Há 50 anos, no dia 18 de Dezembro, Goa foi palco do início da queda do chamado "império colonial português". A este propósito, no jornal Público, pode ler-se num artigo de Constantino Xavier, investigador na Universidade J.Hopkins:
"(...)A Índia
eliminou há muito os complexos do passado. Lembro-me da estupefacção entre
diplomatas portugueses quando, numa recente visita a Lisboa, um oficial da
Marinha indiana enalteceu Goa como símbolo de "fusão dos valores luso-indianos"
e se referiu a Vasco da Gama como "o descobridor que nos abriu as portas ao
mundo". Isto só pode surpreender se continuarmos a ignorar que a maioria dos
indianos se orgulha do que Portugal deixou na Índia.(...)" (via Tim Tim no Tibete.)
Entretanto, na edição online do mesmo jornal, podem ouvir-se antigos soldados portugueses que, à data, estavam destacados em Goa (ver AQUI) e amanhã, no Jornal da Noite da TVI, na rubrica "Reportagem TVI", vai ser interessante ouvir outros tantos testemunhos recolhidos pela jornalista Maria José Garrido. Neste contexto, não posso deixar de referir a lúcida leitura do General Vassalo e Silva, Governador de Goa entre 1958 e 1961, no livro editado em 1975 pela Liber e com coordenação de Botelho da Silva: "Dossier Goa - A Recusa do Sacrifício Inútil". Registe-se que o então Brigadeiro Vassalo e Silva, presente na rendição de Goa em 19 de Dezembro de 1961, foi demitido pelo Conselho de Ministros de Salazar no dia 22 de Março de 1963, na sequência dos desentendimentos sobre a resposta a dar à situação de Goa no início da década de 60 e sobre a qual Vassalo e Silva escrevera: "(...) Acabou tudo. Goa já não é portuguesa. (...)" (pg.96 in ob.cit.).
Foi o principio do fim! Mas..sinto-me orgulhoso de ser PORTUGUÊS, e da obra que deixámos por esse Mundo fora. Em época natalícia é meu desejo que "Fé e esperança sejam as luzes que devem iluminar-nos e guiar-nos nesta época de... "troiCÃO". Boas Festas
ResponderEliminarAbracinho
Sublinho do seu texto o facto inicial, o da afirmação de um oficial, até por o ser, e a estupefacção dos diplomatas, até por o serem. É que como nação ignoramos a história e estamos virados para quem nos olha na nossa infinita pequenez enquanto outros, a quem voltamos costas, nos distinguem e admiram. As politicas de há muito seguidas enviesam-nos o destino...é isso que estamos pagando.
ResponderEliminarVale senpre a pena lembrar o passado para melhorar o presente. Portugal precisa de gente boa e honesta a comandá-lo. Precisamos que pessoas de bem que possam ajudar a dar a volta às grandes desigualdades deste país! Gostei de a ler, amiga! Desejo-lhe um Natal cheio de felicidade! Beijinho grande,
ResponderEliminarAnamiga
ResponderEliminarA minha mulher Raquel é goesa. Brâmane católica, o seu primeiro antepassado a ser baptizado foi D. Ignacio de Melo, antes Raikar e em... 1588, mais coisa, menos coisa.
Conheço bem Goa e conheço quase toda a Índia: E conheço o Constantino Xavier, que é nosso Amigo.
Entrevistei para o DN a Senhora Indira Gandhi e seu filho Rajiv Gandhi, ambos como primeiros-ministros.
Os goeses dizem que eu sou mais... goês do que eles. E, se calhar, é verdade. rsrsrs
Há dias palrei sobre este tema da invasão de Goa, Damão e Diu - pois que de uma invasão militar se tratou - porque o colonialista/jesuíta Salazar não quis entender que a Liberdade é incontroversa.
Lá na minha Travessa dou conta disso.
... e já te sigo; espero retribuição...
Qjs = queijinhos = beijinhos
Salazar disse nessa altura aos militares: Vencer, ou morrer.
ResponderEliminarMeio século depois PPC diz: emigrar ou morrer.
Isto anda tudo ligado, Ana.
Obrigado pela evocação da data que eu errei por antecipação lá no CR.
Abraço
Caro Zéparafuso,
ResponderEliminarSão recíprocos os votos e a expressão :)
Boas festas, meu bom amigo!
Abracinho :))
Caro Rogério,
ResponderEliminarFelizes, as suas palavras dão nota desta percepção cruzada que mais parece enviesada das imagens à luz das quais se decidem os destinos dos povos... acrescentarei, se me permite!, que, mais do que as políticas que temos que pagar, o pior é ser a falta de cultura e de visão integrada dos protagonistas dessas políticas que temos que pagar!
Um grande abraço,
Querida DAD,
ResponderEliminar... precisamos, sim! Precisamos de "gente boa e honesta" capaz de considerar as desigualdades como alvo prioritário da política e da economia!
Um grande beijinho com votos de um Natal muito feliz!
Amigo Henrique,
ResponderEliminarObrigado pela partilha de tão enriquecedora vivência... será que podemos conversar sobre esta matéria? Para mim, seria, de facto, muito interessante.
E se já te sigo diariamente, vou, agora mesmo passar pela Travessa :))
Queijinhos :))
Antes por antecipação do que o silêncio... para que não esqueçamos as lições da História e possamos interpretar com clarividência o presente!...
ResponderEliminarUm abraço, Carlos.