No "fio da navalha" é a expressão utilizada por Teresa de Sousa para definir o actual estado da União Europeia no que se refere ao enfrentar da crise que teve, na mais recente reunião do seu Conselho, o desfecho previsível: a assinatura do designado "Pacto de Ajustamento" que o Reino Unido e a República Checa se recusaram a assinar. A postura destes dois Estados-membros decorre de uma atitude política assumida pelas respectivas lideranças, cujo significado é contrário à mensagem emitida pelos meios de comunicação social que insistem em dizer que o referido acordo "deixou de fora" os dois paises. Não, não foi o acordo que os deixou de fora! Foram os seus dirigentes que consideraram insustentáveis, para as respectivas economias e sociedades, as condições que o texto, agora vinculativo, lhes impunha (ler aqui). Vejamos... a "convergência" em nome da qual os governos têm vindo a reduzir as condições de vida dos cidadãos e os direitos dos trabalhadores foi um fracasso ao ponto de não termos sido capazes de suportar o impacto da crise que abalou as economias ocidentais; por isso, apesar de Van Rompuy considerar que o acordo responsabiliza os países, a decisão dos 25 mais não faz do que deixar expostas à sobranceria alemã, as soberanias nacionais - risco que a Grécia já enfrentou, respondendo que não aceitava o fim da sua "soberania orçamental" em nome de uma identidade que se revê na independência política mas, cujo desfecho está longe de ser conhecido... portanto, por mais que se promova o resultado desta decisão, a verdade é que continuamos a regredir política e socialmente... até onde?... ao desfecho do cada vez mais próximo desmoronamento europeu traduzido na inequívoca constatação da sua inutilidade e cujo preço será a completa ruína dos países que a integram!?...
Obrigado, minha querida amiga, pela visita e os sempre simpáticos comentários. A Helena Pato tem-me falado em si, sempre a elogiá-la. Merecidamente, diga-se. Temos então pelo menos uma amiga comum.
ResponderEliminarHá uma gritante omissão na narrativa da crise europeia que se limite a denunciar a regressão dos direitos políticos e sociais dos respectivos povos. É ela a abstracção que sempre é feita dos blocos económicos e políticos exteriores à União. É o caso dos países árabes, os produtores de petróleo, incluindo a Rússia, e da China, a Índia, o Brasil, o Japão e os Estados Unidos.
ResponderEliminarParece não se entender que não é possível evitar o desemprego na Europa se os países em crescimento não abrirem as suas fronteiras, políticas e ideológicas, ao comércio bilateral de mercadorias e serviços, diminuindo a pura acumulação de meios financeiros a que extremada e erradamente se dedicaram.
Veja-se por exemplo como procederam nos decénios transactos os países credores da exportação de petróleo: - promoveram vultuosos investimentos técnicos neles gastando os seus "petrodólares", permitindo ao Japão, Europa e América manter equilibrado o comércio internacional. Assim não estão a proceder a China, a Índia, a Rússia e o Brasil. Os próprios produtores de petróleo estão hoje em dia a abusar, cobrando preços especulativos pelo petróleo que exportam.
É bom de ver que o presente estado de coisas há-de levar uma reviravolta de cento e oitenta graus, seja pela via pacífica do comércio internacional, seja pela acção armada intercontinental e oceânica.
Sou eu que agradeço, meu querido amigo, a honra de conhecer e ser amiga de uma pessoa como a Helena e, permita-me!, de contar com a sua estima e a sua extraordinária lucidez e afabilidade, particularmente gratificantes nos tempos que correm... por tudo o que são e o que representam, a minha homenagem, a minha admiração e a minha sincera amizade. Permita-me ainda a persistência da recomendação dos seus textos que, naturalmente!, continuarei a destacar no "nosso" "Leituras Cruzadas" :))
ResponderEliminarUm grande abraço.
Caro amigo VBM,
ResponderEliminar... mais uma vez, cabe-me agradecer a partilha da reflexão que aqui nos permite... e mais não digo porque as suas palavras valem por si :))
Um abraço.