sexta-feira, 24 de abril de 2009

25 de Abril, Sempre!



Apaixonante, o 25 de Abril foi, na História de Portugal, um acontecimento inesquecível... Nenhum comentário, sob a forma de análise "a posteriori" poderá fazer esquecer a quem o viveu, mais ou menos jovem, o clima de alegria e esperança com que os portugueses acreditaram na Revolução... na mudança... na Democracia... num Mundo Melhor para Todos! Viva o 25 de Abril!

6 comentários:

  1. Abra-se um bom vinho, relembre-se Paulo Carvalho, apanhe-se um pequeno Cravo Vermelho e "celebre-se" o dia de amanhã..

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  2. Sou um filho da Revolução uma vez que nasci em 1975. Há várias coisas que me escapam quanto a esse período. A minha famíla dividiu-se em duas parte extremas: MRPP e MIRN. E antes da revolução alguns forma perseguidos e outros perseguidores.

    O que eu não compreendo é o seguinte: Se a revolução foi tão pacífica (a tal coisa dos cravos) porque raio não aconteceu antes?

    Onde estavam os homens e mulheres valentes deste país? Eu não vivi esses anos portanto não posso criticar...mas custa-me muito engolir esta história que nos contam...e olhe que sou licenciado em História...

    Gosto muito do Sena eque me ajuda-me a compreender esses anos mas e quanto àquela vergonhosa pergunta: Onde estão as tais obras que ficaram na gaveta por causa da PIDE? Nada se viu de grande, nada se viu de valor!

    Sendo gay imagino que pouco haveria para mim se tivesse nascido anos antes. Ou talvez fosse, como um Cesariny (tal como o descreveu O'neil): um dos poucos com coragem de ter os três olhos azuis... (conquanto que os outros dois são castanhos)

    (Cheguei aqui pela mão da Luisa Bettencourt...e hei-de voltar)

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  3. Jeune Dame de Jazz, celebro também contigo este dia verdadeiramente Histórico... Por um Mundo Melhor para Todos, Viva o 25 de Abril!

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  4. Caro Fabulastic,
    Obrigado pelo comentário, pela visita e pelo facto de dizer que aqui voltará. Acredito que, para muitos, nomeadamente jovens, seja difícil compreender ou até acreditar na complexidade e natureza de momentos históricos como o 25 de Abril... mesmo historiadores. O regime do Estado Novo, governado até 1974 por Marcelo Caetano foi antecedido pela governação de Salazar e, por muito que actualmente pareça inverosímil, a miséria, a pobreza e o analfabetismo do povo português eram chocantes! ... apesar de existirem famílias que não participavam dessa condição e que nem sequer dela se dariam conta na medida exacta que hoje supomos natural porque, na ordem de valores da época, a estratificação social, a discriminação e a exclusão não eram perspectivas comuns... porque o desconhecimento de outras formas de governação e o medo da autoridade, repressiva e inflexível, dominavam a maioria. A História, como sabe, centra-se no estudo de fontes documentais que, regra geral, tendem a ilustrar as dinâmicas político-económicas do poder e das elites... a História Social continua, neste sentido e em relação a estes períodos históricos, por fazer. Aliás, até à instauração da Democracia, as Ciências Sociais em Portugal não tinham expressão e eram fortemente condicionadas pelos padrões do conhecimento legítimos no Portugal de então, longinquamente afastados dos que eram já do conhecimento comum por grande parte dos restantes países europeus. Se o 25 de Abril não aconteceu antes de 1974, foi porque, como também sabe, as dinâmicas organizacionais colectivas requerem uma conjuntura específica que, numa sociedade rural e ainda quase feudalizada, levou tempo a amadurecer... e, neste amadurecimento que permitiu uma Revolução pacífica, foi determinante uma consciência alargada no meio militar da insustentabilidade de uma Guerra onde tombavam os jovens homens deste país, cada vez mais empobrecido e isolado... por isso, para todos, o 25 de Abril foi uma oportunidade que, a partir da coragem e da ousadia dos Capitães apoiados por alguns mais graduados, não houve a coragem de fazer fracassar com fogo e guerra... no fundo, todos sabiam a Razão que assistia a quem protagonizou o Movimento dos Capitães. Quanto ao resto, forma dinâmicas próprias de um povo inteiro, levantado em euforia na crença de uma igualdade possível e entusiasmado com a novidade do pluralismo partidário. Seria impensável que uma tão drástica mudança na sociedade portuguesa não desequilibrasse uma economia cuja estabilidade decorria da inércia e da estagnação socio-cultural... sim, que é pena as conjunturas políticas internas e externas não terem alcançado melhores resultados económicos, concordo em absoluto... mas, o preço dos atrasos de todos os níveis -inclusivé da adaptação à gestão democrática- é sempre muito mais elevado do que o previsto... e há muita obra feita! ... claro que há muito mais para fazer!... mas, é para isso que vivemos: para fazer mais e melhor, por todos nós! Bem-haja, Fabulastic! Volte sempre!

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  5. Mas como docente universitária deverá, certamente, vevier em angústia, face à substituição de uma sociedade analfabeta por uma sociedade de ilitracia, onde, sob a capa de´diplomas, se perpectua uma gritante falta de competências básicas, as quais geram falta de autonomia crítica. A mediocridade prospera e a democracia definha, pois não há democracia sem liberdade e não há liberdade sem consciência crítica. Com a degradação do nosso sitema de ensino nos últimos 30 anos, da primária ao universitário, temos cada vez mais "adeptos" e não cidadãos no nosso projecto (adiado?) de democracia. O 25 de Abril não nos deu propriamente a liberdade, mas antes as condições para a podermos construir. E nisso temos revelado grande incompetência.

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  6. Caro A.C.Valera,
    A inquietação é própria da condição humana... e sim, vivo angustiada por tão difícil ser o caminho mas, a nossa coragem mede-se pela nossa persistência no caminho do aperfeiçoamento e esse está sempre, pelo menos, um passo atrás do que desejamos e pensamos ser melhor! Como diz, o 25 de Abril deu-nos condições para a construção da liberdade... por isso, o melhor é, apesar dos escolhos das incompetências, avançar... Mãos à obra!

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