quarta-feira, 10 de junho de 2009

Manifestações ... o caso do BPP contra si próprio!


No Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, ocorreram-me, logo de manhãzinha, quatro perguntitas que vinham, sussurantes, insistindo em formular-se no meu cérebro: 1) o que faz com que alguns cidadãos escolham, voluntária, assumida e orgulhosamente, para efeitos de guardião das suas economias, uma entidade designada como Banco Privado que assumiu, desde o início, ser gestora de fortunas pessoais e independente da influência do Estado e dos Governos? 2) o que justifica que, após a constatação de terem optado por um meio que se revelou contrário às suas expectativas, esses cidadãos venham agora reivindicar de forma agressiva e ameaçadora a intervenção do Governo numa entidade que sempre se vangloriou de ao Estado nada dever, para gáudio desses mesmos cidadãos? 3) considerando que o BPN implicava um grau de risco sistémico para a generalidade do sistema financeiro português num momento de gravissima instabilidade do mercado internacional, dada a sua dimensão que não era, segundo os especialistas, comparável à que representa o BPP, que outra explicação pode ter o desespero dos depositantes (cuja causa é imputável exclusivamente aos administradores do que, anos antes, elegeram como sua instituição bancária de confiança) que não seja, apenas, a manifestação de um protesto que atingiu, na forma como abordaram o Ministro das Finanças, o auge de uma revolta que é afinal, apenas, contra si próprios? 4) será que os indignados manifestantes ainda não pensaram na imagem que resulta de tudo isto?

2 comentários:

  1. Tem toda a razão, Profª Ana Paula...há quem queira que o Estado ponha a mão por baixo das economias de casino...era o que faltava!Quiseram fazer fortunas de fortunas...veio a crise...aguentem-se e tenham vergonha na cara!
    Abraço.

    ResponderEliminar
  2. Obrigado pelo desassombrado comentário, Sokinus.
    Um abraço.

    ResponderEliminar