Aumentou entre 45% e 50% o número de pessoas a precisar de ajuda para sobreviver (ler e ver AQUI). A informação da Caritas tem a dimensão do anúncio do terror que sustenta o medo e a ameaça que paira sobre mais de metade da população... em 2010, o Diário Económico prenunciava, assente em dados que, afinal, nem sequer estavam correctos, o risco de pobreza em 2 milhões (ler aqui) e o tétrico é perceber a incapacidade e a incompetência com que, ao invés de se tentar prevenir para evitar o cenário catastrófico implicado pela notícia, se deixou que se tornasse realidade... hoje, o número total de pessoas muito pobres em Portugal ultrapassou, em muito!, os dois milhões e regista-se a dificuldade da sua atualização porque o número aumenta todos os dias!... e está aí, na rua, diante dos nossos olhos, num retrato terrível da cidade que, a partir do meio de cada mês, nos faz encontrar, nas avenidas, pessoas a pedir ajuda - pessoas que aparentam um perfil de cidadania coincidente com a representação que temos da classe média!... São desempregados, pensionistas, reformados, pessoas com empregos precários, cada vez mais novos, os que, homens e mulheres, recorrem, cada vez mais, ao espaço público... para "pedir" provavelmente, longe do espaço da sua residência para reduzir os custos da vergonha que justamente sentem como atentado à dignidade da existência. Se equacionarmos este cenário no quadro das dinâmicas do fenómeno da pobreza, sabendo que é uma realidade que se reproduz e perpetua geracionalmente e podemos, por isso, saber que, já no muito curto e no médio prazo, populações inteiras são sacrificadas à pobreza e a viver abaixo dos limites condignos que reconhecemos como um direito. É preciso responsabilizar a produção e a promoção do empobrecimento. A pobreza é um crime contra a Humanidade!
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