Perante a constante e insistente descida do rating relativo aos países mais vulneráveis de que são, para já assumidamente!, exemplos e vítimas, a Grécia, a Irlanda e Portugal, a pergunta é incontornável: se os países com elevadas dívidas soberanas chegam a níveis de endividamento externo de tal dimensão que se justificam os respectivos pedidos de intervenção externa às instâncias internacionais (que, em última análise, elevam exponencialmente esses níveis de endividamento), é ou não uma perversidade intencional do funcionamento capitalista neo-liberal dos mercados, esta persistência de avaliação negativa - ao ponto de se justificar que o comum dos cidadãos suspeite que os processos conducentes aos pedidos de empréstimo financeiro internacional sejam o último reduto da garantia de endividamentos que sustentem a lógica de gestão financeira insustentável em que assentam os mecanismos anónimos bolsistas e bancários que decorrem de sugestões induzidas nos potenciais investidores, direccionando-lhes, dissimuladamente, os destinos do investimento?
Caríssima amiga Ana Paula Fitas,
ResponderEliminarCom o efeito, as agências de rating e todo o sistema financeiro, como nos diz, está montado de forma a estimular o crescente endividamento gerador de um ciclo vicioso. A solução tem de passar como nos diz Mário Soares, no seu último livro ("Portugal tem saída"), por um novo paradigma de desenvolvimento que afaste as velhas receitas Neoliberais e que faça a Europa regressar a acções de solidariedade inter-Estados.
A "fuga" que hoje tivemos oportunidade de ver por parte da Alemanha de convocar uma cimeira extraordinária para sexta-feira, dia 15 de Julho de 2011, prova a pouca vontade de se manter a coesão social da União Europeia.
Saudações cordiais e fraternas, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt
Carissimo amigo Nuno Sotto Mayor Ferrão,
ResponderEliminarMuito agradeço as suas sempre úteia observações com destaque não só para a urgência de reestabelecimento renovado de um paradigma de solidariedade inter-Estados mas, também, para a pertinência do papel que a Alemanha está a assumir em todo este processo apesar da consciência de que o processo de construção da coesão social europeia está, de facto, à beira da ruptura.
Com as melhores e mais fraternas saudações.
Ana Paula
ResponderEliminarJá não pode haver dúd«vidas de que se trata de uma conspiração dos escroques donos do poder e do dinheiropara levarem a cabo uma transferência coloçal de rendimentos das classes médias e baixas para as classes altas, particularmente a alta finança.
O escroque Worren Buffet, dono da Berksire Athaway, um multinacional cujo principal negócio é vender seguros de dívida, com as notações da Moody,s, de que a Berkshure é a principal acionista, está a subir colossalmente o preço dos seguros. Por suas vez os bancos, dominados pela Berkshire e semelhantes, emprestam a juros cada vez mais altos.
Quem paga tudo isso são as classes médias e baixas.
Estes senhores que nos governam sabem disso. Mas escondem a verdade, e colaboram com a escroqueria.
Henrique,
ResponderEliminarSão de facto já incontornáveis, por um lado, a consciência que se nos impõe e, por outro, a legitimidade da recusa em pactuar com o silêncio e a pseudo-omissão da realidade... pergunto-me até quando as sociedades alimentarão este modo de gestão e exploração e inquieto-me perante a possibilidade do empobrecimento e da alienação nos esgotarem ao ponto de anularem a capacidade de resistência, resiliência e reacção...
Obrigado pelo contributo. Um abraço.