Em construção, as democracias contemporâneas não são um dado adquirido... as crises sociais, económicas, políticas e financeiras são, por isso mesmo, o seu maior inimigo!... o risco de desintegração e exclusão social que o desemprego e o medo arrastam, desenvolvem nas pessoas sentimentos que são terreno fértil para a reedição da demogogia autoritária em nome da reposição da ordem, conduzindo a manifestações xenófobas pela exploração da vulnerabilidade socio-cultural dos cidadãos... daí a extrema gravidade de afirmações como a do negacionismo do Holocausto que, além de uma profundamente maliciosa postura de branqueamento da História, é, neste contexto, incendiária... como na Alemanha, a negação do Holocausto deveria ser criminalizada no contexto da defesa intransigente dos Direitos Humanos, pelo menos, na União Europeia... porque os valores inegociáveis de uma civilização cuja prioridade é a cidadania humanista e plural, não admitem a apologia da crueldade subjacente às inqualificáveis afirmações do Bispo Williamson a propósito das quais vale a pena ler o texto publicado no POLITEIA... Visitei Auschwitz... e a realidade do que vi (de que dei testemunho num texto aqui publicado em 28 de Janeiro, sob o título "A Memória") não me permite ignorar estas declarações!... não posso, não sei, não quero admitir que a negação do maior crime público da História possa ser banalizada ou relativizada. Nazismo, nunca mais!
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