terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Entre o Mesmo e o seu Contrário...

As imagens permitem a analogia e denotam a legitimidade das palavras...



... entre Direitos Humanos, Ciência e Paz circula um lapso gravo: o da interiorização da mensagem de que é possível viver, coexistir e ser...





A guerra, a violência, a morte e o medo, por diferentes razões, aproximam os povos que insistem em não aceitar a comum dimensão humana da partilha da vida...

Enquanto o Afeganistão continua a sofrer ataques vindos dos que não suportam não ser, por uns dias, o centro das atenções do Ocidente, a sofrida Faixa de Gaza organiza ajuda ao Haiti...
Complexo, o sofrimento humano encontra rostos em todas as expressões para as mais diversas situações...
O lado assustador como reverso do que, entre humanos, é profundamente comovente, denota a importância de eleger como prioridade político-económica mundial a protecção da vida dos cidadãos, dos povos, das culturas e do planeta...

4 comentários:

  1. Neste seu post tão realista e comovente, partilho consigo Ana Paula, um outro texto que me fez estremecer até às entranhas, de tão impregnado que está de verdade. É um texto do jornalista Carlos Narciso, no seu blogue Escrita em dia,
    http://blogda-se.blogspot.com/

    TARDE E A MÁS HORAS

    «Agora que aconteceu o irreparável, somos todos solidários com o Haiti. Antes, quando os haitianos eram só pobres e explorados pelas mais infames ditaduras, ninguém lhes ligava.
    Morreram sabe-se lá quantos, falam em 100 mil… porque as casas lhes caíram em cima com o tremor de terra. Casas mal feitas, com mais areia que cimento, sem requisitos técnicos para zonas sísmicas.

    Noutros locais mais afortunados, o mesmo sismo não teria provocado mais do que um pequeno incómodo. Na Califórnia ou no Japão, sismos de grau 6 ou 7 da escala de Richter já não estragam grande coisa. Cai uma ou outra empena e só os muito azarados levam com um tijolo em cima. Em países pobres, daquela pobreza imensa e endémica, morrem aos milhares.
    E, agora, já há dinheiro para ajudar, para dar de comer, para criar infra-estruturas, escolas, hospitais… dinheiro que antes nunca houve. E, por isso, o povo continuou ignorante, passivo, marginal, rebanho ao dispor da ganância dos canídeos selvagens a que costumamos chamar lobos. O subdesenvolvimento é tudo isto.»

    Um jornalista que esteve muitos anos no terreno de conflitos como Afeganistão, Paquistão, Angola e muitos, muitos outros, sabe muito bem do que fala... o apanhado de todos os conflitos ou situações no mundo da desgraça, que viu com os próprio olhos...e como ele diz, estamos nas mãos dos lobos.

    Um beijinho de um grão de pó atormentado. :(

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  2. Ana Paula,
    Só lhe consigo responder com o poema que hoje publiquei.
    Um abraço.

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  3. Este comentário da Fada do Bosque,é mais uma vez " o dedo na ferida"...
    Como o seu texto e imagens,Ana Paula.
    Tantos grãos de areia atormemtados!
    QUE PODEMOS FAZER?

    BJ
    tina

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  4. E ainda este "belo" malabarismo de um País tão rico como Portugal e segundo a TSF:

    7 mil milhões de euros - reconstruir o Haiti

    4,2 mil milhões de euros -"empréstimo" da CGD ao BPN.
    Portanto é pouco mais de metade... uma ninharia!
    Mas isto, é por sermos um país muito rico... isto não se contesta.

    Um beijinho. :(

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