sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Estado da Arte... do Conselho Europeu ao OE


O Conselho Europeu aceitou a proposta do Eixo Franco-Alemão ditada pela Senhora Merkel na senda da punição dos Estados-membros que não cumprem o determinismo financeiro de uma Europa cada vez mais insustentável que insiste na imposição de tributos aos que maiores dificuldades enfrentam, garantindo que a crise continuará a agravar as economias europeias mais frágeis e consolidando o caminho para a Europa a Duas Velocidades, cujas portagens, cedo ou tarde, deixaremos de poder pagar... por isso e atendendo a que a arte e o humor são excelentes formas de transmitir o sentimento com que a cidadania retribui a decisão, vale a pena ver uma criação que se partilha exactamente AQUI... Entretanto, por cá, a "direita" e a "direita da esquerda", no autismo crítico com que insistem em limitar a sua visão política (?!) à corrosão governativa, não deixam de se congratular, justificando as razões de decisões desta natureza enquanto as ditas "esquerdas" continuam a esgrimir pseudo-argumentos a justificar desuniões e outros cenários que ficam bem ilustrados num texto publicado por Rui Namorado que se pode ler AQUI...

2 comentários:

  1. Cara Ana Paula Fitas,

    Não posso estar mais de acordo com a conclusão do Rui Namorado quando diz: "...sem mudanças estratégicas radicais , sem um sobressalto de unidade e de inteligência colectiva do povo de esquerda e dos partidos que nele têm raízes, corremos o risco de uma prolongada agonia política sob a égide institucional dos autómatos neoliberais que os poderes financeiros internacionais irão teleguiar com bonomia e cinismo."

    Aliás, preocupado com os efeitos nas presidenciais, onde Cavaco regista 71,3 e 63% nas duas últimas sondagens, chego a semelhante conclusão...

    Esperamos o quê, então?

    Abraço solidário

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  2. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    Com efeito, o Eixo franco-Alemão nada nos tem trazido de bom, como a Ana nos diz com muita justeza. O próprio conceito de cidadania Europeia deixará de fazer sentido, porque passarão a haver de forma definitiva cidadãos de primeira e de segunda. Não era com esta estratégia que os fundadores do projecto Europeu, certamente, sonhavam.

    Só o humor sarcástico pode denunciar as realidades ocultas que se estão a passar à revelia dos cidadãos Europeus. A Europa precisa urgentemente de líderes carismáticos que saibam ser mobilizadores dos cidadãos neste momento de profunda crise institucional, de perda de fulgor das nossas economias e da crise financeira estrutural que se enraíza na toxicidade do sistema neoliberal que agravou estes problemas.

    O país, a Europa e o mundo precisam de bom-senso, de calma e de coragem para enfrentar estes imensos desafios, sem esquecer no entanto que a crise ambiental terá efeitos no futuro ainda mais catastróficos se esta crise não for debelada do que esta crise económico-financeira. Aí temos os temporais e as cheias que se têm agudizado para nos lembrar disto mesmo!

    Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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