... hoje, morreu Cesária Évora... ficámos seguramente mais pobres mas, guardaremos para sempre a sua voz sentida e inigualável, com que, de forma tão bela, cantou, não só a vida e a terra mas, também, o mar!... talvez por isso, a morte da Rainha das Mornas, descalça e inteira, me faça pensar nos pescadores... no mesmo dia em que Portugal conseguiu um acréscimo de 6% nas quotas das pescas, ultrapassando significativamente a barreira de partida da Comissão Europeia que defendia 11% para a sua redução... aumenta assim, para regozijo nacional, no quadro da pesca sustentada, a capacidade de captura de espécies preciosas para a economia (como é o caso do bacalhau, do tamboril, da pescada e do carapau) pela frota pesqueira industrial nacional... mas, se ao facto não é alheia a ruptura do protocolo comunitário de pescas com Marrocos que expulsou das suas águas 100 embarcações da frota de pesca europeia (14 das quais portuguesas), há um outro rosto, mais humano, nesta questão... um rosto de pescadores que, tisnados de sol, sal e luta querem conhecer a tradução desta vantagem na sua vida e na faina da pesca artesanal portuguesa enquanto expressão económica e manifestação cultural que a modernidade não tem o direito de exterminar...
(recordo a este propósito o que se pode ler e ver aqui e aqui).
As pescas têm sido usadas para tapar os olhos do povo.
ResponderEliminarImpoem as regras europeias e deixam os outros pescar o peixe depois obrigam-nos a comprar-lhes aquilo que estava aqui no nosso mar.
Cesária Evora foi mais uma figura que desapareceu mas a sua obra continuará a encantar-nos a todos.
Sem dúvida nenhuma, Luís... e 2012 será o Ano Europeu das Pescas que justificaria a criatividade dos eurodeputados portugueses no sentido de promover, apoiar, proteger e valorizar a qualidade da pesca artesanal portuguesa.
ResponderEliminarQuanto a Cesária Évora... recordemo-la, cantando-a :)
Um abraço.