A Europa está na rua! Ontem, 14 de novembro, os sindicatos de 23 países aderiram à greve e as manifestações foram o rosto do espaço público das principais cidades europeias... Pela mobilização sintonizada dos cidadãos, torna-se incontornável a razão que cada povo, sózinho, tem mais dificuldade em demonstrar em termos de eficácia, ou seja, no que se refere ao impacto político das reivindicações. O exercício da cidadania é, de facto!, um instrumento poderoso de pressão no sentido da urgente mudança social que é preciso levar à prática, sob pena da violência se tornar o rosto da contestação cívica. Em Portugal, a greve foi um sucesso e é fundamental não confundir "árvores e florestas", contrariar o medo e manter a lucidez!... porque as imagens da violência que agora nos chegam já tão de perto, nas ruas de Lisboa, não podem substituir a leitura de uma realidade que significa que o país se aproxima a ritmo vertiginoso de ter, numa já demograficamente deficitária população activa, cerca de 1 milhão de desempregados!... Um número desta ordem é, incontestavelmente, assustador e sinónimo de que o caos social atingiu as famílias portuguesas a um tal ponto que se justifica a adesão massiva às sucessivas manifestações que contestam, mais que justamente, a designada política "de austeridade"... e se ao facto, acrescentarmos os dados do desemprego que atinge os jovens e que se aproxima, perigosamente, dos 40%, há uma leitura política que a União Europeia e os Governos não podem deixar de fazer sob pena da situação social se degradar até ao descontrole gratuito... Neste contexto, das duas, uma: ou mudam as regras da (des)regulação económico-financeira europeia ou podemos preparar para a emergência de extremismos que criam condições para a consolidação dos movimentos ditatoriais. A violência gera violência e os confrontos vão deixando rasto nas ruas de uma Europa que viveu em paz durante décadas mas que, abusivamente, a ideologia política dominante não soube aproveitar e valorizar, legitimando uma degradação de que não pode resultar outra coisa senão o conflito que penaliza inocentes, enfraquece a democracia e reforça o uso da força. Ontem, 14 de novembro, os povos europeus ganharam pela convergência de uma justa contestação!... mas, como não podia deixar de ser, aos olhos de quem conhece e analisa os fenómenos relativos às dinâmicas da violência social, houve provocações, exibições, sangue, medo, perseguições e demagogia... Agora, sentimo-nos, todos!, lesados na reivindicação de uma justiça social que queremos continuar a defender... porque é pela associação da violência política e da violência física que a razão e a paz costumam perder as guerras...
Ricardo Alves no Esquerda RepublicanaCarlos Fonseca no Solos Sem Ensaio
Alexandre Rosa* no Olhares do Litoral
Estrela Serrano no Vai e Vem
Valupi no Aspirina B
Rui Bebiano no A Terceira Noite
Sofia Loureiro dos Santos no Defender o Quadrado
João Ricardo Vasconcelos no Activismo de Sofá
Carlos Barbosa de Oliveira no Crónicas do Rochedo
Francisco Clamote no Terra dos Espantos
(o link para o texto assinalado com * foi acrescentado ao fim do dia)
AÉ INDEFENSÁVEL A POSIÇÃO DE SOFIA LOUREIRO.DAR-LHE TEMPO DE ANTENA É O QUÊ?
ResponderEliminarObrigado, Ana Paula
ResponderEliminarBeijinho
Beijinho, Carlos...
ResponderEliminarConheço pedras com vida por dentro
ResponderEliminarmas não confundo pedras com calhaus
Conheço pedras com vida por dentro
ResponderEliminarmas não confundo pedras com calhaus