sábado, 13 de junho de 2009

Acasos simbólicos - o caso do inesperado mapa político português pós-europeias...



O mapa político resultante das eleições europeias apresenta-se amarelo com um sorriso vermelho e duas orelhas côr-de-rosa... vejam e confirmem, sff. Muito interessante esta expressão plástica relativamente ao que significa; de facto, da testa ao queixo, o rosto amarelo é um sinal de alerta que, apesar da baixa expressão numérica por efeito da alta, coloca no horizonte do descontentamento plausível uma eventual vitória do PSD nas próximas eleições (ao contrário do que diz F.Loução na entrevista ao I, entrevista em que, aliás, incorre num erro de raciocínio flagrante ao considerar, paralela e disfuncionalmente que o resultado do BE coloca esta força partidária como a 3ª nacional enquanto a vitória do PSD lhe merece a interpretação da impossibilidade deste partido ganhar as legislativas!?); o sorriso vermelho devolve ao Alentejo a expressão da confiança na CDU cuja actuação política a região bem conhece de há mais de 30 anos a esta parte e a quem, mesmo assim e após ter feito a experiência rosa, entrega os créditos de confiança (afinal, parece dizer a realidade!, a gestão comunista não foi tão negativa como quiseram fazer parecer) e anuncia que, mesmo podendo votar PS nas Legislativas, nas Autárquicas é bem possível que volte a vencer a CDU; finalmente, as orelhas côr-de-rosa que assinalam os distritos de Lisboa e Portalegre, chamam a atenção do PS para o facto de ser necessário e, mais que isso, urgente, ouvir as pessoas e escutar os cidadãos sobre o caminho que todos desejamos ver trilhado pelo nosso país.

2 comentários:

  1. Cara Ana Paula
    Se bem que Louçã revele um certo optimismo (justificável, já que os 3 eurodeputados do Bloco irão, certamente, fazer um bom trabalho), a mim parece-me que há trechos da tal entrevista ao "i" que se revelam mais importantes para a análise das próximas legislativas. Não restam dúvidas de que se Ferreira Leite fosse chamada a formar governo mergulharíamos no abismo. Não que falte gente honesta e competente no PSD - e Paulo Rangel é disso um bom exemplo, mas vai-se embora, e quem cá fica é o Santana Lopes e mais toda uma corte de interesses, gente despeitada e ressabiada que, para todos os efeitos e por uma questão de decência, são do mesmo partido de Alberto João Jardim. Daí que, faltando maioria absoluta ao PS, «nós estamos é perante uma situação de perda da maioria absoluta. Foi isso que morreu nestas eleições» - como se lê na mesma entrevista.
    Ora, admitindo - como defende o Henrique Monteiro no "Expresso" - que Sócrates vai deixar o PS num estado de desgaste interno comparável àquele em que Cavaco deixou antes o PSD (e o legado do cavaquismo foi muito bem sumariado por João Rodrigues no "i" da passada segunda-feira), então, percebe-se a alegria do Bloco: com Sócrates não, mas com outro líder, talvez fosse possível uma coligação governamental - uma que fosse baseada num programa susceptível de mobilizar o eleitorado do PS. Aqui, exactamente, é onde eu perco a fé. Num país de normopatas intoxicados pelo futebol, pela indústria de entretenimento, pela pimbalhice... E é pena se não acontecer - eu terei pena, pois se o PCP teve ampla experiência governativa a seguir à Revolução de Abril, se o CDS também já foi governo... suponho que falta dar uma oportunidade ao Bloco. Até para tirar as teimas à tese de que o exercício do poder obriga a mudar o mais importante (no fundo, a ideia que subjaz a outro estereótipo acerca do Bloco - o de que não estaria "preparado" para a experiência governativa.
    Subscrevo inteiramente as suas apreciações quanto ao bom trabalho das autarquias CDU.
    Obrigado pela partilha

    Francisco Oneto

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  2. Gostei muito de ler este seu comentário, Francisco... nada a opôr e, passe a expressão, "assino em baixo"... claro que me fica o problema que tão bem sintetiza na frase: "Aqui, exactamente, é onde eu perco a fé"... pois!... Com o agradecimento recíproco pela boa partilha, um abraço.

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