terça-feira, 27 de abril de 2010

Urgências (1) - Da Tecnologia às Finanças e do Desemprego à Sustentabilidade


Um estudo histórico dos processos de resistência à mudança e à inovação denotaria, em determinadas conjunturas, opções políticas assentes no rejeitar da introdução de nova tecnologia por razões que se prendem com a libertação de mão-de-obra e, consequentemente, com a subida do grau de risco da revolta social... e se é a Revolução Industrial que marca o fim deste cauteloso processo de gestão por razões que se prendem com a criação massiva de postos de trabalho, o capitalismo, face aos lucros que reconhecemos terem resultado deste investimento nas sociedades excedentárias que se aproximaram do que se chamou "sociedades da abundância", nunca mais deixou de equacionar estrategicamente o problema da mão-de-obra, a não ser na perspectiva na redução dos seus custos... o problema chegou às sociedades contemporâneas, caracterizando-as como sociedades criadoras de desemprego!... A irracionalidade da lógica social dos nossos dias que minimiza, de facto, o factor humano, radica por isso, no paradoxo a que conduziram os sentidos contrários da evolução dos modelos financeiros e económicos... e só politicamente pode ter solução!... quando os políticos voltarem a reconhecer a importância vital desse factor humano e o fundamento efectivo dos próprios sistemas económicos e financeiros: melhorar a condições de vida dos cidadãos e promover, na prática, a sustentabilidade social.

1 comentário:

  1. Caríssima Ana Paula Fitas,

    subscrevo inteiramente as suas palavras! A desumanidade, na verdade, está no sistema organizativo que trata as pessoas, friamente, como dados estatísticos e não como seres humanos. Já passaram alguns anos sobre esta minha experiência que marca inumanidade do sistema e das inerentes burocracias: senti-me mal e dirigi-me às Urgências de um Hospital da capital, quando cheguei disseram que tinha de preencher uma papelada antes de ser atendido. Como estava mal-disposto e não iria conseguir preencher os impressos pedi uma maca, ao que me disseram que não havia nenhuma disponível e que teria de preencher os documentos. Como o meu mal-estar era grande e não me queriam atender disse que me iria deitar numa mesa porque estava muito indisposto. Só ai me levaram para ser atendido, quando eu estava verdadeiramente mal-disposto...Moral da história, o sistema é cego porque não vê as pessoas, pois olha-as como números estatísticos... Valeu depois o humanismo do técnicos ( médico e enfermeira ) que me atenderam!

    Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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