sábado, 9 de abril de 2011

De Portugal à Alemanha - uma crise maior que nós...

Enquanto o Comissário Europeu para os Assuntos Económicos, Olli Rehn, apela à responsabilidade política e social do espectro partidário português, Jacques Attali, reconhecido consultor político, enquadra o problema da crise portuguesa no contexto europeu, em declarações que, para além da especulação mediática, devem ser tomadas em consideração... Afinal, apesar do apontamento comum também aqui perceptível do economista Pascal Lima, o que importa é, de facto!, o que diz Attali, ao afirmar que, entre Portugal e a pretensa solidez alemã, vai apenas um pequeno passo que se resume a um toque: o do "efeito dominó"... Ignorar o problema é, de facto, desconhecer a dimensão da interdependência em que assenta o pró-federalismo europeu... Está, por isso, em causa, o dito modelo social europeu que os cidadãos apoiaram, cuja fragilidade está nas mãos das opções político-económicas e financeiras de todos os líderes da UE...

Já em plena campanha eleitoral e apesar dos pequenos indicadores da retoma de modelos envelhecidos de eventuais "blocos centrais", outros considerandos poderiam ajudar, de forma inovadora, ao consenso nacional que é preciso ser capaz de construir: ... assim o queiram, da direita à esquerda, em Portugal! Pela Democracia e Pela Vida dos Cidadãos.

8 comentários:

  1. (…) e se os políticos não são capazes de ultrapassar o seu "conjuntural papel" para, como cidadãos, celebrarem juntos, a Democracia, mantendo a AR aberta à celebração do mais importante facto histórico da nossa contemporaneidade, cujo prestígio, reconhecimento e afecto, ultrapassou todas as fronteiras e ainda inspira revoluções democráticas pelo mundo, que tenham ao menos a dignidade de lhe não fechar as portas e de não deixar de a cobrir de cravos, muitos e muitos cravos vermelhos...(…)

    Ana Paula:
    Sublinho parte do seu texto sobre, sobre o cancelamento das Comemoração Oficial do 25 de Abril, porque ele serviu a uma amiga, que também comentou no meu blog este problema, para o tomar como uma proposta a seguir de facto. Não seremos capazes de dinamizar uma onda de gente que cubra mesmo as escadas do Parlamento com cravos vermelhos? E se aquilo que propõe passasse mesmo a ser um objectivo neste Abril? Ela achou que a sua proposta faz sentido face à recusa de tantos, até mesmo à Esquerda, que justificam o cancelamento com: “legalidades”, como se o 25 de Abril não tivesse sido… ilegal. Haverá por aí alguém a quem seja possível endossar esta causa, e a transforme mesmo num acontecimento? E os nossos Alegros não seria gente para pegar na questão?

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  2. Olá Graza :)
    Penso que seria uma atitude memorável e digna do 25 de Abril que é de todos nós! Fico feliz pela citação da tua amiga... e até fiz a sugestão, via sms ao Luís Tito no dia do jantar a que não compareci por motivos profissionais... Não domino as redes sociais que conseguem este tipo de mobilização ... e tenho pena... porque penso que valeria mesmo a pena! Se tu próprio ou alguém que conheças o puder fazer, podes considerar que já aderi e lá estarei (o Rogério do Conversa Avinagrada comentou o texto onde fiz a sugestão, dizendo: "Eu vou lá estar! :) ... e eu acredito! E seria magnífico se fossemos tantos que toda a escadaria fossem mãos empunhando os Cravos :))
    Um grande abraço.

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  3. É... ponham-se com ideias de invadir as escadas da Assembleia com flores, que os bófias andam mortinhos por fazer exercício.... ainda por cima os tipos agora são alérgicos a flores... tá-se mesmo a ver pétalas a voarem...

    Mas não deixa de ser uma fenomenal ideia.

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  4. Oh, VOZ :)
    ... eu, hoje, perante o que penso do que conheço de si pela troca sincera de ideias, críticas e reflexões que temos vindo a construir, virtualmente!, a única coisa que sou capaz de lhe dizer é que me fez nascer um sorriso imenso no coração e me provocou o aflorar das lágrimas aos olhos tristes de que me rcuso a afastar a esperança (até porque o medo nunca eliminou a razão -apesar de, demasiadas vezes e não sei se ainda, por estes dias, a continuará a calar!)...
    Um grande, grande, imenso abraço...

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  5. A todos os comentadores que se interessem pelo conteúdo dos comentários aqui publicados até este momento: vão, por favor, ler o comentário no post que escrevi sobre a não suspensão do 25 de Abril... o comentário cuja leitura recomendo e agradeço de todo o coração é de MIGUEL MIRANDA.
    Um grande abraço :))
    Viva o 25 de Abril!

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  6. Graza :)
    ... eu também... e não posso deixar de ficar feliz... vamos dar uma volta no Facebook (onde nem eu sei bem como se navega!?) e procurar o Miguel Miranda para obter o link... eu também estou no Facebook apesar de lá ir pouco mas vou divulgar e passar a palavra a todos os que conheço que por lá circulam muito mais que eu... vamos a isso?! :))
    Grande Abraço.

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  7. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    É verdade, José Sócrates quis com o seu discurso de início do Congresso renascer das cinzas como a "Fénix renascida". Os seus argumentos foram pertinentes na clivagem ideológica que tentou estabelecer entre o ultra-neoliberalismo de Pedro Passos Coelho e uma visão dita socialista de José Sócrates, tendo revelado grandes dotes de uma oratória fulgurante. No entanto, o problema essencial é que o empréstimo do FEEF-FMI vai obrigar a medidas radicais de cortes das despesas do Estado que irão alterar de forma definitiva o futuro paradigma social das políticas públicas portuguesas.

    É certo que Pedro Passos Coelho tem uma cartilha ultraliberal que será muito prejudicial se conseguir chegar ao poder.

    As pressões internacionais da Europa, em declínio Civilizacional acentuado, sobre o país vão obrigar Portugal a apertar muíssimo o cinto, pois isso é a forma de tentar responder às novas potências mundiais emergentes e à Globalização tecnocrática em que os mercados financeiros reinam num total desrespeito pelos Direitos Sociais e Políticos dos Cidadãos. Este caminho tem levado a Humanidade a menosprezar os direitos democráticos dos Cidadãos e a fazer perder qualidade de vida em favor de uma ilusão de progresso económico. É neste cenário que deve ser enquadrada a presente crise da dívida soberana portuguesa.

    Como a Ana nos diz de uma forma clarvidente, citando o depoimento de Jacques Attali, o risco do contágio pela interdependência das economias europeias é o factor que deve obrigar a Alemanha a ponderar nas suas decisões de romper de vez com o modelo social Europeu, porque nessa fase futura e indesejada da História regressarão políticas nacionalistas que poderão destruir o próprio projecto institucional Europeu. Portanto, sem dúvida, como a Ana nos diz, para que sobreviva o conceito de coesão social Europeia face à conjuntura de crise de solidez das economias e finanças Europeias é necessário que existam consensos nacionais e europeus. Esta é uma encruzilhada que todos os portugueses e os europeus devem assumir com consciência e responsabilidade Ética.

    Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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  8. Olá Ana...

    A ideia é mesmo essa... provocar sensações... pois quando olho à minha volta parece que vivo rodeado de seres moribundos.

    Há algo que já faço há muito TEMPO: Na rua olho sempre nos olhos de quem por mim passa. E até hoje só uma mulher olhou, manteve o contacto, e continuou a olhar mesmo depois nos cruzarmos! E não... não foi a mulher que me dá o prazer e alegria e me que me deixa Viver com ela.

    A maioria anda a olhar para o chão, os restantes se dão conta de que estou a olhar para eles e nos olhos, desvia o olhar...

    Outro dia, acho que 5ª feira, ia a caminho do Metro e estava uma menina sentada numa portada com o seu avô (presumo!), ela ao ver que eu estava a olhar para ela sorriu e disse "OLÁ"... eu ri-me e respondi com um "OLÁ" com idêntica intensidade... mas... o "avô" disse-lhe baixinho "Não deves fazer isso..."

    E é assim que se mata uma Sociedade...

    D.T.: Continuo a achar a ideia dos cravos fenomenal...

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