quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A maior de todas as urgências...

É urgente... é imperioso... é assustador... é real!
No mundo há 925 milhões de pessoas com fome e 210 milhões de desempregados!...
Há dias, em Oslo, na conferência internacional que, pela primeira vez, conjuntamente, FMI e OIT (respectivamente, Fundo Monetário Internacional e Organização Internacional do Trabalho), foi o próprio Presidente do FMI quem disse ser calamitosa a situação internacional do mundo laboral e anunciou que é necessário criar, nos próximos 10 anos, 440 milhões de empregos!
... por cá, no nosso país, para além das instituições de solidariedade social de que é exemplo a Caritas assegurarem que a situação de apoio social a pessoas e famílias carenciadas se está a tornar uma tarefa cada vez mais difícil e incompleta pelo constante acréscimo da procura e a não proporcionalidade dos meio disponíveis para lhe responder, é o próprio Presidente do Instituto da Segurança Social e Coordenador do Ano Europeu Contra a Pobreza, Edmundo Martinho, quem afirma que a luta contra a pobreza em Portugal não tem surtido o efeito desejado por não atender "(...) àquilo que é a dimensão da construção familiar(...)" (in DN de 12-09-2010). De facto, a incapacidade de sucesso do combate à pobreza decorre da complexidade do fenómeno que requer uma dupla intervenção: por um lado, persistir e reforçar os meios assistencialistas disponíveis (que são manifestamente insuficientes apesar do que proclamam os arautos das fiscalizações, das penalizações e outras estratégias menores e eticamente medíocres de combate à dívida pública) e, por outro lado, desenvolver medidas direccionadas para as causas estruturais da reprodução da pobreza e para a inversão das dinâmicas sociais que acentuam o fenómeno (desemprego, inércia social, formação profissional desadequada e por aí adiante...)...
Nota: obrigado a todos os amigos e comentadores que aqui continuam a reforçar o trabalho da Nossa Candeia que, sem vocês, iluminaria muitissimo menos... no domingo começarei a responder-vos... até lá: um abraço redondinho de saudades e Saravah, meus amigos... em nome da vida!

5 comentários:

  1. Além de assustador, é vergonhoso.
    E é tanto mais vergonhoso quanto se constata que a vontade dos responsáveis em minimizar este flagelo é nula. Há como que uma "cegueira", um não querer ver que toca as raias do obsceno.
    O que dizer do aumento de 0,50 cêntimos dado às familias para ajuda na aquisição de material escolar?

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  2. Saravah Ana Paula.
    Mais um excelente texto que, por motivos pessoais, não posso comentar. Comentar por comentar não vale a pena.
    Um abraço amigo,
    Carlos Fonseca

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  3. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    Subscrevo inteiramente a sua posição de que urge um combate sem tréguas ao flagelo do desemprego e da pobreza, em Portugal e no mundo. Como têm dito com muita razão, sensibilidade humanista e perspectivas históricas, o Dr. Mário Soares e o distintíssimo Professor Vitorino Magalhães Godinho Portugal e a Europa necessitam de mudar de paradigma político e Civilizacional.

    Isto porque o drama está em que além da actualidade da velha tese Malthusiana ( taxa de crescimento da população ser superior aos recursos ), em termos globais, também os processos das grandes fusões racionalizadoras geram despedimentos que retraem os índices de consumo e as lógicas neoliberais têm alimentado ainda mais este nefasto processo. Desta forma, instala-se um circuito vicioso sem solução, a não ser que se opte pela reconstituição dos Estados de forma a garantirem os Direitos Sociais e o crescente aprofundamento das estruturas supranacionais com o objectivo de regular as crises económico- financeiras e os impactos sociais.

    Tal como na crise de 1929 temos de voltar à intervenção dos Estados como reguladores dos mercados com a agravante de que a crise actual é muito mais Global, logicamente mais complexa, e necessita de soluções Globais, supranacionais, regionais e locais como a Ana nos tem dito com muita pertinência.

    Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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  4. Mas isto foi noticiado como uma boa notícia!!! Pois ao que parece, e eu pouco acredito nestes números!, foi segundo ouvi a primeira vez que o número baixou...
    Quanto ao outro número 440M... bem!... nem comento pois é o início do descalabro.

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  5. 925 milhões de pessoas com fome,210 milhões de pessoas sem emprego e não será preciso acrescentar mais nada a tanta desgraça junta, porque todos sabemos como a desgraça atrai outras desgraças maiores.
    É real, isto não é ficção e é preocupante o futuro que pretensamente se deixa às gerações vindouras que não sabem , muitas, viver sem telemóvel, sem computador, sem net,etc e por aí adiante.

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