sábado, 4 de junho de 2011

Das Preocupações que Justificam uma Séria Reflexão Pré-eleitoral...

Terminou o último dia de campanha... por isso, assaltada pelas preocupações de um futuro que começa já 2ªfeira, após o acto eleitoral de domingo, não posso deixar de partilhar algumas breves mas, na minha opinião, relevantes considerações: a) a crise que atravessamos é internacional e tem uma incidência brutal na Europa que ainda somos; b) relativizar este facto é redutor e significa que ainda não se percebeu a complexidade do mundo contemporâneo em que vivemos; c) pretender que a culpa da crise é do Governo português resulta de uma avaliação incorrecta que decorre da tentação do facilitismo acusatório; d) presumir que outro Governo teria evitado a crise é preferir inventar ilusões do que enfrentar a realidade; e) as mudanças governamentais europeias decorrentes da desilusão dos povos que já tiveram que recorrer à chamada "ajuda externa", não resolveram minimamente os problemas dos seus países que continuam a agravar-se; f) preferir, por simples expressão de descontentamento, optar por mudanças que vão criar mais despesa na já tão frágil situação económica nacional, contribuirá para agravar seriamente a já tão difícil situação nacional; g) preferir optar pelo discurso demagógico que faz parte da euforia das campanhas, contribuirá para resultados que rapidamente conduzirão os cidadãos à percepção de que, uma vez mais, voltamos à "estaca zero", com necessidade de mais ajuda externa e o eterno pretexto de "apontar o dedo" à acusação banalizadora sobre as responsabilidades da governação anterior que serve apenas para, durante um curto período de tempo, termos resiliência para aceitar as piores condições de vida que vamos sentir; h) em causa está o interesse nacional e, afinal de contas!, a capacidade de, enquanto cidadãos, sermos capazes de analisar a realidade  sem paliativos e de assumirmos a coragem de tomar uma decisão de opção eleitoral que, podendo não ser a ideal, no fundo reconhecemos menos gravosa do que a entrega da governação à inexperência e ao experimentalismo, num país cuja saúde, tão precária!, ainda nem sequer entrou em período de convalescença... Como sempre em democracia, o futuro está nas nossas mãos!... e da consciência de cada um resultará a consciência da culpa que, exactamente a cada um!, irá pesar... é por isso que, do resultado destas eleições, resultará a avaliação real da nossa maturidade política e democrática colectiva!... E sabemo-lo bem: fazia bem ao nosso país se constatassemos que já aprendemos alguma coisa - porque isso nos elevaria a auto-estima e reforçaria o sentimento de união de que precisamos para enfrentar as dificuldades!...
... entretanto, fica a sugestão de leitura de algumas "achegas" escritas por outras mãos: aqui, aqui, aqui e aqui - confirmada aqui...     

6 comentários:

  1. Esta leitura também é importante para reflexão, Ana... é um artigo muito interessante. Para reflectir, mesmo.

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  2. Obrigado pela partilha, Fada do Bosque... Beijinho

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  3. É isso mesmo, tudo isto é uma grande mistificação.

    Beijinho Ana Paula

    :))

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  4. Querida Ariel :)
    ... "com força e com vontade" vamos lá desmistificar... desinteressada mas, justa e convictamente, pela seriedade com que chegámos até aqui e de que não desistimos... nunca!
    Sempre!
    Um beijinho :))

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  5. Obs.

    Caríssima APF

    É claro que nem tudo se deve a Socrates,nem tudo se deve sequer à Europa.Muito menos se deve tudo a todos os portugueses e portuguesas que continuam a ser mais manipulados do que governados.
    Então,se assim é, porque é que não devemos entender a politica com uma arte muito séria de fazer o melhor possivel.E não apenas aquilo que torna a politica apenas uma tactica de conservar o poder.Manter o poder.Eternizar o poder...escapando-nos muitas vezes o que é o verdadeiro poder.

    APF


    Nesta longa noite, não sou dos que acreditem que os de esquerda mudem para a direita...mas sempre direi que a História politica alguma coisa há-de ensinar-nos.
    Ou seja,se o povo é quem mais ordena e se sente traído por uma plateia de gulosos do poder,então,que aprendamos a ser mais humildes com o uso desse mesmo poder.E se perdemos a contagem que não percamos a Face.Porque,de facto,não é de vitoria fácil em vitória fácil que chegaremos a Um caminho verdadeiro.E que,em todo o caso,atendendo ao estado em que o país se encontra, devia ser esse mesmo o caminho.

    Acrescentaria que não acredito mais em P. do que em S. Mas o que não posso acreditar é que Portugal tenha agora de penar não sei quantos mais anos,tudo porque Portugal se deixa enganar e é enganado com grande facilidade.

    Mas quando é que nós perdemos a mania das facilidades? O PS não tinha mesmo outra solução?
    Ou tinha e por dentro de si próprio não foi afinal capaz de a aplicar? Há assim tanto sono
    na esquerda onde vamos votar?


    Com as melhores saudações


    ANB

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  6. Carissimo ANB,
    Obrigado pela justa reflexãoq ue aqui partilha, cuja profundidade vai, para além das palavras, ao sentido do modo como estamos a viver a política contemporânea... e se agradeço todas as suas questões, deixe, contudo, que destaque, a pergunta incisiva que aqui regista: "Há assim tanto sono na esquerda onde vamos votar?" :)
    Com as melhores saudações,fica o meu sincero: Bem-haja!

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