segunda-feira, 20 de abril de 2009

A aparência das contradições...


A falta de consenso final nem sempre significa fracasso... disso é testemunho, na designada "Cimeira das Américas", o facto da Venezuela voltar a ter nos EUA, um representante diplomático... mas, como não é legítima a generalização abusiva, devemos perguntar o que significou a troca de acusações de "racismo" e "sionismo" que marcou o primeiro dia da "Cimeira de Durban". O facto, na minha opinião, denota a exigência da comunidade cívica internacional de uma condenação do abuso do poder bélico por Israel confrontando os políticos com a problemática possibilidade de, ao fazê-lo, poderem emitir indicações contrárias ao seu sentido ou seja, verem associada a sua postura a afirmações radicais ou fundamentalistas... o caso da "Cimeira das Américas" com que iniciei este post vem a este propósito para chamar a atenção de que, nem sempre, "abandonar" os eventos é a forma mais eficaz de fazer valer a razão que assiste a cada um, podendo até, pelo contrário, ser exactamente interpretada como indicação de "sinal contrário"... na verdade, o diálogo é urgente e importa que, de forma contundente, se afirme a racionalidade dos argumentos, demonstrando-se na prática que o "Ocidente" não pretende persistir numa política diplomática que recorre a "dois pesos e duas medidas"... porque a justeza do seu posicionamento é condição "a priori" da sua credibilidade e o mais eficiente instrumento da afirmação da sua razoabilidade!... A legitimidade da existência dos Estados não pode ser posta em causa!... este é um princípio inegociável!... tal como o é a inadmissibilidade do apoio à acção bélica continuada de um Estado contra um outro, no contexto de uma desproporcionalidade de meios que vitimiza gerações e gerações de civis, ao ponto da memória genealógica das famílias não poder enunciar-se sem referência a vítimas mortais do mesmo conflito... A "susceptibilidade" diplomática não pode sobrepôr-se à luta contra a discriminação racial porque a gravidade deste problema na sociedade contemporânea justifica a sua prioridade na agenda política de todos... ora, no mesmo dia em que foi conhecida a defesa da tortura por ex-responsáveis por serviços de informação, bem como o facto de terem sido infligidas cerca de 300 simulações de afogamento, a título de tortura, a prisioneiros associados a práticas de terrorismo, "voltar as costas" ao diálogo é uma atitude que reforça a dimensão da insegurança internacional - facto que, reconheça-se!, no âmbito de uma crise económica mundial que continua em ritmo de recessão, não é, de todo, desejável... para ninguém!

5 comentários:

  1. gosto tanto das américas... Quem me dera viver nos trópicos...

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  2. ... principalmente porque este "ocidente" nos cansa? ... obrigado pelo comentário, Luísa. Volte sempre.

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  3. Nem tenho "palavras" para a falta de "palavras" na "Cimeira das Américas"..

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  4. Jeune Dame, será que o comentário se refere à «falta de "palavras" na Cimeira das Américas"» ou às que faltaram na "Cimeira de Durban"?... ou a ambas?...

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  5. Agora que realça esse aspecto..é mesmo em ambas..

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