quinta-feira, 9 de junho de 2011

As lideranças socialistas em Portugal - de Sócrates a Assis ou a Seguro...

Pode ser ingenuidade ou o simples exercício crítico da razão mas, a verdade é que a apresentação dos 2 candidatos assumidos à sucessão de José Sócrates, a saber, António José Seguro e Francisco Assis, parece retomar a tentação de chegar à vitória através da construção de imagens mediáticas... como se a autenticidade do discurso, o valor dos princípios, a adequação da estratégia e a justeza das ideias passasse pela mediatização dos apoios expressos a cada uma das candidaturas. Reconheça-se que a comunicação social é, de facto!, um trunfo das tácticas eleitoralistas e que a vox populi afirma que, para as massas, sem a mediatização, a realidade não existe... porém, considero que, a privilegiarem esta estratégia de divulgação do protagonismo e dos apoiantes ditos "de peso" de cada um, os candidatos se arriscam a ficar demasiado parecidos um com o outro, por via do carisma dos rostos mais conhecidos do chamado "aparelho partidário" que, estrategicamente -como bem ensina a História- se vão posicionando, a par, como no tabuleiro de um cauteloso jogo de xadrez, induzindo os militantes a adoptar linhas de apoio que mantêm o domínio organizacional partidário e afastam os candidatos de uma discussão e de um debate democrático interno de ideias e projectos, indispensáveis à revitalização de um partido essencial à vida parlamentar, no quadro de uma maioria ideológica de que será, por natureza das circunstâncias, necessariamente, opositor. Penso que Francisco Assis e António José Seguro são capazes de fazer mais e melhor... se não cederem ao "facilitismo aparelhistico" e à tentação de sedução dos "media". O país agradeceria... e o futuro dos cidadãos, das pessoas!, também!    

5 comentários:

  1. Apesar de tudo faço uma diferença entre Assis e Seguro. Este último tem um percurso, um discurso, uma atitude completamente moldada por muitos anos (31 nas suas próprias palavras), de aparelho. O seu real é a lógica dos apoios, dos media, da organização, das alianças, dos compromissos internos. Não se trata aqui de política mas de carreira política. Um abraço.

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  2. Sobre a sucessão, mais do que sobre o que escreveu, não uso palavras minhas se encontrei já escrito o que penso sobre o assunto e que está dito aqui

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  3. Rogério,
    Como pode ver pela hora de publicação dos post's, escrevi o meu post um bocado antes do que escreveu JM Correia-Pinto... não penso que os textos se contradigam ou se excluam... até porque, o que há de diferente nos 2 post's, contribui para uma abordagem que, na minha perspectiva, enriquece mutuamente o que cada um de nós escreveu... mas, prefiro pensar que o seu tom é apenas o de me sugerir uma leitura - o que, naturalmente!, agradeço porque, como bem sabe, de há muito, nutro a maior admiração, consideração e amizade por JMCorreia-Pinto, uma das vozes mais inteligentes da blogosfera portuguesa. Obrigado.

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  4. Rogério :))
    Desculpe... acabei de, ao ler o mais recente post de JMCorreia-Pinto perceber que, afinal, o post que o Rogério sugeriu era já do início da noite de ontem... eu é que não lera porque, de facto, só hoje, já tarde vim até aqui... por isso, fica sem efeito a minha referência aos tempos de publicação dos post's e até diria mais: se tivesse lido ainda ontem ou hoje cedo do JMCorrei-Pinto teria feito link... fica para a próxima! :))
    Abraço aos dois :))

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