Já o disse várias vezes mas, de facto, há realidades que requerem uma atenção redobrada... é o caso da proliferação das lojas de compra de ouro ao preço da chuva , a mais tétrica e clara sintomatologia da dimensão da crise que, acreditem!, se não estivesse para durar, não justificaria o elevadissimo número destes estabelecimentos onde se vende e compra o desespero humano... mas, não!, o cenário não é novo e repete-se em épocas de empobrecimento e conflitualidade social... talvez por isso, a sua presença no espaço público seja tão assustadora!... afinal, segundo conta a História e a memória o evoca, esta é uma característica dos tempos de guerra e, em particular, dos que a antecedem... Ora, avaliar os sinais é o que se requer não apenas à sociedade civil e à economia mas, acima de tudo, à política. Por isso, numa altura em que uma espécie de espesso silêncio paira sobre os dias, é digno de registo o alerta a que D. José Policarpo deu voz (ler aqui), bem como a proposta de Rui Rio relativa à alteração do anunciado corte dos 2 subsídios (férias e Natal) dos trabalhadores do sector público (ler aqui) - refira-se a este propósito que o PS também reivindicou a continuidade de pagamento de, pelo menos, 1 dos dois referidos subsídios sem, contudo, ter clarificado a fórmula que defende para que o Estado encontre forma de a viabilizar!... Considerando que a situação económico-social dos portugueses é demasiado grave para poder ser demagogicamente utilizada, as propostas alternativas a apresentar devem ser responsáveis e plausíveis e é por isso que a sugestão do Presidente da CMPorto de se diluir o montante a arrecadar com um dos subsídios dos funcionários públicos pelo IRS da totalidade dos contribuintes, surge como sensata e mais equitativa, não discriminando e agravando mais a vida dos que trabalham no sector público - cuja maioria, ao contrário do que se possa pensar, não tem altos salários e trabalha muito mais do que se instituiu nas representações socio-mediáticas, com o objectivo de encontrar no denegrir dos serviços públicos, o bode expiatório dos problemas do país e/ou a justificação da defesa do sector privado... Que toda a argumentação seja legítima é uma coisa mas, que sirva para, de facto, sacrificar essencialmente uma faixa específica da população activa, é outra... não só muito diferente mas, previsivelmente, muito negativa num futuro que se aproxima a grande velocidade.
Cada vez mais se multiplicam os sinais, Ana Paula. A única solução para sair da crise vai ser uma guerra, tendo como palco e motor a Europa. É assustador, pensar que nesta Europa não há um único líder à altura das circunstâncias. Excelente post
ResponderEliminarObrigado
É isso mesmo Ana Paula é mais ou menos como: só ganha o direito a reclamar quem cumpre. Se exigimos equidade, temos que denunciar a sua falta quando não a vemos existir, ainda que não nos seja favorável. É uma questão de Justiça.
ResponderEliminarAnapaulamiga
ResponderEliminarFuturo? A grande velocidade? Mas, que raio de futuro e que estranha velocidade temos pela frente!...
O chamado Poder joga no tabuleiro eterno do dividir para reinar. Penso até que, na verdade, anda a reinar connosco. E pergunto-me o que será pior: os passos da crise ou a crise do Passos?
E por aqui me fico, velho, ácido, desiludido e sei lá mais o quê. Se, porém, fores até à minha Travessa ou ao meu Pulhitica dar-me-ás motivo para alguma alegria. Ite, missa est. Deo gratias.
Qjs = queijinhos = beijinhos
Fiz link, Ana Paula
ResponderEliminarObrigado
Não acredito na bondade destas medidas, aliás nunca votei nos Partidos que têm estado no Poder, mas no que toca aos cortes e à equidade na sua distribuição a solução é rigorosamente simples, todos deveriam contribuir e numa única forma, através da aplicação de um Imposto Extraordinário tal como vai acontecer já este ano.
ResponderEliminarNão percebo esta fixação nos Funcionários Públicos -os reformados e aposentados vêem atrelados por arrasto envolvidos na desculpa da necessidade de corte na famigerada Despesa-, a não ser que a ideia seja cortar para sempre e se for para sempre como já foi confidenciado, vai atingir a curto prazo todo o universo do trabalho.
Repare na contradição terrível que é aumentar ou actualizar, exactamente agora, os vencimentos das forças Policiais...
Obrigado pelas boas palavras, a reflexão solidária e o link, Carlos.
ResponderEliminarUm abraço.
Graza,
ResponderEliminarÉ, de facto, uma questão de Justiça perante a qual não podemos deixar de nos pronunciar.
Um abraço.
Amigo Henrique Antunes Ferreira,
ResponderEliminarSou eu que agradeço as suas sempre avisadas palavras de que, se me permite, destaco a referência ao "dividir para reinar"... e claro que já dei um pulinho à sua Travessa e ao Pulhitica :))
Queijinhos :)))
Meireles Portuense,
ResponderEliminarAgradeço sinceramente a reflexão que aqui partilha e de que destaco, subscrevendo todas as suas palavras, a referência à "terrível contradição" que significa o aumento/actualização dos vencimentos das forças policiais...
Um abraço.