sábado, 4 de abril de 2009

Ética da Cidadania - Educação e Multiculturalidade


Proferi ontem, no III Congresso Internacional de Psicologia da Educação que decorreu, durante dois dias, na Universidade Lusófona, organizado pelo Professor Doutor Carlos Simões da Faculdade de Psicologia cuja direcção está a cargo do Professor Doutor Carlos Poiares, uma conferência intitulada: "Cidadania, Ética e Multiculturalidade face à dimensão socio-cognitiva da Psicologia da Educação". O tema, vasto e actual, proporcionou-me a dissertação, dirigida a psicólogos, professores e a alunos da licenciatura nesta área, sobre a Complexidade, enquanto paradigma das Ciências Sociais contemporâneas, numa perspectiva de interacção entre os múltiplos e simultâneos planos da vivência interior e exterior dos indivíduos, das culturas de origem (de raiz étnica, familiar e cultural) à intervenção e participação activa cívica e profissional. A percepção da complexidade da mudança como área de intervenção da Psicologia da Educação cria naturalmente inquietude, como o referiram alguns dos participantes durante e após o debate, tal é a dimensão do trabalho a desenvolver numa sociedade que se pretende democrática em tempos de re-emergência da xenofobia e da insegurança... mas, se o tamanho da tarefa nos inquieta, não pode, mesmo assim ou apesar disso, diminuir o nosso investimento na sua realização... por isso, "mãos à obra"!

3 comentários:

  1. Gostaria de ter assistido ao Congresso. Se como diz a: “A percepção da complexidade da mudança como área de intervenção da Psicologia da Educação cria naturalmente inquietude, como o referiram alguns dos participantes durante e após o debate, tal é a dimensão do trabalho a desenvolver numa sociedade que se pretende democrática em tempos de re-emergência da xenofobia e da insegurança..”, face a isso, não há mesmo outra solução senão: “mãos à obra”. Ao longo da minha Licenciatura em Filosofia (cá em Coimbra) alguns dos Professores fizeram questão de lembrar dia após dia que o nosso “estado” natural deve ser precisamente o da “inquietude” (na medida em que só assim estamos despertos e atentos aos que nos rodeia). O problema (a meu ver) é precisamente o modo como se vê essa inquietude. Ou seja, não há que ter “medo” e face a tudo o que há por realizar, também não se pode ficar apático. Infelizmente há grandes “ideias”, mas ficam quase sempre no bolso (também por culpa de muitos interesses universitários e políticos) …Ora enquanto isto não mudar a xenofobia aumentará e a par a insegurança. Como disse Elisabeth Weber num seminário em torno do pensamento de Jacques Derrida: “a diferença não exerce autoridade” (não pode exercer) …

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  2. Obrigado pelo comentário, Jeune Dame de Jazz... gostei muito de o ler e, estou que, a ter estado no Congresso, teria sido um bom contributo para a problematização e análise nomeadamente deste tema. Sim, "espanto" e "inquietude" são o estado de atenta vigília que nos permite apreender o sentido, perguntar pelo significado e... enveredar pelo caminho da acção! Por definição, como disse Derrida, "a diferença não exerce autoridade"... mas, pouco importa a autoridade se nos reconhecermos a razão. Também eu, Jeune Dame, tenho, como formação de base, a Licenciatura em Filosofia, feita aqui, há mais de 20 anos, em Lisboa... é, também por isso, gratificante ler os seus textos. Bem-haja por isso, Jeune Dame! Um abraço.

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