segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Medo...


... este texto de Mia Couto sobre o medo é não apenas belo mas, acima de tudo, importante, verdadeiro e necessário à reflexão de que urgentemente precisamos... para agir!
(via Rui Linhan no Facebook a quem agradeço a excelente escolha e a partilha).

4 comentários:

  1. Editei este video em Setembro passado. Quero partilhar a legenda que lhe fiz então e um comentário que me foi feito. Quero antes do mais agradecer tê-lo colocado à reflexão.

    A minha legenda:

    :"O cidadão que o escritor é não pode ocultar-se por trás da obra. Ela, mesmo importante, não pode servir de esconderijo para dar ao autor uma espécie de boa consciência graças à qual ele poderia dizer que está ocupado e não tem tempo para intervir na vida do país."
    Palavras do meu mestre, que Mia Couto segue à risca. Que outros lhe sigam o exemplo. Mais do que nunca o mundo disso está carente.




    O comentário:

    Preciso ser um outro
    para ser eu mesmo
    Sou grão de rocha
    Sou o vento que a desgasta
    Sou pólen sem insecto
    Sou areia sustentando
    o sexo das árvores
    Existo onde me desconheço
    aguardando pelo meu passado
    ansiando a esperança do futuro

    No mundo que combato morro
    no mundo por que luto nasço "

    Identidade - Mia Couto

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  2. Obrigado, Rogério... obrigado pelas boas palavras e pelo sábio conhecimento das palavras de Mia Couto neste texto que, só agora!, encontrei. Bem-haja por o ter publicado antes... e por felicitar a sua evocação agora... obrigado também pelo poema "Identidade"! Um abraço.

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  3. pois o conto parece assentar no conflito do despertar sexual, o medo de falhar, o medo de ser inferior aos outros medos ...albergue de sentimentos negativos que tenta exorcizar ao expô-los à luz do dia

    é um Júlio machado vaiz de camões clássico
    resumindo:fracote fricote

    mas para gente de baixa auto-estima e expectativas medíocres concebo que apareça como genial...
    narrar as histórias de acordo com os sentimentos íntimos dos seus ouvintes era o que a mãe de Goethe fazia
    é a receita do susessus
    oviamente o pute ficou assis...

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  4. 1º crise identitária
    transfiguração extraordinária do corpo do herói

    Preciso ser um outro
    aborreço a mim em mim
    para ser eu mesmo
    o herói da fábula o herói mítico
    Sou grão de rocha
    sou a vítima
    Sou o vento que a desgasta
    sou o carrasco
    sou o actor e o teatro
    sou minúsculo e gigante
    sou a obra e a acção
    dualismos ou dicotomias do ser
    Sou pólen sem insecto
    aqui é o factor falacioso falocrático que surge
    é o inseminador sem necessidade de intermediário
    Sou areia sustentando
    é fundação da fé e da ordem
    o sexo das árvores
    (outra falocracia arremetendo para o céu

    e neste crânio fria lousa
    Existo onde me desconheço
    isto é o que se chama cópia dum de 1915...
    ou quiçá desenrolar de angústias vulgares
    kitsch como diria bibiana
    o desconhecimento dos limites do eu
    aguardando pelo meu passado

    ansiando a esperança do futuro

    No mundo que combato morro
    no mundo por que luto nasço

    estes são por demais óbvios

    crise de Identidade e angst de grande calibre- Mia Couto

    essencialmente é resultante de andropausa
    quer concretizar fantasias ideológicas messiânicas e assim concretizando-os virtualmente a velha criança fica mais em paz com a degenerescência do seu corpo

    a análise são 15 bit con's

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