O blogue "Não Apaguem a Memória" foi hoje suspenso, mantendo-se para efeitos de consulta dos textos e documentos publicados... felizmente, a título de objectivos, a intenção deste Movimento Cívico vai continuar presente na blogosfera, através do Caminhos da Memória onde, exactamente ontem, foi inserido um texto de homenagem a Hermínio da Palma Inácio. É importante que a Memória perdure... na vida e na personalidade dos povos, das culturas, das sociedades e dos cidadãos... porque a Memória é a matéria-prima da identidade e, como tal, torna-se facilmente presa da manipulação... se não houver transmissão, aprendizagem e compreensão da dimensão patrimonial da Memória o seu determinante poder para a construção e afirmação dos seres e das coisas, fica gravemente exposto às tentações ideológicas do poder dominante que branqueia o passado para controlar o presente e preservar o seu poder, no futuro... Em Espanha, o movimento associativo que levou à proclamação governamental da "Lei da Memória" reivindica agora, através de 65 associações representativas de muitissimos mais cidadãos, famílias e até gerações, uma alteração qualitativa desta Lei que o Governo de "nuestros hermanos" proclamou mas, que ficou de aperfeiçoar... trata-se de reivindicar, nas palavras de Miguel Ángel Rodriguez, Professor de Direito Penal na Universidade de Castilla-La Mancha e um dos redactores do movimento que integra as Associações de Memória Histórica: "Que seja o Estado e não as famílias, quem assuma os trabalhos de identificação e exumação das vítimas". A reivindicação, trazida a público sob a forma de Manifesto, intitula-se: "Pelo Normal Cumprimento do Convénio Europeu de Direitos Humanos em Espanha para o Caso dos Desaparecidos" e classifica a Lei da Memória História como uma "lei da vergonha histórica", lembrando que Espanha é o segundo país do mundo com mais "desaparecidos" que, enquanto se sentiu a influência da Guerra Civil e do franquismo, atingiu a efectivamente vergonhosa e revoltante cifra de 1.500 pessoas, número que, convém salientar como o fazem os protagonistas desta iniciativa: "só fica atrás do Cambodja de Pol Pot". A intenção, a que Zapatero ficou de responder em reunião a realizar durante o ano em curso, 2009, é a de legitimar uma investigação "oficial, efectiva e independente" que, para além dos "desaparecidos", faça luz sobre outra tragédia, paralela e simultânea, a saber "o caso dos meninos perdidos" ou seja, das crianças separadas das famílias republicanas por razões de estratégia e chantagem política levada a efeito contra los Rojos.
[Obs: a) informação recolhida na edição de dia 8 de Julho do jornal "El País"; b) tradução minha das citações referidas;]
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