No ano que agora termina, saíram de Portugal 100.000 cidadãos em busca de melhores meios de sobrevivência e a emigração, de mera possibilidade, passou a cenário de uma realidade sombria que paira, de facto!, sobre o país (ler aqui), apesar dos evidentes prejuízos que o facto arrasta para a economia e a sustentabilidade social portuguesa!... é por isso completamente absurda, inusitada e despropositada a condescendência (para não dizer, incentivo!) à emigração que muitos dos escolhidos pelos eleitores para o exercício governamental, têm vindo a fazer, trocando a política por um senso-comum que revela, não só pouca sensatez, mas, também, o contrariar da prioridade que a escolha democrática supostamente implicaria, a saber: um eficaz empenhamento na criação e apresentação de soluções capazes de promover o crescimento endógeno nacional... e se é verdade que, também em 2006, emigraram 100 mil pessoas deste pequeno território que é o nosso, podemos dizer que a ostracização dos cidadãos é o que a política económica nacional entende por sustentabilidade do tecido social e política demográfica!... Qualquer que seja a justificação e a interpretação dos dados, a verdade é que o esvaziamento do país, tem custos de que a História dificilmente recupera (veja-se, para se não ir mais longe, o caso do Alentejo)... É, por isso, importante relembrar a urgência da seriedade nas propostas e no entendimento do momento que atravessamos e que requer, antes de mais, sentido de responsabilidade social - até porque, não sei se repararam! mas, de soluções fáceis, "está o inferno cheio"!!!
«O CABO DOS TRABALHOS»
ResponderEliminarTu tem calma, Zé do povinho...
Até dois mil e treze aguentas,
Depois afogas-te devagarinho
Lá p'ró Cabo das Tormentas!
Não bastou emigrar os professores…
Agora também me vai calhar a mim?
Nada de bom auguro... só coisa ruim,
Quem serão os próximos desertores??
POETA
É bem verdade! Um país que não alimenta os seus filhos.
ResponderEliminarQuer se queira quer não, há coerência nas politicas... Se o aparelho produtivo foi destruído que fica cá a fazer um povo inteiro ao qual já se vaticinou um (ainda maior) empobrecimento? Não, não é ironia minha. É a ironia sádica de quem está no poder. Pode crer...
ResponderEliminarOlá, Ana,
ResponderEliminarNão sou “nacionalista” (territorial) e bem sei que não é esse o sentido do que escreveu…! No que diz respeito à crescente emigração de portugueses(as) para Angola e Brasil, só posso concluir um aspecto: os/as “portugueses”(as) não estão minimamente preparados sequer para o panorama europeu…há um abismo cultural enorme – e ninguém refere isso! Porquê!? E como se poderá falar de crescimento endógeno nacional se depende, em grande parte, dos arranjos institucionais…!?!
Um grande abraço e boas entradas em 2012!
Cara Ana Paula Fitas,
ResponderEliminarFiz link do seu excelente texto.
Boas Entradas...temos de vencer o Ano Negro...!
Abraço Amigo,
Osvaldo Castro
O pequeno lavrador,foi pagar a «décima»,
ResponderEliminare querendo com alguém desabafar,
dizia que a vida está péssima,
e não há quem queira trabalhar.
Agora toda agente está na emigração,
continuava êle para se lamentar,
já não há quem queira cavar,
e eu já sou velho para tal função.
-Então os seus filhos não o téem ajudado?
Perguntava alguém de entre a gente,
e o pequeno lavrador talvez imprudente,
disse que os filhos tinham emigrado.
Mas você tem terras,tem rendimento,
e há trabalhadores que não téem nada,
que vão p'rà França p'ra fugir à enxada,
buscando um futuro com menos tormento.
Em tempos,disse alguém com desamor,
que os trabalhadores deviam estar na prisão,
e quando dêles precisasse qualquer patrão,
requisitava-os ao concelhio Administrador.
Nas classes sociais,a inevitável luta,
faz vir à tona a humana pulhice,
e o mais refinado na canalhice,
é que consegue ganhar a disputa.
O emigrante,filho do pequeno lavrador,
com Marcos e Francos,sente-se burguês,
ao regressar à terra,compra um tractor,
e encara os outros com maior altivez.
Até mesmo o assalariado trabalhador,
que conseguíu amealhar uns tostões,
na sua terra,quando das Eleições,
vota no Partido do Comendador.
Pois êle pensa que presentemente,
já não pertence à classe da pobreza,
de que se envergonha,e de certeza,
procura alinhar com a fina gente.
Nunca peças a quem pediu,
diz o velho e popular Ditado,
nem sirvas a quem serviu,
se não queres ficar codilhado.