sábado, 23 de abril de 2011

Da Memória - entre a Escravatura e o Estatuto de Monumento Nacional do Posto de Comando do MFA




... a propósito de "resgates" e "rendições", de "liberdade" e "regularização de contas públicas", ocorre-me uma certa lógica que esteve presente em fenómenos sociais hoje considerados desumanos e absurdos... é o caso da Escravatura, a propósito da qual, vale a pena reflectir a propósito de dois textos publicados por Eduardo Marculino no História Viva... e, uma vez que, como todos sabemos!, o presente é sempre reflexo do passado e configura o futuro, não podemos permitir que a Memória seja apenas isso: memória!... É por isso que a Memória é Património e o Património um testemunho do nosso profundo compromisso com a vida! Daí que, no contexto de uma crise muito mais multidimensional do que geralmente se assume, e porque nos aproximamos de mais uma homenagem ao 25 de Abril que, como sempre, se cumpre no Desfile pela Avenida da Liberdade, seja, cada vez mais, importante materializar os testemunhos de uma Memória que urge reerguer a cada passo... por exemplo, conferindo o estatuto de reconhecimento patrimonial aos espaços onde o 25 de Abril de 1974 deixou de ser um projecto e se transformou em realidade! Fica, por isso, o convite para a assinatura da Petição que defende que o Posto de Comando do MFA onde, em termos de coordenação, a Revolução dos Cravos aconteceu, seja elevado ao estatuto de Monumento Nacional. A petição pode ser assinada AQUI.

5 comentários:

  1. As petições são uma forma de intervenção cívica a incentivar. Obrigado por ter aderido a esta e a mobilizar para a sua assinatura.

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  2. Cara Ana Paula Fitas
    Obrigada, mais uma vez, pelo seu espírito crítico, acutilante e sempre desperto para as realidades que mexem não só mas também com as funções sociais e políticas que nos ajudam a desvendar contradições e a sentir que temos necessidade de ser estimulados por contrastes, porque, na verdade, recordamos com emoção os tempos passados e como eles são representados na nossa lembrança podendo ser reprovocados por meio de injecções de esperança capazes de despoletar novos ciclos.
    Aproveito para lhe desejar uma Páscoa Feliz, suficientemente amendoada...
    Um grande e afectuoso abraço :)
    Ana Brito

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  3. Cara Ana Brito,
    Em vésperas de celebração de mais um aniversário do 25 de Abril - vésperas que, simbolicamente, coincidem com o domingo de Páscoa (tempo de ressureição da natureza e da vida), a anunciar o momento em que nos chegou a Liberdade - agradeço, de todo o coração a generosidade das suas palavras e a esperança que delas emerge.
    Um grande e afectuoso abraço :)

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  4. Minha Amiga :))
    Adoro poema que segue,

    As mãos

    Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
    Com mãos tudo se faz e se desfaz.
    Com mãos se faz o poema – e são de terra.
    Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
    Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
    Não são de pedras estas casas mas
    de mãos. E estão no fruto e na palavra
    as mãos que são o canto e são as armas.
    E cravam-se no Tempo como farpas
    as mãos que vês nas coisas transformadas.
    Folhas que vão no vento: verdes harpas.
    De mãos é cada flor cada cidade.
    Ninguém pode vencer estas espadas:
    nas tuas mãos começa a liberdade.
    Manuel Alegre

    Mãos cheias de Esperança
    M. José

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