Faz hoje 9 anos que, nas Twin Towers do coração de Nova Iorque, deflagrou a tragédia que ficou conhecida pela sua data de occorrência: 11 de Setembro! Nove anos depois do horrível incidente que fez vítimas em grande parte da América e do mundo e que assustou para sempre a comunidade internacional perante a capacidade de intervenção do terrorismo e a vulnerabilidade da segurança dos povos, para além da desestruturação do mundo financeiro que geria o Ocidente e condicionava o planeta, verificamos um decréscimo acentuado no trabalho e na intervenção pública no que se refere ao diálogo inter-cultural e inter -religioso que caracterizara os anos 90, denotando-se uma vez mais que a política, nas suas dimensões educativa, de lazer ou informativa minimiza, de facto, a importância pedagógica da prevenção da intolerância e da valorização da não-violência... assim, neste 9º aniversário de uma ameaça que nos tocou e toca a todos, continuamos a assistir à insistência fundamentalista com rostos cada vez mais assertivos e perigosos de que são claras evidências os três exemplos que considero dever destacar: a) as lapidações em sociedades de cultura árabe expostas à dominação política de ditadores e movimentos radicais; b) as ameaças irresponsáveis e insensatas de um pastor evangélico que, nos EUA, fez furor nas televisões, suscitando reacções de repúdio em todo o mundo, ao proclamar que iria proceder à queima de exemplares do Corão numa reedição da má-memória do que, nas culturas católicas conhecemos como próprio da Inquisição e que, entre outras culturas, se identifica com práticas correntes em regimes ditatoriais sangrentos (da China à ex-URSS, por exemplo); c) e, de modo algum em último lugar mas, talvez até em primeiro, a abominável cultura doentia da violência e do ódio que Israel continua a praticar, sem tréguas, sobre os palestinianos!
Minha Cara Amiga, não sei se pretendia "apenas" confinar aos impactos nos diálogos inter-cultural e inter -religioso. Contudo, deixe-me acrescentar a utilização desta tragédia (como muitos aspectos ainda por aclarar) para utilização da política de guerra do governo de Bush, que sempre juntou os argumentos da pretensa existência de armas de destruição maciça á presença da Al Quaeda no Iraque e ao apoio deste país a Bin Laden...
ResponderEliminarÉ tudo isso que, acho eu, temos que assinalar!
Abraço
Cara e Estimada Ana Paula,
ResponderEliminarFelicito-a pela dimensão histórica do título deste post e pela fundamentação que dá aos ódios que todos nós sentimos desenvolverem-se, sem que a maioria se aperceba das múltiplas dimensões das tragádias em curso...
Se me permite, este é o post mais humanista e sensato que hoje li.
Cumprimentos!
Cara Ana Paula, subscrevo na íntegra este post, mas tenho que acrescentar, por conta do 11 de Setembro de 2001, e a pretexto de serem possuidores de armas de destruição maciça o Iraque país soberano foi invadido e centenas de milhares de pessoas morreram, não entendo porque pesam menos que as três mil que morreram naquele dia terrível de Setembro de 2001.
ResponderEliminarA destruição imposta ao Iraque, por estes legais terroristas dos EUA e adeptos, é na minha modesta opinião bastante grave, nem sequer vou contar os mortos, porque para mim as vidas humanas valem vidas humanas, valem per si.
O exercício da cidadania necessita de tomar outra dimensão, a da globalização, hoje o mundo dispõe de armas poderosíssimas que é preciso usar, a um click de rato podemos comunicar com o extremo do mundo.
Quero acreditar num mundo melhor, com crescimento racional e equilibrado e em nome do planeta terra, acabar com as guerras de uma vez por todas.
TC
Cara Ana Paula, mais uma vez a defender minorias. A do último parágrafo não tem necessidade de ser defendida. Além de haver culpas de ambos os lados, defendem-se atacando, fazendo vitimas, tal como os israelitas. Porque será que a publicidade é sempre maior quando o ataque é feito por Israel e nunca, ou quase, quando o Hamas ataca. Só a retaliação é que conta ? Os palestinianos são meninos de couro ou também são meninos de coiro ? Israelitas e Palestinianos são assim mesmo. Israel quer acabar com o Hamas. O Hamas não admite Israel. O Hamas acusa Israel de genocidio. Israel aceita discutir um cessar fogo quando os ataques do Hamas acabarem. Costuma dizer-se " entre uns e outros, venha o diabo e escolha ".
ResponderEliminarExcelente texto, como de costume.
ResponderEliminarBeijinho.
Caríssima amiga Ana Paula Fitas,
ResponderEliminarO 11 de Setembro de 2001 foi sem dúvida uma terrível página da História Universal que se registou com o massacre horripilante e sanguinolento sobre milhares de inocentes... Lembro-me de estar, na altura, na Biblioteca Nacional de Lisboa e de estar a falar ao telemóvel com um amigo, entretanto infelizmente desaparecido este ano, que me disse que estava a ver incrédulo o WTC a ser atingido por um avião. Não pude acreditar e fui para casa ver as notícias e acabei por ver estupefacto, o que todos pudemos ver...
O colapsar do WTC e de parte do pentágono mostrou ao mundo a vulnerabilidade das grandes potências. Aliás, para mim, ao contrário de muitos amigos da minha geração para quem a nação Norte Americana era ainda o "El Dourado", este mito do "American Way of Life" sempre me pareceu uma ilusão caleidoscópica a que muitos andavam agarrados.
Nunca me identifiquei muito com a distintíssima visão do grande pensador Alexis de Tocqueville que, no século XIX, retratou os EUA como o país por excelência da liberdade.
Sempre compartilhei mais o modo de ver de Noam Chomsky que vislumbrou o povo Norte Americano como materialista, egoísta e individualista que potenciou que as rédeas de R. Reagan, Bush pai e Bush filho levassem esta nação a uma violenta crise de auto-estima que começou com o 11/9/2001 e se prolongou até à crise capitalista despoletada pelas gigantescas fraudes financeiras descobertas na esteira de Bernard Madoff.
Para mim, os EUA estão muito longe de servir de paradigma Civilizacional. Tornaram-se mais modestos e mais prudentes com B. Obama é certo, mas precisam de se concentrar mais na casa comum, da Humanidade que é o nosso planeta, se se querem ver reconhecidos como autoridades morais!
Concordo inteiramente com a amiga Ana quando nos diz que o diálogo inter-religioso tem diminuído nos últimos tempos devido aos diversos fanatismos, designadamente: do tresloucado pastor Norte Americano que queria queimar o livro Sagrado do Islão, ao fundamentalismo de algumas sociedades teocráticas e à violência e o ódio mútuo que a soberba Israelita manifesta em relação aos Palestinianos. Ora, estes dados de intolerância religiosa face às diferenças de crenças estão no cerne de todos estes conflitos que têm acicatado nos nossos dias os divisionismos religiosos que tornam o nosso mundo mais perigoso e mais desatento da prática quotidiana de respeito pelos Direitos Humanos.
Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt
Boa tarde Ana Paula,
ResponderEliminar9 anos já se passaram e tudo permanece e permanecerá bem vivo na nossa memória.
Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
O meu comentário, apesar de ser elogioso, não agradou?
ResponderEliminarOu perdeu-se no caminho?
Lamento.
...no jardim da nossa memória, também nascem e crescem ervas daninhas...assumi-las, nosso dever...e semear novas camélias, nossa ambição...
ResponderEliminar«Podemos ser mais ambiciosos e lutar para que os outros representem não o inferno de Sartre, mas antes a oportunidade do encontro do «eu» e do «tu», na afirmação mutuamente apreciadora das diferenças, da alteridade e da diversidade de ideias, opiniões, valores e concepções do mundo e da vida (...) » J. Sampaio
Um grandessíssimo abraço
Saravah
Caríssima amiga Ana Paula Fitas,
ResponderEliminarFiz link para Crónicas do Professor Ferrão. Pois o inspirador texto da Ana e os comentários que teci suscitaram o meu último "post".
Muito obrigado.
Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt