domingo, 11 de setembro de 2011

Do 11 de Setembro ao Combate Contra Toda a Violência

Faz hoje 10 anos que 4 aviões da American Airlines foram "desviados" com o objectivo de causar a morte, o pânico e a destruição nas duas cidades mais paradigmáticas (Nova Iorque e Washington) do país que melhor simboliza a economia e a política ocidentais. Os centros nevrálgicos da alta finança e dos serviços militares, World Trade Center e Pentágono, foram atingidos. O mundo tremeu. E ao terror que colou ao chão os cidadãos do planeta que assistiram às imagens da tragédia através das televisões, somou-se, não só o efeito psicológico colectivo do medo mas, a imensa crise financeira que aí se começou a desenhar e continua a fazer estragos na maior parte dos países "aliados". O 11 de Setembro mudou o mundo e veio evidenciar que nada está garantido, seguro ou tranquilo. A autoria dos atentados, bem como a informação e a contra-informação que se seguiram aos factos, provocaram e provocam efeitos estranhos, contraditórios e impressivos mas, o que lhes é comum é a negatividade perniciosa que, consequentemente, trazem associados... o ódio e o medo sustentados pela justa indignação e a revolta arrastam, quase sempre, a tendência dos homens para a vingança... e fazem-se vítimas as pessoas, as pessoas que, simplesmente estão vivas e, de súbito, deixam de o estar - apenas e só porque uma acção exterior, cega, psicótica e exibicionista decidiu, anónima ou assumida mas, intencionalmente!, provocar um efeito mediático corrosivo... corrosivo até para a defesa dos valores da paz, da coexistência pacífica e da valorização da diversidade... um efeito corrosivo para a defesa intransigente dos Direitos Humanos que muitos agora põem em causa, ao equacionarem a falsa justiça inerente às políticas externas e internas e que, confundindo àrvores com florestas, perdem a razão ao desvalorizar a vida humana e os sentimentos de todos, vítimas, familiares, amigos, cidadãos. Ninguém, nunca!, em qualquer guerra ou em qualquer acto de violência capaz de exterminar pessoas intencionalmente, pode ser compreendido! Sabemo-lo desde que Hitler teve o poder na Europa e continuamos a constatá-lo por todos os espaços do mundo onde a violência brutal, dos protagonismos individuais e anónimos aos dos Estados, continua a matar, a causar e a prolongar o sofrimento, da América ao Iraque, ao Afeganistão, à Noruega ou ao Japão. Esta é a grande lição que deveriamos aprender: "Violência? Não, Obrigado!" Naquele dia foi assim:
... e foi assim que, hoje, em catarse - porque um acontecimento destes não se ultrapassa senão com o sentimento da cumplicidade colectiva - o povo americano, chorou: Que este acontecimento não provoque o acender de mais ódio e que as pessoas tenham a capacidade de perceber que ser vítima da História nos não dá o direito de sermos cruéis, seria a melhor reacção a devolver aos que, onde quer que se encontrem, considerem que é com o recurso à morte e ao sangue que podem resolver os problemas... Agora, 10 anos depois do 11 de Setembro, o essencial continua a ser: combater o medo, combater o ódio e combater qualquer legitimação de recurso à violência!

6 comentários:

  1. Faz hoje precisamente 38 anos que foi derrubado o regime democrático constitucional no Chile, era então presidente o socialista Salvador Allende. Com o apoio militar e financeiro dos Estados Unidos, sendo presidente à época Richard Nixon, bem como de organizações terroristas chilenas de tendências nacionalistas-neofascistas, como foi o caso da Patria e Libertad, e encabeçadas pelo general Pinochet, dava-se início a anos de terror, mortandade e dos conhecidos desaparecidos.

    Lembram-se??? Foi a 11 de Setembro de 1973...

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  2. Muito bem, Ana Paula! A vida está acima da ideologia ou da religião.

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  3. Olá Camões :)
    ... obrigado pela justa evocação que não deve, nunca!, ser esquecida!
    Um grande abraço e um beijinho.

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  4. Obrigado, Luís!
    Obrigado pelas boas e tão certeiras palavras que, de forma tão clara esclarecem o sentido do que escrevi.
    Um grande abraço.

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  5. A vida está acima da ideologia e da religião... Não tem estado. Mais: a religião tem desfraldado bandeiras de sangue de todos os lados de que é erguida... Entre indecisões, resolvi postar o texto de Saramago (não só por ser dia de homilia) sobre o "Factor Deus"...

    PS: Num comentário em que sou acusado de passar ao lado de quem tem pensamento contrário, tomei a liberdade de escrever o seu nome para provar que assim não é...

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  6. Olá Rogério :)
    Tem toda a razão... e irei espreitar o "Factor Deus" de Saramago - que, se não estou em erro!, conheço...
    ... e obrigado por me referir em relação à capacidade de entendimento mesmo quando não estamos de acordo :)
    Abraço

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