segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Democracias Ibéricas e Desenvolvimento Peninsular


Antes de mais, a Península Ibérica precisa de 2 países independentes, autónomos, cooperantes e amigos... Geoestrategicamente, a União Europeia, também... E Espanha já tem demasiados problemas regionais para poder interessar-se pelo acumular de um problema político que significaria a anexação portuguesa - ainda mais quando as regras da economia contemporânea lhe permitem usufruir do mercado nacional... Por isso, quando se evoca o interesse nacional, convém lembrar os arautos de um passado que não deixa saudades:
Foi em nome do interesse nacional que, em 25 de Abril de 1974, se levantou a voz da Pátria sob a forma de cravos, a despontar, vermelhos, na ponta das espingardas dos soldados que fizeram Abril... contra a Guerra, o isolacionismo e o nacionalismo provinciano e manipulador de medos: o comunismo, a liberdade e a democracia. A democracia portuguesa serviu de inspiração a muitos... a Espanha, por exemplo... é, por isso, profundamente injusta e descabida a invocação de um velho preconceito xenófobo apenas para se propagandear uma mensagem que serve, apenas conjunturalmente, no contexto do calendário da campanha eleitoral, para servir a defesa de uma ideia inútil - porque não construir o TGV não resolve, de modo algum, os problemas da economia portuguesa. "Orgulhosamente, Sós"? Não, Obrigado!

6 comentários:

  1. Cara Ana Paula Fitas

    Os preconceitos, tenham eles a forma que tenham, não são de direita nem de esquerda.

    Comparando com a convenção do Terceiro Estado Francês, o posicionamento dos novos Girondinos e Jacobinos da política à Portuguesa parece no entanto terem mudado de local de posicionamento. Os montanheses pelo posicionamento no topo parecem agora os Girondinos enquanto os da planície parecem agora os Jacobinos.

    Porque do alto da montanha não se está a ver para que serve e a quem serve o TGV para Madrid, quando centenas de milhar de Portugueses qualificados se encontram desempregados e sem apoios sociais.

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  2. Reflexão muito oportuna. A verdade é que MFL apenas utilizou o TGV como manobra de diversão. Ela sabe que nós sabemos, que ela sabe, que se chegar ao governo ( abrenúncio, cruzes canhoto, t'arrenego Satanás) vai fazer como Durão Barroso. Muda umas vírgulas no acordo e avnça com o TGV. Depois apresenta essa decisão como uma vitória pessoal.

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  3. Caro P.A.S.,
    Os preconceitos revelam ideologias... por isso, podem ser de direita ou esquerda ou até de ambos ou de nenhum... porém, a integração numa Europa onde a livre circulação é princípio basilar do Direito Comunitário torna pertinente o não desperdício deste investimento já que 330 milhões de euros não é de somenos... além disso, como já escrevi, um eventual adiamento da construção do TGV não resolve problemas estruturais da economia nacional e retira hipóteses de criação de emprego... Claro que o problema se não esgota aqui mas, na realidade, qualquer governo o irá, seguramente construir... o resto é demagogia de oportunidade eleitoral. Obrigado.

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  4. Caro Carlos Barbosa de Oliveira,
    Obrigado pelas suas palavras e pelas considerações que aqui tece e que subscrevo na íntegra.
    Um abraço.

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  5. Cara Ana P.,
    A velha história: "o que é nacional é bom" ainda vem da herança "salazarista"...Alguém se esqueceu da famosa sentença "livro-vos da guerra só não vos livro da fome"?! A mim o que me incomoda, é que apesar de o nosso 25 de Abril de 1974 ter permitindo a evolução entre uma democracia directa e uma democracia representativa, esse "orgulhosamente sós" traduz-se cada vez mais, no nosso afastamento perante o fenómeno da globalização mundial.. Privatização do país? Palmas! Grande Abraço.

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  6. Cara Jeune Dame,
    Obrigado pela partilha desta reflexão e, em especial, pelo refrescar da memória com a evocação da tétrica frase: "livro-vos da guerra, só não vos livro da fome" que fez Portugal aceitar 48 anos de ditadura, imobilismo e miséria em nome de "fantasmas" maiores... Um Grande Abraço. :)

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