quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A Sentença Contra Baltasar Garzón...

O regime judicial espanhol perdeu a credibilidade ao condenar o Juiz Baltasar Garzón  com uma sentença que pode ser lida AQUI... Condenado a não poder exercer durante 11 anos por, alegadamente, ter autorizado escutas a corruptos em cumprimento de regime prisional, a partir de uma argumentação que faz jus à retórica distante da verdade e da justiça, o Juiz exemplar que todos gostariamos que fosse o modelo do exercício de uma profissão de que pode depender, tantas e tantas vezes, a vida e o futuro das pessoas, viu interrompida uma carreira cheia de dignidade a partir de uma ordem medíocre e indigna. A Espanha está mais pobre e mais sózinha, assumindo tempos de má-memória, particularmente assustadores nos tempos que correm! Entretanto, o mundo está com Baltasar Garzón! Viva Baltazar Garzón!
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2 comentários:

  1. Outro texto, também, um tanto extenso... Mas julgo (que não me engano) que terá sido Saramago o intelectual que mais escreveu e solidarizou com Baltasar Garzon

    As lágrimas do Juiz Garzón hoje são as minhas lágrimas. Há anos, a um meio-dia, tomei conhecimento de uma notícia que foi uma das maiores alegrias da minha vida: a acusação a Pinochet. Este meio-dia recebi outra notícia, esta das mais tristes e desesperançadas: que quem se atreveu com os ditadores foi afastado da magistratura pelos seus pares. Ou melhor dito, por juízes que nunca processaram Pinochet nem ouviram as vítimas do franquismo.Garzón é o exemplo de que o agricultor de Florença não tinha razão quando, em plena Idade Média, fez dobrar os sinos a finados porque, dizia, a justiça havia morrido. Com Garzón sabíamos que as leis e o seu espírito estavam vivos porque as víamos actuar. Com o afastamento de Garzón os sinos, depois do repique a glória que farão os falangistas, os implicados no caso Gürtell, os narcotraficantes, os terroristas e os nostálgicos das ditaduras, voltarão a dobrar a finados, porque a justiça e o estado de direito não avançaram, nem terão ganho em transparência e quem não avança, retrocede. Dobrarão a finados, sim, mas milhões de pessoas sabem reconhecer o cadáver, que não é o de Garzón, esclarecido, respeitado e querido em todo o mundo, mas o daqueles que, com todo o tipo de argúcias, não querem uma sociedade com memória, sã, livre e valente.

    In O Caderno de Saramago, publicado a 14 de Maio de 2010

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  2. Amiga, o momento é de Vergonha!... mais uma vez os soberanos são intocáveis!?...

    Beijo
    M.José

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