sábado, 18 de abril de 2009

A crise social... e política!

A sociedade portuguesa atravessa uma crise social que, apesar da cerrada crítica transversal do leque partidário, não poderia ter sido evitada... efectivamente, uma certa inevitabilidade desta crise decorria já, há décadas, previsível, na análise decorrente do cruzamento de dados tais como os resultados da política económica (agravada significativamente após a elegibilidade do combate do défice como prioridade nacional) e os indicadores sociais retirados da leitura demográfica do país, do aumento do desemprego, da criação de emprego, da produtividade por sector económico, do consumo e das importações. Compreende-se, por isso, o carácter demagógico-oportunista dessas mesmas críticas que, afinal de contas, sem apresentarem alternativas sistémicas de reorganização socio-económica, se limitam a apontar falhas genéricas assentes em acusações eleitoralistas ou a sugerir medidas pontuais que, independentemente da sua pertinência (é o caso da proposta de condenação do enriquecimento ilícito apresentada pelo BE e aprovada, na generalidade, na AR nomeadamente com o apoio do PS), não indiciam qualquer grau de eficácia no que respeita à reforma estruturalmente integrada que é indispensável à reprogramação da política da economia nacional. Sem soluções económicas estruturais, o país continuará à deriva segundo o ritmo da reacção eleitoral dos cidadãos a quem não resta senão manifestar resistência e oposição às governações vigentes... continuada e alternadamente! ... Esta tem sido, afinal de contas, a característica generalizada dos resultados das eleições... contudo, partidos e políticos não revelam ter percebido com seriedade este fenómeno, insistindo na mesma lógica sofística de um tal modo que mais se assemelha ao desinteresse perante a causa pública do bem-comum, revertido na luta gratuita pelo exercício do poder.

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