim. a valência salvadora, a do turismo de luxo, todos os governos foram matando, cada um à sua maneira, o sonho que desde menino tenho sonhado."
Rogério... penso que exprimiu, de forma exímia, o sentir de muitos, muitos, muitos alentejanos... obrigado!
ResponderEliminarUm abraço.
"Quanto a mim, considero que este tipo de empreendimentos são, essencialmente, investimentos de capital alheios às realidades regionais e locais e completamente estranhos à promoção de uma estratégia eficaz e eficiente de desenvolvimento sustentado..."
ResponderEliminarQuanto a mim também, Ana Paula. E cá continuo neste Alentejo esquecido, envelhecido e em acelerado despovoamento. Com Alqueva ao abandono e a extinção de ramais de CF -a 15 de Agosto será o de Cáceres a ir à vida. Enfim, crimes políticos, económicos e sociais cometidos impunemente contra a mais castigada região do País.
Um abraço amigo,
Carlos Fonseca