segunda-feira, 15 de junho de 2009

O mundo ao contrário?!...




A Humanidade não pode esperar! - eis o grito de guerra/grito de paz que deveria nortear as reivindicações de todos os cidadãos do mundo para ser definido como eixo central das relações internacionais e da política externa... porque é urgente encontrar soluções para um mundo cujas notícias mais lembram a efabulação de um "mundo ao contrário" de todos os valores e práticas que, nos palcos da mediatização, se assumem como desejáveis para as sociedades contemporâneas... da guerra sem fim à vista no Afeganistão à violência continuada sobre o Tibete; da guerrilha sem tréguas no Paquistão à violência primária na Guiné onde a paz é já só uma sombra ténue no ritmo dos dias marcado pelo narcotráfico; do reforço ostensivo do armamento nuclear na Coreia do Norte aos tumultos provocados pelo resultado eleitoral no Irão ou, dos recentes discursos que insistem em, de uma ou de outra forma, não ultrapassar os impasses entre Israel e a Palestina, os caminhos que conduzem ao futuro encontram no presente as referências contra as quais se deverão construir...

2 comentários:

  1. Cara Ana Paula

    Sinto profundamente as suas palavras. Gostaria de recordar, também, as populações ignoradas que nem sequer chegam às agências noticiosas, mesmo quando os conflitos se passam nas frentes de expansão da besta capitalista, onde os recursos comuns estão a ser irremediavelmente destruídos, como na Amazónia. Sucedeu antes na Bolívia e as agências noticiosas Europeias ignoraram o drama da maioria Aymara acossada pela insurgência pró-americana que quase levou o país à guerra civil, não fosse o bom senso de Evo Morales... Por cá, só temos notícia com o Chavez.
    Depois, temos a ameaça que impende sobre um dos maiores glaciares do Chile/Argentina, a ser ameaçado pelas companhias mineiras que descobriram ouro lá debaixo e, assim, propõem destruir uma das maiores fontes de água potável da região. Na Colômbia é o que se sabe, no Brasil as favelas começam já a viver com muros à volta... E agora chegou a vez do Perú: As dezenas de indígenas e de polícias mortos em Bagua, na Amazónia peruana não chegaram aos nossos telejornais. É muito provável que mais ainda venham a morrer, em nome das grandes companhias mineiras e de todos aqueles que, de fora ou no próprio governo peruano, querem a floresta sem índios, para melhor a destruir. (se me permite, sugiro a informação de:

    http://openanthropology.wordpress.com/2009/06/10/resisting-free-trade-racism-and-the-state-perus-amazonian-indians-fight-back/ (com imagens chocantes captadas no decurso dos confrontos).

    E, também, os posts posteriores:

    http://openanthropology.wordpress.com/2009/06/12/the-peruvian-massacre-and-a-socialist-fig-leaf-for-world-capitalism/

    http://openanthropology.wordpress.com/2009/06/15/perus-amazonian-massacre-links-to-reports-and-action-resources/

    Obrigado
    Abraço

    Francisco Oneto

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  2. Caro Francisco,

    Muito, muito obrigado pelo alargar destas propostas de consideração e análise a grupos sociais e culturais vulneráveis que, por todo o planeta, aguardam a intervenção cívico-política capaz de lhes permitir garantir a sobrevivência e o escapar à extinção nomeadamente, por via do genocídio ou do etnocídio. De facto, preocupam-me e deveriam preocupar-nos a todos, em última análise porque, com as devidas relativizações, hoje eles, amanhã nós ou até mesmo, invertendo os termos da abordagem, hoje nós, amanhã eles... Na realidade, a complexidade dos processos tecnológicos e os respectivos impactos económicos e sociais levam-me a recear que, num futuro próximo, proporcionalmente ao incremento dos designados mecanismos de desenvolvimento/crescimento (previsivelmente pouco sustentados e adequados às potencialidades e singularidades de cada grupo), a somar a todos os dramas vividos e sofridos pelas populações que o Francisco aqui refere, estes cidadãos do mundo vejam reforçada a discriminação múltipla e cumulativa a que serão sujeitos uma vez que, como constatamos neste lado "ocidental" da existência, a discriminação e a desigualdade continuam a ocupar o lugar de topo da hierarquia dos procedimentos organizacionais societários. Obrigado, Francisco... valha-nos a capacidade dos povos ainda ousarem (e terão que o fazer cada vez mais!) apostar nos Evos Morales... vou ver com muita atenção os posts para que me remete e daei notícias... muito há a pensar, a dizer e, sobretudo, a fazer... de novo, mais uma vez, o meu agradecimento sentido.
    Um grande abraço,
    Ana Paula

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