domingo, 7 de junho de 2009

Abstenção - entre a Inteligência dos Eleitores e o Abuso de Confiança dos Partidos!


As urnas fecharam às 19h. Por todo o país, nas mesas de voto, a percepção era comum: uma abstenção preocupante que atingiu, em algumas capitais de distrito, taxas que não alcançavam os 20% às 14h... começava a tornar-se real o cenário anunciado. 19.10h: na RTP1, é divulgada a taxa de abstenção prevista pela Universidade Católica a oscilar entre os 61 e os 65%... uma amiga, com pouco mais de 30 anos, perguntara-me há dois dias: "Oh, Ana Paula, que taxa de abstenção é que obriga a anular as eleições?"... sorri... e respondi ao seu rosto surpreendido: "Nenhuma, Inês!"... Pois é... nenhuma!... e deveria talvez existir... não para impôr o voto aos eleitores mas, para obrigar os partidos a respeitarem o eleitorado, realizando campanhas esclarecidas e verdadeiras sobre o que, efectivamente, está em causa!... curiosamente, a inteligência dos eleitores não correu atrás, massivamente, do apelo ao "cartão vermelho" à governação mas, também não foi votar gratuitamente... como dizia, há pouco, António Vitorino, na RTP, se foi este o conteúdo de uma campanha para as europeias, o que poderemos esperar da campanha para as legislativas?!... tudo isto é lamentável... principalmente, como disse António Costa, também na RTP1, porque: "as pessoas ainda não perceberam como as decisões da Europa contam para a vida delas, mas como, também, dependem delas."... ah!, claro que eu fui votar!


(Caros Amigos e Leitores, informo-vos que também publiquei este post no blog do Público "Eleições 2009")

4 comentários:

  1. Cara Ana,
    O meu "pensamento" sente que está em silêncio.. Abraço.

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  2. Minha Cara,
    Nos momentos baixos, preparam-se os altos...
    O que é preciso é manter a serenidade e o discernimento.
    A democracia é isto mesmo...Ganhar e perder.
    Abraço,

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  3. Obrigado, Sokinus... tem toda a razão: "Nos momentos baixos, preparam-se os altos"... é isso que está a acontecer na sociedade portuguesa... esperemos não começar os caminhos que vamos vendo pela Holanda e a Itália onde, como diz Saramago, "a coisa Berlusconi" se apropria do desencantamento e da necessidade de fuga à relaidade dos cidadãos. Um grande abraço.

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