segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Política, Economia e Economia Política - O Triângulo da Superação da Crise

"Não vale a pena chorar sobre o leite derramado" - diz, com razão, a sabedoria popular... por isso, para além da constatação da incompatibilidade entre os interesses sociais e as lógicas contemporâneas dos mercados (cujo rosto nos é acessível quase só através das agências de rating), o que importa é que a comunidade internacional regule as relações entre economia e política... porque a raiz do problema reside na dupla subalternização, cada vez mais acentuada, da economia à lógica financeira e da política a esta organização, essencialmente, económico-financeira, contrária à orgânica económico-social de que as sociedades humanas dependem para proverem às necessidades das pessoas... Por esta razão, enquanto a União Europeia e o respectivo governo económico não adoptarem um modelo de economia política, respeitador da regulação social (através de uma acção política promotora do desenvolvimento social e do crescimento sustentado de uma riqueza nacional assente no investimento direccionado para uma produção também ela sustentada nacional e regionalmente)  a crise não será debelada e as condições de vida dos cidadãos não recuperarão do duro golpe que os tempos que correm, lhes inflige... sem fim à vista - registe-se!

2 comentários:

  1. Vejo que se situa dentro do paradigma de que é possível encontrar soluções para a UE. Infiro de que assim é pelo que afirma: "... enquanto a União Europeia e o respectivo governo económico não adoptarem um modelo de economia política, respeitador da regulação social (...) a crise não será debelada e as condições de vida dos cidadãos não recuperarão do duro golpe que os tempos que correm, lhes inflige.(...)

    Contudo, não seria perca de tempo pensar num plano B, ou até mesmo num C, para o caso de tal modelo não aparecer... Aliás, esse foi o desafio lançado por João Ferreira do Amaral (Prós e Contras de 7/11) e Luís Bento, membro do "Grupo de Paris" (relacionado com a Ética e Responsabilidade Social) em entrevista à Antena 1...

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  2. Obrigado, Rogério pelas boas sugestões reflexivas apresentadas por Luís Bento e J.F. do Amaral... de qualquer forma, esclareço que o que aqui escrevi se refere não só à União Europeia como a qualquer modelo económico-político a adoptar... referi concretamente o caso da UE, não só porque a realidade em análise é comum a vários países membros da UE que não admitem num futuro próximo a sua saída da organização, como também pelo facto de ser esse o plano referencial a que políticos e comunicação social querem reduzir o problema e, nessa medida, ser esse o cenário mais comum para a previsibilidade da maioria das pessoas influenciadas pelos "media"... sem uma economia política que deixe de privilegiar a subordinação das regras políticas democráticas ao estrito objectivo financeiro com que a economia é gerida no contexto dos mercados actuais, não devolveremos, dentro ou fora da UE, gestão económica à política... e enquanto os protagonistas políticos não forem essencialmente a caução social dos valores democráticos, não inverteremos estes processos de retrocesso que vão consumindo as competências cívicas que tanto tempo a Humanidade levou a construir e a edificar com visibilidade pública...
    Um abraço.

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