Gilles Deleuze - O que é o ato de criação... por rodrigo-lucheta-1
... Nesta palestra, dos conceitos às expressões artísticas e científicas, o filósofo explica, de forma ilustrativa, o cerne essencial da capacidade criativa através do dissecar dos objetos criados... Vale a pena ouvir e ler (porque a conferência está legendada em língua portuguesa)!... Pretexto para a dissertação temática, Gilles Deleuze opta pela abordagem do conceito de "Ideia" em duas ~das linguagens mais paradigmáticas da arte: o Cinema (com destaque para o de Bresson, o de Kurosawa e o de Straub) e a Literatura - registo que, neste contexto, relativamente à abordagem literária, talvez o mais extraordinário desta sua reflexão seja a interpretação da essência construtiva subjacente aos personagens de Dostoiewsky. O exemplo da singularidade dos protagonistas das densidades narrativas de Dostoiewsky evidencia aliás, na perfeição, o sentimento instintivo de sobrevivência que nos permitiu e permite escapar à "sociedade do controle", que Deleuze nos apresenta definida pela circulação da informação e da comunicação controlada... Contudo, no que a esta definição diz respeito, não posso deixar de registar, estribada na pertinência do trabalho interdisciplinar e transdisciplinar que a Filosofia também implica, que, por exemplo, no trabalho de antropologia social concretizado no terreno em meio rural em Portugal, evidenciei, em 1993, a partir da categoria das relações de género (a nível social e de parentesco) a natureza da sociedade de controle caucionada pela gestão da circulação da informação e, consequentemente, pelo controle intencional da comunicação. Neste contexto, G.Deleuze define e defende a obra de arte como acto de resistência o que, sendo uma evidência justa e correctamente afirmada é, porém, demonstrado logicamente com base num erro enunciativo e demonstrativo decorrente da definição de comunicação que Deleuze aqui nos propõe: a comunicação como informação, ou seja, como "conjunto de palavras de ordem"!... Porque, na verdade, a comunicação não coincide com a informação: transcende-a!... e é exatamente nesta transcendência que a obra de arte coincide essencialmente com a comunicação uma vez que a obra de arte só o é quando é percepcionada e reconhecida como tal... e o reconhecimento, a partir do acto percpetivo é, em termos cognitivos, um acto resultante da descodificação - processo indissociável da comunicação! Por isso, sim, ao contrário do que defende G.Deleuze, a obra de arte, mesmo enquanto acto de resistência é, sempre, essencialmente, um acto de comunicação!... sendo admissível e interessante perceber ou discutir até que ponto esse acto de resistência não resulta (apenas?!) de uma especificidade da sua natureza comunicacional: a de não ser direcionada para destinatários particulares! A possibilidade conduzir-nos-ia a uma outra tese, pela qual nos reaproximaríamos do conceito de liberdade, uma vez que é pelo facto de se não deixar reduzida à percepção direcionada de destinatários que a obra de arte, enquanto acto de resistência comunicante, escapa (ou pode escapar!) à "sociedade de controle"!
domingo, 31 de agosto de 2014
Sonoridades...
... "Velha Chica" nas vozes impressionantes de Dulce Pontes e Waldemar Bastos (também AQUI)...
Leituras Cruzadas...
Hoje, para além do inexplicável e inadmissível aumento da despesa pública em Portugal que se limita a reiterar a total descredibilização na política de austeridade e outros instrumentos demagógicos afins, o diagnóstico económico-político e social europeu adquiriu uma complexidade que não podemos ignorar e que, infelizmente, há muito se pressentia e pressagiava. De facto, para além da constatação da asfixia financeira a que foi conduzida a União Europeia (com particular destaque para os países do sul), em nome dos rostos anónimos do grande capital multinacional que se oculta sob os interesses económicos promovidos pelas "troikas" que vamos, progressivamente, conhecendo e desmultiplicando cada vez mais e melhor, a problemática pode agora ser melhor compreendida, no qu esse refere à sua extensão e dimensão, se atendermos à situação geoestratégica em que nos encontramos, enquadrados, a sul, pelos problemas protagonizados, a título de exemplo (e sem evocar todos os outros, efetivamente reais e particularmente graves como é o caso da Palestina, da Síria, do Afeganistão, etc., etc., etc.) pela emergência do Estado Islâmico e, a norte (sem esquecer a estratégia alemã e o silêncio que se abateu sobre a região dos Balcãs), pelo conflito russo-ucraniano.
A este propósito, partilho uma excelente reflexão da autoria do Senhor General Professor Doutor José Loureiro dos Santos e um interessante artigo também por ele divulgado, da autoria de Anne Applebaum:
A ler!... indiscutível e urgentemente!
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Choque de Galáxias - Da Poeira Interestelar à Vida
Foi há 7.000 milhões de anos que aconteceu o choque de galáxias que uma equipa de investigadores, liderada pelo jovem astrofísico português Hugo Messias (bolseiro de pós-doutoramento do Centro de Astronomia e Astrofísica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa - CAAUL), conseguiu captar através do trabalho conjunto dos telescópios ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) que conseguiu ultrapassar a opacidade das poeiras conhecidas na região e o indispensável telescópio espacial Hubble. O resultado deste trabalho que consistiu na materialização de uma ideia brilhante, a saber, utilizar uma galáxia como "super-lente" para ver o que se encontra "por detrás dela" ou, dito de outro modo, o que a antecedeu, foi publicado esta terça-feira na revista Astronomy & Astrophysics. O choque galáctico agora fotografado ocorreu quando o Universo tinha apenas metade da sua atual idade, sendo considerado um fenómeno comum na dinâmica astronómica... de tal modo que se pensa que é provável que a galáxia em que habitamos, conhecida por Via Láctea, venha a colidir, no futuro, com a galáxia de Andrómeda. Fascinante, a Vida continua a ser o Mistério que justifica todo o conhecimento, toda a ética, todo o respeito e todo o Amor e que ridiculariza todo o medo, toda a agressão, toda a desconfiança, toda a guerra e toda a injustiça. Os seres humanos deveriam aprender a valorizar e a preservar o Milagre de que são matéria e prova irrefutável.
(sobre a notícia que aqui partilhamos ler mais AQUI e AQUI)
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Ler para Ser Melhor - ou: De como os Pequenos se fazem Gigantes!
No dia 13 de setembro, sábado, no Auditório do Parque das Feiras (em plena EXPOMORA), há uma festa em que todos gostarão de participar. Além da música e de muita poesia, vale a pena dizer que é o António Luís Carlos quem vai dar brilho à Festa com o lançamento de mais 2 das suas obras, uma delas integrada na produção do seu já reconhecido e premiado nome como autor de literatura infantil e a outra, em colaboração com uma série de seus amigos que escrevem, em poesia e em prosa, pequenas histórias onde cabe o sentido do mundo e o infinito sentir de cada um que é, também, o sentir de todos nós, quando olhamos para dentro ou quando nos deixamos o olhar o mundo com olhos-de-ser-e-sentir... A este livro de uma literatura intimista e inovadora na sua despretensão e na riqueza da vasta profusão de sentimentos e saberes, Carlos Canhoto e os amigos deram o nome de "Curtinhas à Sexta" e sobre o seu conteúdo mais não adianto porque... é ir ver... "para crer" e querer ler!
Quanto ao seu novo livro para crianças, tenho a honra de partilhar convosco, a título inédito, uma das suas imagens introdutórias (devidamente autorizada pelo autor, claro!)... para vos dizer que:
Anuro é uma história linda, dessas que nem de fadas precisam porque a encantada e rica forma de descrever a natureza dispensa o recurso aos seres fantásticos que somos, afinal!, todos nós!
O texto é muito bem construído, informativo e direcionado para a forma infantil de apreensão de conhecimentos; tme umas ilustrações puras e cheias de cor e alegria, sem necessidade de recurso a estilizações que retiram realidade e sonho aos personagens.
Finalmente, a canção de Anuro, o jogo da Sapada e o espaço para o desenho é decisivo para que esta obra-prima da literatura infantil, em língua portuguesa, seja o paradigma da Pedagogia cuja reinvenção precisamos de redinamizar para fazer dos mais novos, verdadeiros construtores de um Mundo Melhor :)
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
domingo, 24 de agosto de 2014
A Lente da Arte...
Wassily Kandinsky (!866-1944), russo, é um dos meus pintores contemporâneos preferidos... e hoje, para além do seu genial abstracionismo geométrico que aqui partilho, revi, datada de 1911, uma obra expressionista capaz de nos deixar sem palavras... Aqui ficam... Com votos de Bom Domingo :)
sábado, 23 de agosto de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Da Soberania Nacional à Globalização... em nome do Espírito Santo!


quarta-feira, 20 de agosto de 2014
A Essência da Arte - Homenagem à Escola António Arroio!
A Arte é ... a Arte! Faz-lhe jus o gradeamento da Escola António Arroio que fotografei e partilho convosco.


Escola Viva, esta é uma Escola que está habituada a respirar sob um símbolo particular de liberdade e um singular e belo lema: "AMO-TE".
Escola de Artes, esta obra da António Arroio denota, nos nossos dias, que, além de tudo o mais que a não esgota, a Arte é (ainda e sempre!) a Perspectiva, cuja alma os seus Habitantes reinventaram, de forma criativa, simples e extraordinária!
Vi a Obra quando, inadvertidamente, olhei de soslaio o branco do gradeamento e li a palavra: "AMOR"!... contudo, uns metros depois, voltei a olhar e nada mais vi do que o ferro, em inócuas riscas de branco pintadas, como de costume!
Dias depois, voltei a passar, devagarinho e a olhar, no ângulo exacto da fotografia que aqui vos trago e eis que, de novo!, como um presente, voltou a surgir a palavra: AMOR!... continuei lentamente e, uma vez mais, uns metros depois, voltei-me para trás para tentar perceber se, do mesmo ângulo mas, em sentido contrário, a palavra seria também perceptível?!... Surpresa das Surpresas!!!... Como podem constatar, apareceu escrita a palavra: "ÓDIO"!... E pronto... Sorri, sorri muito, feliz!... Sim! ... porque, afinal!, é isto a Arte: a admirável capacidade de surpreender pela inequívoca comunicação com o espectador, na transmissão intencional, clara e complexa de uma mensagem universal!... Confesso! Adorei!... e ocorreu-me que esta é uma obra rara porque confere visibilidade à invisibilidade da dualidade mais profunda do Ser-se Humano e do "Oculto" :))
Obrigada, Escola António Arroio! Obrigado por tornarem real um sinal indiscutível de esperança... no Futuro!
domingo, 17 de agosto de 2014
domingo, 3 de agosto de 2014
sábado, 2 de agosto de 2014
"Diários de Che Guevara"...
"Diários de Che Guevara" é o filme que acabou de ser transmitido, no canal Hollywood. Com argumento de José Rivera, baseado nas "Notas de Viaje" registadas pelo próprio Ernesto Guevara, o filme foi realizado, em 2004, por Walter Salles, Jr., e conta com as interpretações dos atores Gael García Bernal e Rodrigo de la Serna, no papel dos dois jovens argentinos que, em 1952, partiram num velha moto de 1939, para uma longa viagem que marcaria para sempre a história da luta por um mundo melhor para todos. Um testemunho de Humanidade que explica muito e inspira muito mais! O filme volta a ser repetido, no mesmo canal, na próxima 2ªfeira às 14.15h.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
A Desonra Americana...
Enquanto a diplomacia protagonizada por John Kerry continua hipocritamente a "pregar" a necessidade e o empenho no "cessar-fogo", a informação dá nota de que os EUA estão a fornecer e a reforçar a entrega de armamento ao Estado de Israel como, aliás, se pode ler AQUI... Aos norte-americanos com sentido de dignidade, resta assumir o seu distanciamento das práticas de morte que entretanto vão alimentando, ao preço irresgatável de milhares de vidas humanas... como o fizeram noutros tempos gerações de cidadãos, intelectuais e músicos e em nome dos quais evocamos esta versão de "While My Guitar Gently Weeps" de George Harrison, acompanhado com o também inestimável Eric Clapton.
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