Não se compreende que uma visão esclarecida da Cultura defenda e promova a mudança do Museu Nacional de Arqueologia para as instalações da Cordoaria Nacional, sendo conhecidas as reservas que o local oferece. Ao nível das águas, a Cordoaria Nacional não garante condições de segurança à preservação do valioso espólio que integra o património do Museu que, até agora, tem estado alojado no Mosteiro dos Jerónimos. O património histórico-arqueológico nacional é uma herança que, ao longo dos anos, não tem sido objecto da atenção e valorização que a sua importância justifica, vítima dessa negligência estrutural que tem sido a (des)consideração política pela cultura e, consequentemente, pela própria museologia... e se há, no nosso país, Museu que tenha feito um trabalho digno de destaque, é, indiscutivelmente, o Museu Nacional de Arqueologia. Não se compreende por isso (repito!) que se pretenda agora reeditar uma iniciativa que, desde o Estado Novo, tem sido adiada pela falta de garantias de segurança no que à conservação do seu espólio respeita. Cabe aliás dizer que seria perfeitamente justificável a construção de raiz de instalações condignas para o património arqueológico que, guardado nos Jerónimos, tem nos seus Reservados, material que, per si, o justificaria - mais: se o Museu dos Coches justificou o investimento em novas instalações, que critério cultural é evocável para que a lógica se não aplique ao Património Arqueológico?... em última análise, é caso para dizer que, "para pior, já basta assim"!... (Ver AQUI)
A Cultura em Portugal... está entregue aos bichos, literalmente... salvo raras e nobres excepções.
ResponderEliminarComo sempre, Voz z 0 DB... tem toda a razão!... até quando é a pergunta e o desafio que se nos coloca.
ResponderEliminarAbraço.
Tento a impressão que a única solução possível é algo tipo Fénix!!!
ResponderEliminarPois, Voz a 0 DB... e eles foram lembrar-se de evocar a criação de um Museu da Viagem e da Epopeia dos Descobrimentos, reduzindo a Cultura a um marketing redutor... enfim!... Haja paciência para tanta demagogia!
ResponderEliminarAbraço.
Ana Paula, três perguntas:
ResponderEliminarE o que é exactamente uma "visão esclarecida da cultura"?
Existirá na sociedade portuguesa, tomada na globalidade, uma "visão esclarecida da Cultura"?
No plano político, é possível "uma visão esclarecida da cultura" em Portugal?
António,
ResponderEliminarCá vão 3 esboços de respostas:
Entendo por "visão esclarecida da cultura" a perspectiva científica actualizada, simultaneamente específica e interdisciplinar, consciente da função social quer da ciência, quer da cultura, que não recorre a critérios subjectivos de natureza economicista para hierarquizar o conhecimento ou o reconhecimento do seu papel na formação dos cidadãos;
Não... penso que, em termos gerais, se pode considerar inexistente "uma visão esclarecida da cultura" na sociedade portuguesa.
Dificilmente... porque o plano político reflecte, regra geral, o plano social...
... mas, como "a esperança é a última a morrer"...
... fica...
Um abraço :)
Pois...
ResponderEliminarUm abraço :)