... desculpem, mas a citação ocorreu-me, em termos analógicos, a propósito da relação do nosso país com os seus credores, alguns dos quais consideram Portugal um caso de sucesso, pelas políticas de austeridade com que tem vindo a aplicar as imposições internacionais... mas, também, pela alegria sem sentido dos que, do lado de cá da mesa, preferem o elogio do martírio da sociedade portuguesa à afirmação contundente de propostas alternativas à arquitectura económico-financeira europeia... enfim... cada um é aquilo em que acredita... mas se, afinal de contas, devemos avaliar os procedimentos pelos seus efeitos, é caso para dizer que ideologia, demagogia e diplomacia estão, nos dias que correm, cada vez mais de mãos dadas, afastando-se vertiginosamente dos valores democráticos de que, por ora, ainda se alegam representantes - apesar de o serem apenas enquanto público e intérpretes de uma burlesca pantomina, cientes da fição irónica e mal-ensaiada com que desempenham o papel de bom-aluno, pago com a exposição pública dessa humilhação perante os milhões de vítimas de uma austeridade que precisa urgentemente de se simular e fantasiar para credibilizar a sua legitimação (já agora e por curiosidade: por outras palavras, foi mais ou menos isto que Bagão Félix disse no seu comentário televisivo de 4ªf)... pois... talvez por tudo isto seja de retomar esse princípio básico da responsabilidade social que deve presidir à gestão da Polis em todas as suas dimensões: o respeito pelos cidadãos é fundamental e prioritário... sem ele, é mesmo o regime que está em causa!
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