Vidigueira é uma branca vila alentejana que tem como lema: "Terras de Pão, Gente de Paz". A expressão, além de feliz e bela, revela agora o melhor dos seus sentidos, quando sabemos que, a sua Câmara Municipal decidiu subir de escalão o vencimento dos cerca de 40 trabalhadores do município que auferiam, até ao momento, o salário mínimo nacional. Além disso, testemunho da inteligência de gestão, indispensável à coragem política inerente à aplicação dos critérios da honestidade, da transparência e da justiça, a Câmara Municipal da Vidigueira decidiu baixar, em 10%, os salários do Executivo, incluindo o do seu Presidente. Bem-hajam pelo exemplo nacional e pelo orgulho que continuamos a ter no nosso Alentejo, cuja identidade cultural se não esgota na paisagem... Viva a Vidigueira!
Ana Paula,
ResponderEliminarEsse orgulho alentejano veio ao de cima...
Mas tem razão para estar orgulhosa.
O Alentejo é imensamente belo como a dádiva das suas gentes.
Longe vão os tempos em que passava férias de Páscoa num monte junto a Évora. Mas nunca mais os esqueci; e já lá vão quase 50 anos. Veja o Alentejo que eu conheci...
Um abraço.
T.Mike,
ResponderEliminarAs suas palavras -vá lá perceber-se porquê!- provocaram-me um assomo de lágrimas... talvez por ser difícil assistir a uma desertificação vertiginosa, de solos e gentes... cresci no Alentejo e descobri a região quando, aos 6 anos, nas paisagens dos Almendres, vi, pela primeira vez, as chamadas "pedras-talhas"... e se evoco os megalitos faço-o pela emoção que me despertou... talvez porque, dentro das pedras e dentro das gentes, por lá se assiste, sempre!, ao desfilar de uma História da Humanidade, sofrida e quente, em cada alma... por cada vez que se vê e que se sente!
Um grande, grande abraço :)
Ana Paula,
ResponderEliminarAgora quem ficou entupido fui eu ...
A isso chama-se amar a terra (no seu sentido mais profundo, onde se incluen as gentes) de uma forma telúrica. E compreendo-a. O Alentejo desperta sensibilidades muito próximas apesar, ou tavez por isso, da sua imensidão. O olhar nunca é próximo, está sempre pregado no horizonte e no que isso possa representar.
Teve piada falar nos megalitos das Almendras. O Alentejo actual, que conheço, apareceu-me por causa da Arquelogia, e por ter familiarmente, mesmo muito próximo, alguém que se tem dedicado à actividade arqueológica naquela zona de uma forma efectiva. Agora parada, é certo,por falta de apoios estatais. E que coisas se descobrem !
Até nisso o Alentejo é sui generis.
O mundo é pequeno minha Amiga... E assim se vão descobrindo as pessoas...
Um grande abraço.
Olá Querida Ana Paula, :)
ResponderEliminarViva todo o Alentejo, das Regiões mais lindas de Portugal, de uma ponta à outra.
Bem que se podem sentir orgulhosos os Alentejanos.
Pena é que sejam atraídos para Lisboa e as gentes começam a desaparecer. Talvez seja melhor a administração central começar a pensar sériamente na reforma administrativa... Já que pelos vistos somos um País anti Regionalização. Já o mesmo não diz a Dinamarca, o Japão, a Suíça e outros Países desenvolvidos. Deve ser do espírito português, que julga que a divisão os vai privar do que é deles... ou então não sei explicar.
Um beijinho de um grão de pó.. :))
Um beijinho de um grão de pó. :))
T.Mike,
ResponderEliminar... a grandeza do mundo aumenta à medida que compreendemos como é, afinal, pequenino... porque é aí que descobrimos a universalidade de todas as singularidades e se reconfiguram sentires e pensares solidários que tornam mais nosso e maior o Alentejo... "é tão grande o Alentejo..." - diz o cantar de Castro Verde a que vale a pena acrescentar o poema de José Gomes Ferreira: "Nunca vi um Alentejano cantar sózinho"... afinal, de uma ou de outra forma, somos todos, os que o sentimos e reconhecemos, Alentejanos... Um grande abraço fraterno e largo como os campos onde se nos perde o olhar nos caminhos da alma, meu Amigo :)
Um boa Fada do Bosque teria que conhecer o Alentejo... e passear em fins de tarde na paisagem dos Almendres :)
ResponderEliminar... são várias e com fundamento histórico as razões que dificultam a fixação populacional num território tão vasto como é o Alentejo... e não conheço nenhum alentejano que de lá tenha saído por outra razão que não a necessidade e que para lá não regressasse se tivesse oportunidade de construir uma vida com as condições que se lhe requerem :)
... sim, Fada do Bosque, é, por certo, a falta de coragem política e muito bloqueio de natureza vária que, dissimulado, não permite que quase 2 terços do território nacional floresçam :)
... um beijinho de pirilampo nostálgico a relembrar, melancólico, sonhos para uma região sufocada por um silêncio carregado :)
Realmente o Alentejo é isso tudo que dizem, mas é mais é a terra dos horizontes desimpedidos, do som do silêncio (que aqui existe).
ResponderEliminarMas é também a coragem de se renovar... o Alentejo e o Alentejano sempre se renova, porque é uma terra da cor do sangue dos guerreiros, da cor do sol-posto em dia de verão!
Para vocês que estão por esse mundo fora, vos digo, eu alentejana que por opção (mesmo sabendo que as dificuldades seriam maiores) fiquei neste imenso Alentejo e que o vivo no seu todo (já que sou do Alentejo, não de Évora, Beja ou Portalegre) eu vos digo que aquilo que o Alentejo nos dá, não há dinheiro que pague, não há emprego que valha, não há condições de vida que o mereçam!
Talvez por isso, pelo ser Alentejo, a Câmara da Vidigueira conseguiu a coragem para tomar a medida certa e merecida!
Como se diz na nossa terra “inté”
Lurdes
:) "Inté", Lurdes :)
ResponderEliminarAplaudo a decisão da Câmara Municipal da Vidigueira de aumentar o salário aos seus funcionários que auferem o ordenado mínimo nacional.
ResponderEliminarÉ que contrariamente ao que por aí grassa em matéria de má-informação, nem toda a Administração Pública é principescamente remunerada. É certo que os há, mas venham à Administração Local e logo conversaremos ...
Também a Câmara Municipal de S. João da Madeira aproveitou a possibilidade de através de opção gestionária, aumentar o salário aos seus colaboradores que auferem o salário mínimo nacional.
Distingue-mse as duas por o Executivo da Vidigueira ter decidido que os eleitos iriam deixar de auferir 10% do seu vencimento. Pode ser uma gota no oceano, mas é um exemplo especialmente quando nalgumas autarquias há quem só de telemóvel gaste mensalmente mais que o ordenado mínimo nacional!
Penso que São João da madeira tomou a mesma atitude, só se pode elogiar.
ResponderEliminarMais do que a "gestão", o princípio alentejano: "Ao bom darás, do mau te afastarás"...Exemplar!
ResponderEliminarExemplos como o da Vidigueira são positivos mas a medida de reduzir os salários pode, por vezes ser populista. Como me pareceu o caso de Pedro Passos Coelho, quando afirmou ao Expresso que reduziria os vencimentos dos políticos em 5 a 10%.Não creio, sinceramente, que os políticos ganhem demais. O que me parece é que há ministros e ministérios a mais. As despesas de gabinetes ministeriais e, principalmente, de secretarias de estado imprestáveis, são um sorvedouro de dinheiro inimaginável. Deviam começar por aí.Poupar-se-ia muito em prebendas, mordomias e gasolina para levar o cão do chefe de gabinete ao veterinário, as crinacinhas das secretárias e assessores aos infantários e a restante família aos seus empregos.
ResponderEliminarCaros Ferreira-Pinto, Daniel Santos, Jeune Dame de Jazz e Carlos Barbosa de Oliveira,
ResponderEliminarObrigado por nos lembrarem do caso de S.João da Madeira que é também muito gratificante. É, de facto, muito importante encontrar "caminhos novos" ao invés de se investir, repetidamente, nas velhas soluções que pouco ou nada acrescentam à resolução das dificuldades e às más práticas de gestão que conhecemos... como bem refere a Jeune Dame, o princípio devia ser regra e o exemplo devia fazer escola... não é o caso, pelo menos, para já, do Orçamento de Estado que aqui bem se podia ter inspirado... mas, a coragem política requer... muita coragem :)
Um abraço - ou melhor, 4 abraços :)
Bons exemplos da Vidigueira e S. João da Madeira, que espero tenham algum impacto nos ordenados dos tais funcionários com ordenado mínimo.
ResponderEliminarUm princípio para contrariar as diferenças de poder económico entre os mais ricos e os mais pobres. As diferenças entre o que ganham as pessoas que trabalham não devia ser tão abismais e doentias. É incompreensível que uma pessoa que trabalhe 40 horas por semana, que se esfalfe, não consiga pagar renda, comer adequadamente e ter condições de vida mínimas, enquanto outros ganham, com um pontapé na bola, o mesmo que essa pessoa ganhará num ano de trabalho. Eu não entendo.
Um bom fim de semana
Nem eu, Manuela... não se pode entender a lógica de incorrecta e injusta distribuição de recursos, tão desproporcional ao investimento requerido e às necessidades das pessoas, numa sociedade que se diz democrática e com ensejos de vir a ser, efectivamente, igualitária... mais ainda, quando a própria distribuição de recursos, apesar das vantagens financeiras que implica para os jogadores, assentar num princípio de exploração das capacidades de outrem tratado não como pessoa mas como propriedade... uns vendem-se, outros compram-se e para benefício de uns quantos, a maioria hipoteca a sua vida por um trabalho que lhe permite, no mínimo, sobreviver... como se não bastasse ainda têm que, além de aceitar, agradecer porque o fantasma do desemprego assoma a cada olhar sobranceiro de quem paga... Um beijinho e Bom fim-de-semana :)
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