terça-feira, 20 de abril de 2010

Leituras Cruzadas...

Enquanto se prepara em Portugal a visita do Papa, corre a informação (ver JMCorreia-Pinto no Politeia) e a análise de 5 anos de pontificado de Bento XVI (ver Rui Bebiano no A Terceira Noite) que pouco efeito terá no impacto social dessa visita e na sua cobertura mediática, por razões que decorrem de imperativos culturais estruturais (leia-se o texto de Nuno Sotto Mayor Ferrão no Crónicas do Professor Ferrão) que concorrem para a inflação das redes sociais (veja-se a observação de Valupi no Aspirina B), deixando à margem a consideração que, de facto, nos deveriam merecer factos e juízos preocupantes, reveladores (leiam-se os textos de João Abel Freitas no PuxaPalavra e de Rui Herbon no Jugular). E enquanto aguardamos que as lições cívicas do passado (leia-se Osvaldo Castro no Carta a Garcia) reeditem a capacidade de intervenção das pessoas que não podem agora invocar a ausência de liberdade como justificativo para a anomia social (vale a pena ler as notícias recentes do SOS Racismo, o texto de António Carlos Valera no Irrealidade Prodigiosa e também a alusão de Ana Vidigal no Jugular), vale a pena ouvir partilhar a nossa atenção com Fernando Cardoso no Ayyappa Express.

5 comentários:

  1. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    concordo com a visão de conjunto que aqui nos apresenta com as várias citações que faz. Subscrevo a posição de Rui Bebiano no blogue "A Terceira Noite" ao falar da impossibilidade da Igreja Católica se abrir às sociedades contemporâneas, até porque ela é o contrapeso da "anomia social" gerada pelo juízos relativistas que têm inundado a nossa aldeia global.

    Com efeito, de 1910 a 2010 o mundo deixou-se cair numa das maiores crises morais que o mundo já viveu ( 1ª e 2ª guerra mundiais, o holocausto nazi, as mega crises capitalistas de 1929 e de 2008, o terrorismo em larga escala, a indiferença de muitos perante a ruína do Estado Providência, etc ) e esta crise moral que alguns insinuam que a Igreja está a passar não passa de um pormenor.

    Na verdade, acredito como nos diz Rui Bebiano que apesar da abertura da Igreja no Concílio de Vaticano II não irá haver grandes mudanças próximas. Até porque as mudanças profundas carecem de ponderação redobrada e não mudanças ao sabor dos "timings" mediáticos. Aliás cada pontificado tem o seu dom próprio: Bento XVI tem o dom de nos deixar cartas encíclicas de conteúdos doutrinários bastante inovadores, enquanto João Paulo II teve o mérito de ser um papa evangelizador de sentido ecuménico.

    É este contexto estrutural que explica a corrupção que grassa nas nossas sociedades e que as leis não conseguem impedir pela sobra de interesses com que são feitas, como nos diz João Abel Freitas. Por isso, a alternativa está como nos insinua Osvaldo Castro no seu blogue Carta a Garcia, na recordação da greve estudantil de 1969, na mobilização cívica de uma cidadania global que exige esclarecimento, ponderação, bondade e boa-fé.

    Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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  2. Mais uma vez obrigado, Ana Paula. E um abraço.

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  3. Muito estimado amigo Nuno Sotto Mayor Ferrão,
    Excelente comentário este que aqui partilha e que muito agradeço pelo enriquecedor contributo que representa para este "Leituras Cruzadas". Espero aliás, que os autores citados o leiam não apenas por ser útil mas, também, gratificante.
    Receba as minhas melhores saudações.

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  4. Eu sou um fã da blogoesfera e vim aqui para enviado pelo Val.
    Tenho no entanto uma reclamação a fazer mais sobre aforma do que sobre o conteúdo.
    Tem a a ver com o número de hiperlinks que o post tem, nada menos que onze.
    O texto fica imprecetivel a não ser que se perca um tempo imenso a ir e vir dos links propostos.
    Desafio o mais pintado a, depois de encadear o quarto ou quinto link, conseguir encadear o raciocinio.

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  5. Excelente ideia, esta de linkar os blogs que de um modo ou de outro, despertam o seu interesse,são muitos!?,cabe-nos a nós fazer a leitura integral do que nos interessar. É que a não ser assim lá ficava por ler a Carta a GArcia, que apesar de assunto que acompanhei à época, não, não foi através deste jornal, foi no Républica, que só com muitas condicionantes, podia levar a carta a garcia,foi noutra circunstância, pois por essa altura tratava eu em exclusivo da sobrevivência. Escola só no pós laboral, com os trocos que sobravam.

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